quarta-feira, abril 03, 2019

PETIÇÃO PARA MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DA INQUISIÇÃO

Apesar de a Inquisição ter vigorado em Portugal durante quase três séculos (1536-1821), a maioria da população portuguesa não faz ideia da dimensão perniciosa da sua acção social, religiosa, cultural, científica, económica e mental. O “Santo Ofício”, como a Inquisição se auto-intitulava, foi estabelecido para prender e castigar os judeus que tinham sido baptizados contra a sua vontade em 1497, embora acabasse por também perseguir outras vítimas, tais como: muçulmanos, protestantes, ateus, homossexuais, feiticeiras e bígamos. Uma das principais razões para o esquecimento ou mitigação das vítimas da Inquisição foi a sua exclusão pela ditadura portuguesa (1926-1974) dos programas escolares. Mas a democracia que lhe sucedeu ainda não deu a importância que devia ter dado no sentido da preservação da memória dessa instituição e das suas vítimas. 
Na verdade, foram cerca de 45.000 os processos dos vários tribunais da Inquisição: especialmente os de Évora, Lisboa, Coimbra e Goa, mas também os do Porto, Lamego e Tomar, apesar da sua efémera duração. Se multiplicarmos esse número pelos seus parentes e descendentes, que foram espoliados dos seus bens, discriminados social, cultural, económica e religiosamente, milhares deles forçados ao desterro nas terras tolerantes, em particular para com os Judeus, que foram mais de 80% dos processados, ascende a centenas de milhares o número das vítimas. E não restam dúvidas de que, além da perda das potencialidades, conhecimentos científicos, virtudes culturais e exercício de actividades em que sempre foram os nossos melhores, como a medicina, a astronomia e a finança e que foram enriquecer os países que os acolheram, Portugal ficou afectado por uma vida dominada pelo medo, que a Inquisição impôs nesse tempo e que nos ficou como um lastro duradouro. 
Considerando que é tempo de se assumir abertamente o papel negativo da Inquisição em Portugal e nas ex-colónias, especialmente o Brasil, e honrar e preservar a memória de centenas de milhares de portugueses que sofreram, directa ou indirectamente, a sua perseguição, propõe-se: 
1) A instalação de um Memorial às Vítimas da Inquisição frente ao Teatro Nacional D. Maria II, local onde funcionou o tribunal da Inquisição de Lisboa, outrora palácio dos Estaus, edifício destruído por um fogo no século XIX; 
2) A criação do Dia da Memória das Vítimas da Inquisição a 23 de Maio, invocando o estabelecimento da Inquisição em Portugal pela bula papal "Cum ad nil magis" em 23 de Maio de 1536. 

Para assinar, aceder a esta página: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88276&fbclid=IwAR2dFuW7WOM9oq13Gx8GEmweXj2EJh6jFXsIf3Ad_HTYhJpMGRhdCevGHuI

4 Comments:

Anonymous Carlos said...

A lenda das mortes da Inquisição foram desmentidas em 1998 quando o então Papa João Paulo II abriu os arquivos do Vaticano para esquisadores protestantes; ateus; muçulmanos e judeus analisarem os documentos da Inquisição.

Conclusão: a inquisição da Igreja Católica não matou ninguém. Quem matava era o poder civil. Está tudo publicado no livro "L'Inquisizione" de Agostino Borromeo. Não acreditem em mim. Leiam o livro!

3 de abril de 2019 às 14:30:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Pois, isso é mesmo não ter vergonha nenhuma na cara. Não era a Inquisição que matava, ai não era não, era só a Inquisição que decidia matar e o poder civil limitava-se a seguir a ordem da Inquisição. Isto diz respeito aos homicídios, claro, porque em matéria de torturas escandalosamente cruéis, aí era mesmo a Inquisição que fazia, directamente, como se constatou na de Goa, a mais hedionda instituição de que há memória na Índia.
Que haja católicos ainda a cair no ridículo de negar o ostensivamente óbvio só mostra o obscurantismo e a total falta de honestidade que vai naquelas cabeças.

4 de abril de 2019 às 01:41:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Pagãos perseguira e mataram católicos no inicio do cristianismo; judeus perseguiram e mataram católicos no inicio do cristianismo, está até documentado no Novo Testamento; protestantes perseguiram e mataram católicos; muitos perseguiram e mataram católicos.

Se erguerem esse memorial, católicos podem também erguer um memorial mostrando a perseguição dos judeus, protestantes, pagãos etc etc etc contra os católicos.

4 de abril de 2019 às 02:07:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Em primeiro lugar, as perseguições aos cristãos por parte dos Pagãos foram meramente defensivas e ainda por cima raras. Efectivamente, foram os católicos que começaram as hostilidades, aliás, foram os cristãos, porque antes do Cristianismo não havia perseguição religiosa por motivo de intolerância doutrinal em solo europeu. Quanto às matanças entre abraâmicos - judeus, cristãos católicos e protestantes, muçulmanos - pois de facto isso é típico dessa gente, onde essa gente não reina não há inquisições.

4 de abril de 2019 às 03:07:00 WEST  

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