SOBRE AS CRÍTICAS DE BENOIST AO(S) PAPA(S)
Em recente entrevista, o pensador de Direita Alain de Benoist dirige críticas especialmente lúcidas ao comportamento papal, dizendo a respeito da própria religião cristã o que, ao fim ao cabo, já se sabe há séculos, milénios até, mas que não é suficientemente lembrado nas hostes do Nacionalismo. Ao fim ao cabo, é daqui que deriva o grande combate nacionalista – a maior parte desta gesta só existe como reacção saudável do Organismo Estirpe ao veneno cristão que se inoculou nas veias da Europa e que, a pouco e pouco, veio a formar o Anti-racismo militante, que é ele próprio uma espécie de «religião» em tudo derivada do Cristianismo, uma versão laica do cerne da moral cristã, um autêntico credo secular,
com os seus dogmas, que incluem o sentido colectivo de culpa,
o seu clero (os intelectuais dominantes),
a sua Inquisição sustentada pelos Estados (os SOS Racismos),
os seus diáconos (imprensa dominante)
e os seus fiéis (generalidade do pessoal que pulula nas universidades e, genericamente, nas classes altas e médias-altas).
Só por isso me parece que Benoist erra ao dizer que o papa Francisco se contradiz – o papargentino não se contradiz em nada, pelo contrário, é pura e simplesmente coerente com a doutrina cristã, este é aliás o motivo pelo qual se revela tão nefasto ao Ocidente como se tem visto, pois que a cristianização foi a maior tragédia da história da Europa e a sua pior consequência está-se a ver actualmente, que é o fanatismo anti-racista e a imigração em larga escala.
É muito claro que, se os Europeus perderem a Europa, essa catástrofe não começou agora, nem com a Maçonaria nem nada que se pareça – o derrube do Povo Europeu começou com o derrube dos altares dos Deuses Europeus em nome do culto totalitário a um carpinteiro do Médio Oriente.
No excerto de entrevista que se segue, Benoist vai direito ao assunto com os exemplos que dá do que é e sempre foi a doutrina cristã, e poderia até dar muito mais exemplos se quisesse, pois que o grosso da palavra de Cristo constitui a própria essência do internacionalismo e do universalismo militantes: dissolução dos laços de sangue em proveito dos laços doutrinais, raiz do internacionalismo e do anti-nacionalismo e do anti-racismo, como ando a dizer há quase quinze anos (disse-o no final de Dezembro de 2005). Benoist diz que a passagem por si citada, em que Jesus se distancia da sua própria mãe, significa «a destituição da natureza em nome da cultura», o que me parece um simplismo perigoso – não é «a cultura» em si, é uma determinada cultura, uma determinada espiritualidade, estranha à generalidade do mundo europeu pagão, pois que em Platão, por exemplo, a primazia da etnia está solidamente demonstrada, tanto na sua obra-mestra «A República» como no seu quase desconhecido diálogo «Menexeno» …
Eis, então, o texto da entrevista:
«Boulevard Voltaire: O mínimo que se pode dizer é que Tutti Fratelli, a última encíclica do Papa Francisco, não foi unânime no mundo católico. Principalmente quando diz que se sentiu encorajado pelo grande imã Ahmed el Tayyeb, que se reuniu em Abu Dhabi. Seu sentimento?
Alain de Benoist: Vindo depois de Lumen fidei e Laudato si', a terceira encíclica do Papa Francisco é apresentada como uma admoestação política interminável que pede “pensar uma outra humanidade”, onde todos teriam o direito de “realizar-se plenamente como pessoa”. Isto implicaria, em particular, o direito dos imigrantes de se estabelecerem onde quiserem, quando quiserem e quantos quiserem. Assim se estabeleceriam as bases da “fraternidade universal”. O papa aparentemente esqueceu que a história da irmandade começou mal, neste caso com o assassinato de Abel pelo seu irmão Caim (Gn 4, 8).
Dito isso, o Papa Francisco tem alguns argumentos teológicos a apresentar. No monoteísmo, o único Deus é o “Pai” de todos os homens, pois todos os homens são chamados a adorá-lo. Todos os filhos deste Pai podem, portanto, ser considerados irmãos. Este é o fundamento do universalismo cristão: o povo de Deus não conhece fronteiras. As diferenças de pertença, origem ou sexo são insignificantes aos olhos de Deus: “Não há judeu nem grego, não há homem nem mulher, porque todos sois um no mundo, Cristo”(Gal 3:28). O homem pertence imediatamente à humanidade, e já não, como se considerava na Antiguidade, de forma mediata, por intermédio de um Povo ou de uma cultura (para o Papa, o Povo é uma “categoria mítica”).
Quando alguém declara considerar alguém "como irmão", a referência é obviamente o irmão verdadeiro, o irmão de sangue. Não há nada parecido com Francisco, que pode aqui afirmar ser o exemplo de Jesus em um dos episódios mais famosos do Evangelho. A família de Jesus vai ao lugar onde ele prega para agarrá-lo, considerando que ele “perdeu o sentido (elegon gar oti exestè)”: “Havia uma multidão sentada à sua volta e nós disse-lhe: “Lá a tua mãe e os teus irmãos e as tuas irmãs estão à tua procura”. Ele responde: “Quem é minha mãe? E [quem] meus irmãos?” E olhando para aqueles que estavam sentados ao seu redor, ele disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e mãe”” (Mc 3,20-35). A superioridade da fraternidade espiritual sobre a fraternidade biológica é muito claramente afirmada. Destituição do carnal em benefício do espiritual, da natureza em nome da cultura, do sangue em benefício do espírito.
É com esse espírito que o Papa Francisco só quer considerar os interesses dos imigrantes na imigração. Já o havia dito: para ele, “a segurança dos migrantes deve vir sempre antes da segurança nacional”. A segurança das populações hospedeiras vem em segundo lugar. Francisco coloca os seus passos aqui na Epístola a Diogneto, uma carta de um cristão anónimo do final do século II: “Os cristãos não se distinguem dos outros homens por país, língua ou costumes. [...] Cada terra estrangeira é uma pátria para eles, e cada pátria é uma terra estrangeira para eles."
Mas que significado exacto devemos dar à palavra "fraternidade"?
No lema republicano, "fraternidade" é um valor moral, não um princípio político. Se quisermos usá-lo como um princípio político, vamos contra todas as coisas erradas. Há alguns meses, os juristas não hesitaram em referir-se ao princípio da “fraternidade” para legitimar a acção dos contrabandistas que fazem com que os imigrantes ilegais atravessem as nossas fronteiras. Obviamente, é uma perversão dos textos.
A fonte da fraternidade, para o Papa Francisco, está no ágape, que é a forma cristã de amor. A sua tradução latina por caritas ("caridade") não expressa todo o seu significado. Ágape é antes de tudo um estado de espírito que deve manter a abertura ao Outro, independentemente deste. É um amor universal, sem destinatário único, um amor por cada homem pela única razão de ser homem, um amor incondicional também, que nada espera em troca.
Ao proclamar que "somos todos irmãos", François adopta uma concepção totalmente irrealista das relações sociais. Ele acredita que não mais haverá guerras quando todos os homens considerarem "cada ser humano como irmão ou irmã". Ele acredita que a política se resume à moralidade, que por sua vez se resume ao "amor". Ele confunde moral pública com moral privada, que não estão no mesmo nível: conceder a minha hospitalidade pessoal a um estrangeiro é uma coisa, trazer milhões deles a um país a ponto de alterar a sua identidade, é outra. Concluindo, ele não hesita em promover uma “organização mundial dotada de autoridade” que elimine todas as fronteiras e todas as soberanias nacionais.
«Boulevard Voltaire: Esta encíclica ("Fratelli tutti") é também, para o Papa, uma nova oportunidade para criticar a nossa economia de mercado, ao mesmo tempo que clama por um “mundo aberto”. Isto não é uma grande contradição, quando não um apelo à vaga migratória?
Alain de Benoist: Evidentemente que é uma inconsistência total, já que o capitalismo liberal, que o Papa Francisco estigmatiza - e com razão -, continua a exigir a livre circulação de homens e mercadorias ("laissez faire , laissez passer”). Na boa lógica liberal, nada é mais "aberto" do que um mercado! Afirmar que os migrantes têm o direito de se estabelecer onde bem entendem – Já Bento XVI proclamava o “direito humano fundamental de cada um se instalar onde achar mais oportuno” - é precisamente recuperar a “palavra de ordem” liberal.
O Papa contradiz-se novamente quando apela a derrubar os “muros”, esquecendo-se que a função principal desses “muros” não é excluir, mas proteger. Ao defender uma solidariedade sem fronteiras que existiria potencialmente em todos os homens pela simples razão de serem humanos, mostra que não entende que não existe fraternidade possível, no sentido da philia aristotélica (a amizade política e social), a não ser com a condição de estar circunscrita dentro de limites bem definidos. Da mesma forma, o “bem comum universal” é apenas uma ilusão: não existe bem comum pensável que não seja limitado àqueles que partilham concretamente esse “comum”, ou seja, às comunidades politicamente e culturalmente definidas.
O Papa apresenta a humanidade unificada como uma meta a ser alcançada ("sonhemos como uma só e mesma humanidade"), a “cidade cosmopolita” como uma redenção, como se a divisão do mundo em nações, culturas e povos fosse um acidente histórico que seria possível apagar. A sua "fraternidade universal" não é mais que um desejo devocional desprovido de sentido, sustentado pela obsessão da uniformização, da fusão, do desaparecimento de tudo o que separa e, portanto, distingue. Considerando o que são os homens reais, podemos muito bem defender a “fraternidade” da gazela e do leão! Jean-Baptiste Carrier, em 1793, dizia fazer o massacre da Vendeia "por princípio de humanidade". Carl Schmitt, citando Proudhon, acrescentava: “Quem fala em humanidade quer enganar”. Francisco engana enormemente.»
4 Comments:
"Dai a César o que é de César..."
Jesus Cristo
Sobre o atropelamento de um polícia em Évora, veio me a cabeça k poderia ser negro mas em Évora! Pensei k lá era um português mauzinho.
Afinal tava enganado, e um jovem adulto de cor negra
https://www.cmjornal.pt/portugal/amp/fortuna-malengue-o-guarda-prisional-que-atropelou-mortalmente-psp-apos-agredir-mulher-em-evora
Bodes expiatórios do tipo 'bilderbergos', igreja católica... não obrigado!
Leia-se:
Distância/separatismo do BANDO DE PASPALHOS QUE NÃO GOSTA DE TRABALHAR PARA A SUSTENTABILIDADE!!!
[leia-se: urge o Separatismo Identitário]
.
.
.
.
O europeu-do-sistema do século XXI que se entenda com os boys e girls da supremacia demográfica; adiante:
- DISTÂNCIA/SEPARATISMO DESSE PESSOAL!
.
O europeu-do-sistemaXXI não gosta de trabalhar para a sustentabilidade:
- trabalhar para a sustentabilidade demográfica -» NÉPIA: ele prefere vender-se aos boys e girls da supremacia demográfica (são fornecedores de 'salvadores da demografia');
- trabalhar para a sustentabilidade laboral -» NÉPIA: ele prefere vender-se aos boys e girls da supremacia demográfica (são fornecedores de trabalhadores em profissões que o europeu-do-sistemaXXI não quer ver valorizadas socialmente).
[nota: sem igualitarismos, no entanto, todas as profissões (incluindo a mão-de-obra servil) devem ser valorizadas socialmente]
.
.
O bando de paspalhos que não gosta de trabalhar para a sustentabilidade (vulgo europeu-do-sistemaXXI), vendido aos boys e girls da supremacia demográfica, OSTENTA UM DISCURSO DE ÓDIO IMPERIAL:
- de facto, eles, em conluio, PRETENDEM INSTITUCIONALIZAR O ÓDIO ANTI-IDENTIDADES AUTÓCTONES:
---»» exemplo 1: acusam de «racistas» os povos que não estão interessados em corridas demográficas:
- ou seja, os povos que investem em filhos no sentido que eles tenham boas condições de trabalho... quer trabalhem (ou não) como mão-de-obra servil;
- ou seja, os povos não interessados em receber a abundância de mão-de-obra servil que os aspirantes a donos da demografia estão disponíveis para fornecer.
---»» exemplo 2: acusam de «racistas» a mão-de-obra servil que protesta afirmando o óbvio:
- "num planeta aonde mais de 80% da riqueza está nas mãos dos mais ricos, que representam apenas 1% da população, quem deve pagar a ajuda aos povos mais pobres é a Taxa-Tobin e não a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil de outros povos";
---»» etc...
.
.
.
.
Os Separatistas Identitários não estão interessados nos 'tiques-dos-impérios' dos nacionalistas, nem em nenhuns tiques-dos-impérios... mas sim, em LIBERDADE, isto é:
– todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» inclusive as de rendimento demográfico mais baixo, inclusive as economicamente menos rentáveis.
Leia-se: Os ‘globalization-lovers’, UE-lovers, etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa: SEPARATISMO IDENTITÁRIO!
[blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/]
.
.
.
.
UMA CONSTATAÇÃO SIMPLES E ÓBVIA QUE NÃO INTERESSA AO EUROPEU-DO-SISTEMA-XXI:
- a prioridade no acesso a reformas antecipadas (nota: sem descurar sustentabilidade) deve ser concedida (não a esta ou aquela categoria profissional... mas sim...) às pessoas que têm filhos: não é apenas o trabalho de criar os filhos... é, sobretudo, uma vida de stress psicológico: a preocupação que os seus filhos não estejam doentes, a preocupação que os seus filhos não tenham acidentes.
.
NOTA:
Ao contrário dos boys e girls da supremacia demográfica, os Identitários não estão interessados em 'corridas demográficas'... no entanto... estão interessados em sustentabilidade demográfica; nota:
—»» promover a Monoparentalidade (sem ‘beliscar’ a Parentalidade Tradicional, e vice-versa) é evolução natural das sociedades tradicionalmente monogâmicas!!!
Explicando melhor:
– urge dar incentivos à disponibilidade emocional do indivíduo... isto é, ou seja, a SEXO, ORIENTAÇÃO SEXUAL, ESTADO CIVIL É IRRELEVANTE... importante mesmo é a disponibilidade emocional do indivíduo para criar/educar crianças!!!
[exemplos de incentivos: prioridade no acesso a reformas antecipadas, acesso a barrigas de aluguer, acesso a bancos de óvulos, creches municipais a funcionar 24 horas por dia, etc]
-» ver blog: http://tabusexo.blogspot.com/
P.S.
INVESTIMENTO IDENTITÁRIO VERSUS INVESTIMENTOS DA ELITE ECONÓMICA
---» Os Identitários investem em filhos no sentido que eles tenham boas condições de trabalho... quer trabalhem (ou não) como mão-de-obra servil.
---» A elite económica faz/possui investimentos... tendo em vista negociatas de índole esclavagista (negociatas de abundância de mão-de-obra servil), e negociatas de índole colonialista (negociatas que envolvem a substituição populacional de autóctones).
Enviar um comentário
<< Home