quarta-feira, janeiro 20, 2021

EVIDÊNCIAS SOBRE O ÓDIO MILITANTE DA GRANDE IMPRENSA À DIREITA EM GERAL

Joe Biden será formalmente empossado como 46º presidente dos EUA nesta Mércores (20). Contudo, será que os média lhe darão um mandato mais pacífico do que ao seu antecessor?
Donald Trump vai sair da Casa Branca pela última vez sob um coro de decisão dos veículos de imprensa norte-americanos mais populares. No entanto, há várias questões que permanecem sem resposta quando se fala sobre os diferentes acompanhamentos de diversos acontecimentos, pelo que a questão principal deveria ser: será que os média americanos são inerentemente mais favoráveis aos democratas?
Enquanto a confiança dos republicanos nos média afundou sob Trump, a confiança dos democratas aumentou – análise detalhada do que os últimos quatro anos fizeram com a liberdade e a confiança dos média.
Porque se mostraram os média mais compreensivos com a violência associada aos protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) do que com a assim chamada "invasão ao Capitólio" de 6 de Janeiro?
Porque foi o presidente republicano George W. Bush mais criticado pelas políticas no Iraque e Afeganistão do que o seu sucessor democrata Barack Obama? Em 2008, Obama prometeu fechar a prisão de Guantánamo, mas saiu da presidência com a promessa pendente.
Na verdade, porque se centram os média norte-americanos mais nos erros e nas promessas não cumpridas pelos presidentes republicanos do que pelos democratas?
Tomando em conta estes poucos de muitos exemplos, podemos afirmar que os veículos de imprensa norte-americanos são mais favoráveis aos democratas?
Canais de televisão de notícias
A CNN, que é um gigantesco canal de notícias que trabalha 24 horas por dia com sede em Atlanta, foi fundada por Ted Turner, que certa vez se descreveu como um "socialista de coração".
Em 1996, a CNN foi vendida à Time Warner – agora Warner Media – e em 2018 foi comprada pela companhia AT&T por cerca de US$ 85 biliões. Porém, a AT&T não se intrometeu no carácter político da CNN, permanecendo profundamente liberal e pró-democrata.
Os principais apresentadores do canal, Jake Tapper, Wolf Blitzer, Abby Phillip e Anderson Cooper nem sequer fingiram esconder o seu desprezo por Trump e a sua admiração por Biden durante a campanha eleitoral de 2020.
«Foi assim que aconteceu o ataque terrorista de 6 de Janeiro. Milhões de americanos infectados pelo vírus da desinformação", diz Jake Tapper. "Até que aqueles que espalharam a grande mentira trabalham para corrigi-la [...] temo que os EUA continuem neste lugar ruim e perigoso." #CNNSOTU
Outros canais, como o NBC e o MSNBC, que são propriedade da Comcast, são geralmente assistidos por um público liberal. Em 2014, uma pesquisa da Pew revelou que 48% dos seus espectadores eram "esquerdistas" e apenas 18% se consideravam "conservadores".
Entre vários exemplos de preconceito contra Trump está uma falsa alegação feita por Nicolle Wallace, âncora do MSNBC, em 5 de Agosto de 2019 – dois dias após Patrick Crusius, classificado supremacista branco, ter assassinado 23 pessoas em um tiroteio em massa em El Paso. A âncora do MSNBC chegou a afirmar que o presidente Trump estaria a "falar sobre exterminar latinos".
Já do lado republicano, também um dos grandes canais, o Fox News – propriedade da NewsCorp de Rupert Murdoch – apoia Donald Trump, tendo-lhe fornecido um enorme suporte nas eleições presidenciais de 2016, mas, nos últimos dois a três anos, tem-se tornado visivelmente mais distante e frio com o republicano.
Kayleigh McEnany, porta-voz da segurança da administração Trump: ​Com a direcção do presidente Donald Trump, a Guarda Nacional está a caminho junto com outros serviços federais de protecção. Reiteramos o apelo do presidente Trump contra a violência e para permanecermos pacíficos.
Deste modo, no que toca a canais de televisão, dá para concluir que a TV norte-americana tem uma direcção mais pró-democrata.
Sophie Ireland: Eu assisto bastante à CNN, aprendi muito sobre a política dos EUA, mas é fortemente (às vezes desconfortavelmente) teimosa. Parece ser frequentemente acusadora, juíza e jurada. Não há muita tentativa de evitar preconceitos. Isso me faz valorizar nossas próprias reportagens no Reino Unido, mas o estilo americano está infiltrando o daqui.
Sobre jornais e portais de notícias
O jornal de maior circulação nos Estados Unidos é o The New York Post, também propriedade de Rupert Murdoch, que tem como alvos Trump e outras figuras de Direita, como Ted Cruz, bem como políticos democratas.
Durante a campanha eleitoral, o jornal The New York Post publicou uma história exclusiva sobre e-mails supostamente encontrados no laptop de Hunter Biden, filho do presidente eleito, mas o jornal está agora a ser processado por um dono de loja de conserto de computadores em Delaware que afirma ter sido erroneamente retratado como um hacker.
O jornal The Atlantic, que é uma voz cada vez mais influente nos média americanos, foi comprado pela Emerson Collective, uma organização de "justiça social" dirigida pela viúva de Steve Jobs, Laurene que é, por sua vez, democrata.
Contudo, o The New York Times, propriedade do bilionário Arthur Sulzberger, é provavelmente o jornal mais influente dos EUA.
Em Junho de 2019, Sulzberger escreveu um artigo no rival The Wall Street Journal no qual criticava Trump por "cruzar a linha" ao acusá-lo, num tweet, de "traição" por causa de uma história sobre ataques cibernéticos na Rússia.
Conclusão
Considerando que os detentores da propriedade dos grandes média nos EUA provavelmente não mudarão nos próximos anos, e levando em consideração a inclinação dos seus valores políticos, é provável que o governo de Biden tenha um mandato muito mais fácil do que o de Trump.
Porém, os 74 milhões de cidadãos norte-americanos que votaram em Trump nas eleições de Novembro já estão cientes do favoritismo democrata por parte dos grandes média, pelo que muitos deles já delas se desligaram.
*
Fonte: https://br.sputniknews.com/americas/2021012016808364-midia-nos-eua-quem-manda-nela-e-por-que-alvejou-trump-muito-mais-do-que-presidentes-democratas/

* * *

É só um registo do que se tem constatado nas últimas décadas, em especial desde 2016, cuja raiz ideológica já se conhece - a predominância da «religião» do universalismo militante no seio da elite político-cultural, e por isso mediática, reinante.