terça-feira, novembro 09, 2021

ESTUDO - CÃES PODEM SENTIR COMO OS HUMANOS

Um grupo de cientistas treinou cães para serem submetidos ao exame de ressonância magnética com a intenção de gerar material científico sobre como o cérebro destes animais funciona. Após dois anos de estudos, um dos pesquisadores, Gregory Burns, defende: os cachorros são 'gente', como nós. As informações foram divulgadas pelo jornal The New York Times.
A experiência é inovadora porque, até então, a medicina veterinária recomendava que o exame só poderia ser feito em cães anestesiados, uma vez que o animal precisa de ficar imóvel na máquina apertada e barulhenta. Animais adormecidos não apresentariam resultados úteis para o tipo de pesquisa que os cientistas estavam desenvolvendo.
Gregory começou por treinar a sua mascote, a cadelinha Callie. Foram meses de ensinamentos para que ela se acostumasse a uma máquina de ressonância magnética a fingir, depois uma verdadeira.  Após alguns meses, conseguiram realizar o exame e obtiveram os primeiros mapas de actividade cerebral.
Os pesquisadores procuraram tratar os animais como se fossem pacientes humanos: não os obrigavam a realizar os exames e eles poderiam abandonar a pesquisa quando quisessem.
O sucesso, a promessa de revelar como os cães pensam e o tratamento dado pela equipe de cientistas aos animais, chamaram a atenção da comunidade dos donos de cães e a equipe de Gregory passou a contar com uma dúzia de mascotes caninos para os testes.
Não, ainda não podemos dizer como os cães pensam. No entanto, os resultados acerca de uma área específica do cérebro já podem dar algumas pistas. O núcleo caudado, presente tanto nos humanos como nos caninos, está relacionado nos humanos com o prazer causado por coisas de que gostamos: comida, música e até mesmo beleza.
Com os cães, os cientistas concluíram que esta área do cérebro apresenta actividade parecida: reagia a sinais que indicavam comida, ao cheiro de pessoas conhecidas e até mesmo ao retorno do dono após um período ausente.
“A habilidade para sentir emoções positivas como, por exemplo, amor e apego afectivo, colocaria os cães no mesmo nível de sentimentos comparado ao de uma criança”, escreveu Gregory ao jornal The New York Times. Ele acredita que os estudos servirão para mudar o modo como a sociedade trata os cães.
“Cachorros e, provavelmente, muitos outros animais parecem ter emoções assim como nós. Isto significa que devemos rever o tratamento de animais de estimação enquanto propriedade”, defende.
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Fonte: https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,cientistas-analisam-cerebro-de-cachorros-na-ressonancia-magnetica-caes-sao-pessoas-tambem,70001856819?fbclid=IwAR3vxowzPjWwpB2OyZYVKv2TMrs__Ei24KG2SNwyAr9bYs7zfmATHeWm4hA

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É mais um sinal da evolução especificamente ocidental, a de dignificar os mais vulneráveis, neste caso os animais - da Esquerda à Ultra-Direita, existe desde há muito quem o faça. Poderá parecer estranho ver um militante do PAN a nisto concordar com Hitler quando tudo o resto os opõe diametralmente - clarifica-se a questão quando se percebe que, por trás de todas as escolhas ideológicas conscientes, há um fundo comum que brota de uma mesma natureza ou forma de ser. Só mesmo um europeu se lembraria de dizer que quem não gosta de animais não é boa pessoa... (Schopenhauer)...