terça-feira, fevereiro 23, 2021

OBRA «OS MAIAS» DE EÇA DE QUEIROZ É ACUSADA DE RACISMO POR DOUTORANDA CABO-VERDIANA NOS EUA

Foi a 18 de Fevereiro que uma palestra online da Universidade de Massachusetts Dartmouth se propôs a refletir se “Os Maias”, o clássico de Eça de Queiroz, é uma obra racista. “Is Eça de Queiroz The Maias (1888) a racist novel?” foi precisamente o título desta sessão pública apresentada pela doutoranda cabo-verdiana Vanusa Vera-Cruz Lima na plataforma Zoom.
Esta é a narrativa de uma família ao longo de três gerações — sendo que Eça de Queiroz se centra sobretudo na mais nova, onde está integrada a história de amor entre Carlos da Maia e Maria Eduarda.
“A percepção e a representação de pessoas negras n’Os Maias’ dependem de agressão, desumanização e degradação. O meu objectivo é analisar a linguagem usada por Eça de Queiroz para se referir às pessoas negras, através das personagens, narração, discurso e escolha de palavras, entre outras abordagens estilísticas”, pode ler-se logo na apresentação da palestra, assinada por Vanusa Vera-Cruz Lima.
“O objectivo é trazer atenção e perceber o papel que a raça tem no trabalho de Eça ao analisar não só a linguagem racista prejudicial usada neste clássico”. A investigadora diz ainda que existe “uma descomunal admiração pela brancura detetada na narrativa”.
Segundo um texto publicado no jornal “Observador”, Vanusa Vera-Cruz Lima defendeu que esta obra do século XIX é exemplo de alguém “que perpetua sem consciência os estereótipos que legitimam e permitem a propagação do racismo”.
Entre os exemplos de linguagem presentes que possam ser considerados racistas estão expressões como as “crises de melancolia negra” de Pedro da Maia ou os olhos de Maria Monforte que parecem “negros de cólera”.
Foi também referido uma “escada escura e feia” e quartos “alegres, forrados de papéis claros”, entre outras referências em que a brancura é associada à beleza feminina.
Já Carlos Maria Bobone, que assinou o texto no “Observador”, argumenta com exemplos contrários. Pode encontrar-se n’”Os Maias” expressões como “os belos cabelos negros” da filha de Maria Eduarda e a “palidez pouco saudável” de Eusebiozinho.
Segundo a apresentação da palestra, Vanusa Vera-Cruz Lima tem um curso em Relações Internacionais feito na Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, Brasil. Fez um mestrado em Linguísticas Aplicadas na Universidade de Massachusetts. Atualmente está a fazer um Ph.D em Estudos e Teoria Luso-Afro-Brasileiros na Universidade de Massachusetts Dartmouth, onde também ensina português.

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Fonte: https://www.nit.pt/cultura/livros/palestra-nos-eua-defende-que-os-maias-de-eca-de-queiroz-e-uma-obra-racista?fbclid=IwAR2rjiHNG9FPvxPLuwx0-Sp_yi2E_VFy_lb-yoGViJli09kYoVl12IpZ_nk

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Chegar-se ao cúmulo do ridículo de dizer que, só a título de exemplo, olhos «negros de cólera» é racismo, só mesmo por graça, e nem sequer uma graça com muita graça, visto que ninguém acreditaria que tal asserção pudesse parecer verdadeira a quem tivesse completado a quarta classe. Mas «isto» pelos vistos já chega a palestra de doutoranda, tal é a necessidade que esta gente tem de expressar ódio ao Europeu - nenhum «argumento» é demasiado cretino, nenhuma declaração demasiado ultrajante, nenhuma atitude demasiado odiosa, porque o ressentimento e o mau perder tudo superam e motivam, mostrando-se a sua verve especialmente agreste contra quem lhes dá todas as abébias e mais algumas e quase lhes oferece passadeira vermelha para em público passearem o seu cortejo de dislates palermas como numa marcha carnavalesca. Depois não querem que a cor negra esteja associada à cólera... 
Custa-lhes que, na generalidade da cultura ocidental, a cor branca tenha uma conotação positiva, porque é a cor luminosa por excelência, e, o negro, se conote com o que é mau e/ou perigoso, por ser o elemento que define a própria escuridão, universalmente temida. Enfim, pelo menos na Europa os albinos não correm risco de ser marginalizados ou até mortos, como em certas partes da África negra, onde o albinismo é muito mal visto...
Nem sequer há na tese da doutoranda a mais elementar cautela com um mínimo de racionalidade, o que faria recordar que na obra também há associação da cor negra a algo de belo, nomeadamente a respeito do cabelo da filha de Maria Eduarda, nem isso - o despudor em odiar abertamente é total.

Olha se se tivesse lembrado da parte em que o Ega se orgulha de ser, passo a citar, «um luminoso ariano», aí então é o que livro ia mesmo para o «index» juntamente com o Mein Kampf...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A "culpa" é dos europeus,que contaminados pelo igualitautopismo cristão dão bolsas para retardados mentais a frequentar universidade

28 de fevereiro de 2021 às 20:49:00 WET  

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