sexta-feira, novembro 13, 2020

VERNES 13




Eis um vídeo interessante sobre a eventual origem das superstições ligadas ao dia de hoje - tudo parte possivelmente da hostilidade temerosa com que o clero cristão encarava o dia da semana consagrado à Deusa do Amor e do Sexo: Vénus para os Romanos, Afrodite para os Gregos, Freia para os Germanos. Antes de inventarem a nomenclatura hebdomadária da Igreja (que nomeia os dias da semana por números e está na origem do vocabulário hebdomadário português) até evitavam dizer o nome latino pagão da sexta-feira, que é Dies Veneris (Dia de Vénus) - preferiam dizer «o dia antes de sábado».




Conforme se pode leraqui, outra das explicações da origem da superstição segundo a qual a sexta-feira 13 é dia de azar assenta na tradição nórdica: sendo a Deusa Frigga (à direita) ou a DeusaFreia (à esquerda, sentada), segundo outros, a Divindade à Qual os antigos Germanos consagravam a sexta-feira*, aconteceu que quando a população foi convertida ao Cristianismo, a Deusa foi considerada como uma bruxa e expulsa para o alto de uma montanha. Como vingança, passou a reunir-Se todas as sextas-feiras com onze bruxas e o diabo, formando assim o número treze, para neste concílio semanal tecerem os destinos para a semana seguinte.
Freia são consagrados os gatos, o que pode estar na origem na imagem folclórica europeia da associação deste felino à típica bruxa.

Ainda outro mito setentrional conta que estando os doze Deuses Aesir reunidos à mesa, em banquete, o malicioso Deus Loki, que não tinha sido convidado, resolveu aparecer, fazendo com que fossem treze os presentes, e ardilosamente criar um suposto divertimento no qual o arqueiro Hoder, o Deus cego, matou involuntariamente Balder, o mais bondoso dos Deuses, deste modo desencadeando o Ragnarök ou fim do mundo («Destino Final dos Deuses»).

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* - Na tradição pagã europeia, cada dia da semana é consagrado a uma Deidade. Tal tradição foi na Europa adoptada pelos Romanos. Dos Romanos passou mais tarde aos Germanos. Claro está que cada um destes povos deu aos dias da semana os nomes dos seus próprios Deuses nacionais. A sexta-feira, por exemplo, é em Roma o dia de Vénus, Deusa do Amor e do Sexo. Ora a equivalente nórdica de Vénus é Freia (ou Friga, segundo outros). Por isso, enquanto os Romanos diziam «Dia de Vénus» (Dies Veneris, que deu o galego Vendres, o castelhano Viernes, o italiano Venerdi, etc.), os Germanos diziam «Dia de Freia» (daí o inglês Friday, o alemão Freitag, o Sueco Fredag, etc.). Quanto a Friga, é habitualmente considerada como uma espécie de equivalente aJuno, porque é esposa do Deus soberano (Odin).
Para ver os nomes dos restantes dias da semana, clicar aqui (mas na página em Inglês é mais completa a descrição). Portugal, Islândia e vários países de leste, foram nesse aspecto de tal modo controlados pela Igreja que os dos nomes pagãos dos dias da semana foram varridos e substituidos por termos originados no vocabulário litúrgico da Igreja, inteiramente baseados em números: só o sábado (dia sagrado dos Judeus) e o domingo (dia sagrados dos cristãos) interessam, os outros dias só existem como contagem para esses dois.
Contudo, no Portugal arcaico chegou a ser usada uma nomenclatura hebdomadária predominantemente pagã, criticada, recorde-se, por «São» Martinho de Braga na sua «De Correctione Rusticorum»...
Agradecimentos ao leitor que aqui trouxe esta preciosidade, há uns tempos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dias_da_semana Nesta fonte pode ler-se que no Português arcaico o nome da sexta-feira é Vernes, ou seja, o Dia de Vénus.