terça-feira, abril 02, 2019

PEÇA DE TEATRO COM MÁSCARAS ESCURAS É CANCELADA POR PRESSÃO VIOLENTA ANTI-RACISTA

Agradecimentos à Madalena por ter aqui trazido este contributo (texto da Madalena a itálico) 

Depois de ter lido isto:
https://etudiant.lefigaro.fr/article/a-sorbonne-universite-une-piece-de-theatre-antique-annulee-a-cause-de-blackface_df1588a4-4fe4-11e9-b229-8691a4b9539f/

Escrevi o texto que vai nos parágrafos seguintes: 
Na quinta-feira passada (25-3-2019), uma peça clássica da dramaturgia grega, «As Suplicantes», criada por Ésquilo no século V a.C., foi boicotada na Universidade Sorbonne, França, por estudantes e associações anti-racistas. Os actores foram forçados a abandonar o palco perante a violência dos insultos. Qual o motivo? As personagens usavam máscaras negras e isso «é racismo».
A peça incluía-se num programa teatral e foi encenada de acordo com a tradição grega, que recorre ao uso de máscaras, por um dos maiores especialistas do género, Phillipe Brunet.
Face a este ataque à liberdade de criação e de expressão artística, o realizador deu conta de múltiplas situações com o uso das caracterizações. Imagine-se homens disfarçados de meninas, novos de velhos, morenas com máscaras brancas, azuis ou vermelhas. 
É claro que toda esta agitação é absurda e uma importação do racismo americano, no sentido em que nos Estados Unidos se vem tornando tabu o disfarçar-se de preto, que eles designam «blackface». Em tempos passados, no teatro, foi prática os actores, que eram quase exclusivamente brancos, maquilharem-se de preto para imitarem certos tipos humanos comuns, em vez de contratarem actores negros, que não existiam por razões sociais e culturais. Outra crítica é a de que as personagens negras tinham papéis desprestigiantes.
Recorde-se que há um ano o futebolista francês Griezmann, que é um adepto dos Harlem Globetrotters, disfarçou-se de um desses basquebolistas, pintando a cara de negro, o que lhe valeu um coro de críticas por «prática racista».
Quantos fãs de artistas negros se mascaram para os imitar por pura admiração? Ou as vulgaridades carnavalescas? E quantos Elvis pretos se pintam de branco?
Vivemos uma época insana com gente a reinventar o racismo, a perpetuar agravos passados, a alimentar-se dessas polémicas e a tirar proveito de falsos delitos. 

«Nobody expected the Spanish Inquisition», diziam os Monty Python, mas hoje já toda a gente espera a Inquisição Anti-Racista, que é ainda mais ridícula do que a de Espanha. «As Suplicantes» de Ésquilo têm mesmo de apresentar caras escuras porque isso faz parte do enredo - trata-se de um caso muito interessante de mulheres de ascendência helénica que vivem no Egipto há gerações e assim ficaram morenas, diz a peça, mas mesmo assim quiseram refugiar-se na cidade helénica de Argos porque não queriam ser desposadas à força pelos escuros e violentos homens do Egipto. Se não houver actores escuros, não se pode fazer a peça? Imbecilidade inquisitorial pura, contra a qual se justificaria perfeita e até muito justamente uma carga policial jeitosa nos jovens universitários, autênticos clérigos & diáconos da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente, cuja existência, simples acto de respirar, tem como maior utilidade o dar razão aos Nacionalistas ocidentais.