SOBRE A REFERÊNCIA A MINERVA E VÉNUS NOS ALVORES DA ESTIRPE GALAICO-PORTUGUESA
«Mulheres que invocam o nome de Minerva quando trabalham no tear e que escolhem o dia de Vénus para casar, e que tomam atenção ao dia em que iniciam uma viagem, que outra coisa é senão culto ao diabo?»
- In «De Correctione Rusticorum», XVI, por S. Martinho de Braga no final do século VI.
É isto um excerto de um sermão proferido por «São» Martinho de Dume, mais conhecido cá como «São» Martinho de Braga, no contexto das práticas pagãs em território actualmente português, então sob domínio suevo, ainda no alvor da Idade Média. Estas e muitas outras tradições herdadas do passado pré-cristão, fortemente odiado e combatido pela Cristandade, continuavam a fazer parte da cultura das populações locais, discutindo-se hoje se teriam tais costumes origem germânica, pois que os Suevos germânicos eram, se uma prévia raiz romana, dado que o território fora amplamente romanizado durante pelo menos sete séculos, se uma mescla de ambas. Não pode esquecer-se que os Suevos propriamente ditos seriam provavelmente uma minoria guerreira que se impôs pela força sobre uma população lusitano-galaico-romana eventualmente mais vasta em número. Certo é que. nas suas referências a todos estes rituais e hábitos vernáculos, Martinho de Braga menciona apenas teonímia latina, o que, de resto, se compreende, devido à raiz clássica e romano-cêntrica, por assim dizer, do seu estudo e conhecimento.
2 Comments:
Nao seria galaico lusitana?portucale original era galaico
Se calhar os Galaicos até eram originalmente lusitanos...
Enviar um comentário
<< Home