Na emissão de “O Preço Certo” que foi transmitida pela RTP ao final da tarde desta segunda-feira, 28 de Junho, Lenka da Silva, a famosíssima assistente de Fernando Mendes há mais de 18 anos, usou um vestido acetinado e curto que se tornou em poucas horas num dos assuntos mais comentados no Twitter em Portugal.
A discussão que está a gerar polémica tornou-se viral depois da jornalista Fernanda Câncio, ex-namorada de José Sócrates, escrever na sua conta de Twitter: “É espantoso como é que a TV pública continua a usar mulheres como adereços desta forma repugnante. Não há obrigações de cumprir os mínimos em termos de respeito pelos princípios constitucionais e pelos planos para igualdade?”
As reacções ao comentário da jornalista multiplicaram-se rapidamente. Se, por um lado, houve quem concordasse com o seu ponto de vista e considerasse a escolha do look “sexista”, por outro, foram mais ainda aqueles que a acusaram de “invejosa” ou que contrapuseram que a liberdade individual passa por cada um poder escolher aquilo que veste.
“A Lenka da Silva faz o seu papel, que é o de apresentar os prémios. Com 46 anos, é uma mulher bonita e descomplexada. Não percebo o porquê da crítica. Num dia advogas que as mulheres têm direito a andar na rua como quiserem, sem serem importunadas, noutro dia, censuras a roupa da Lenka?”, pode ler-se.
Entre as várias críticas feitas por Fernanda Câncio, destacou-se um momento em que Lenka, Fernando Mendes e Teresa Medeiros, a outra assistente, fazem uma coreografia enquanto o apresentador pede às mulheres para “levantarem mais a perninha”. “Perfeito, a encorajar as pessoas a fazerem exercício levantando bem as pernocas. Tudo pela saúde, RTP, muito bem”, comentou com sarcasmo a jornalista.
No meio de tantas opiniões, também houve quem considerasse que este é um “não assunto”. “A Lenka não pode andar como quer? Ela faz o programa há anos, é parte da alma do programa. Que por sinal, lidera as audiências. Devia estar grata pelo profissionalismo e simpatia que sempre demonstrou. E olhe que ela granjeia o carinho de todos. Todos”, escreveu outro utilizador do Twitter.
Rita Marrafa de Carvalho, jornalista da RTP, aproveitou para defender Lenka e contrapor as acusações de sexismo ressalvando que também há um assistente masculino no programa. “A Lenka veste-se como quer, como lhe apetece e como lhe der na real gana. Também tem um homem. O Mário! São três assistentes. A Lenka trabalha no Preço Certo há anos! Desde o início. Tirá-la agora porquê? Tem 46 anos”.
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Fonte: https://www.nit.pt/compras/moda/como-o-vestido-de-lenka-em-o-preco-certo-se-tornou-no-assunto-mais-falado-no-pais
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Armar escarcéu por causa do vestido de uma assistente de um programa televisivo vespertino é um bom indicativo de como há muito tempo livre na comunicação social e relativamente pouco assunto que as observações «justiceiras» queiram abordar. É também curioso, e significativo, que a crítica venha dos lados da Esquerda liberal, nomeadamente de sectores muito apregoadamente feministas - então afinal a Mulher não é livre de vestir o que quiser em público sem ser por isso envergonhada ou «sexualizada»? Aliás, e se quiser, de livre vontade, ser sexualizada, há crime nisso? Não passou já o tempo do «respeitinho», tantas vezes satirizado e ridicularizado e enxovalhado por quem, no pós-25 de Abril, tanto se orgulhou e orgulha de insultar o regime já mais que falecido e enterrado (frequentemente com aparência de quem se entretém a bater em mortos)?
Lenka da Silva, originária da Chéquia, tem hoje quarenta e seis anos e a sua aparência é absolutamente principesca. Constitui, no cuidado que dá à beleza e na frontalidade com que a exibe, um exemplo notável, sobretudo para a parte da população que não gosta da ideia de envelhecer, suspeito... já lá vai o tempo em que mulher quarentona e casada tinha era de se «portar com juízo», usar um penteado à velha da província e abandonar de vez as pretensões a qualquer espécie de estética afrodisíaca. A bela eslava exemplifica bem como uma mulher nesta idade pode estar bem ao nível de qualquer jovem modelo, tal como Juno poderia perfeitamente ter ganho o pomo de oiro que Páris resolveu oferecer a Vénus (nem de propósito, o mês que ora termina é dedicado a Juno)... Não é isto um hino à vida, enquanto ela dura? Para que cargas de água é que há agora quem faça papel de freira escandalizada ou de idosa e triste vizinha repressora das «desenvergonhadas»?
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