«ANTI-LIBERAL»? NACIONALISTA, SIMPLESMENTE, OU ALIÁS, NACIONAL-DEMOCRATA
No contexto nacionalista, dizer-se «anti-liberal» é perigoso - pode até mesmo ser um tiro no pé. O conceito de «anti-liberal» facilmente se confunde com o de anti-democrático e, mesmo quando a intenção não é essa, tal parecença é mortal para o Nacionalismo. Orbán diz que a sua democracia é «iliberal», sim - mas Orbán di-lo depois de estar consolidado no poder e genericamente beneficiar o seu Povo.
Sejamos, de qualquer modo, frontais - alguns dos que mais propagandeiam o conceito de «anti-liberal» são inimigos jurados da Democracia. Na bolha em que vivem, são os donos da verdade e têm o direito de a impor ao «povinho». Depois o «povinho» não vota neles e eles admiram-se muito, não percebem, isto num primeiro momento, porque, num segundo, dizem logo que o «povinho» não vota neles porque anda a ser «manipulado» pelos «liberais!» e pelos «judeus!» e assim, num crescendo de oligofrenia suicida. Seguidamente, têm o descaramento autista de dizer que o «povinho» não quer continuar a existir quando a mais suicidária das atitudes é a deles próprios - projectam no povo o seu ridículo pessimismo pretensamente aristocrático.
É tempo de deixar para trás estes atrasos de vida. O maior problema do Nacionalismo é mesmo este - o povo não vota tanto nas forças nacionalistas como podia votar precisamente porque há ainda no Nacionalismo a sombra da ditadura, coisa que um ocidental não tolera. Teriam tais anti-democratas mais hipóteses de prosperar numa China (a maior delas, não a Formosa), numa das quaisquer Arábias (a Saudita, a iraquiana, a síria), numa Eritreia, eventualmente até numa América Latina (isto é, mulata), nas Rússias também, ainda. Não na Europa Ocidental. Nem na Europa Ocidental nem na América do Norte, tirem daí o sentido, esqueçam, emigrem já, e quando digo para emigrarem já refiro-me aos que, dizendo-se nacionalistas, são afinal apoiantes de impérios invasores, pelo que qualquer império com brancos a mandar seria para eles um domicílio adequado até ao fim dos seus dias. Alguns, desde sempre auto-proclamados nazis, parecem indiferentes ao facto de o discurso oficial do invasor oriental incidir no objectivo da «desnazificação» - quando, entretanto, um dos hierarcas desse império de leste é muçulmano e diz abertamente que é preciso matar os nazis (do Batalhão Azov), o que será que sentem os «nazis» europeus pró-Putin, o que será... pelos vistos, passam bem por cima disso tudo em nome da sua nietzschiana adoração do agressor imperial... Nunca foram, afinal, nacionalistas; apenas supremacistas que querem fazer das Nações europeias instrumentos para esmagar uns e outros, enquanto instituem um Estado policial com direito de fazer o que lhe apetece aos cidadãos sem defesa.
É mais que tempo de o Nacionalismo alijar a carga podre que tem retardado o seu avanço para se configurar como o mais poderoso defensor das liberdades conquistadas pela civilização europeia - porque, não restem dúvidas, a Europa será tanto mais livre quanto mais for habitada por Europeus. Não constitui acaso que os países mais livres e democráticos do mundo sejam, em geral, os que estão mais a norte, logo, mais longe de influências não europeias...
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