quarta-feira, março 20, 2019

MINISTRO DO INTERIOR ITALIANO: «IMIGRANTES POR MAR NÃO VÃO ENTRAR EM ITÁLIA»

O navio Mare Jonio, do projecto Mediterranea Saving Humans resgatou 50 migrantes esta Martes no Mediterrâneo, perto da costa da Líbia. Matteo Salvini, o ministro do Interior italiano, avisou que não vai deixar o navio atracar em porto algum do país.
O navio de bandeira italiana pertencente ao projecto de vigilância do Mediterrâneo, e que também faz parte da organização não-governamental (ONG) Open Arms, informou sobre o resgate de 50 pessoas, incluindo 12 menores, que estavam num bote pneumático a 42 milhas da costa da Líbia.
A diferença com outros casos em que ONG resgataram migrantes no Mediterrâneo é que desta vez o barco tem bandeira italiana e, portanto, Salvini não pode apelar à responsabilidade de outros países.
A este respeito, o ministro enviou durante a noite de Lues uma directiva para as autoridades italianas, na qual referiu que "quem quer que auxilie migrantes sem documentos em águas que não são de responsabilidade italiana, sem que Roma tenha coordenado a intervenção, viola a ordem e a segurança do Estado italiano".
O ministro atacou ainda a tripulação do navio "por não ter obedecido às autoridades e por ter decidido autonomamente ir para Itália apenas por razões políticas, já que a Líbia estava mais próxima".
Matteo Salvini confirmou esta Martes, em declarações para o canal televisivo italiano Sky TG24 que os resgatados terão direito à comida e às roupas que necessitarem, mas que o Ministério do Interior nunca autorizará o desembarque. "Os migrantes não porão um pé em Itália," disse o ministro do Interior.
Salvini também acusou a organização não-governamental Open Arms de ajudar "aqueles que gerem o tráfico de seres humanos". O ministro do Interior insistiu em "haver sanções para aqueles que violam explicitamente regulamentos de resgate internacionais, europeus e nacionais," numa directriz sobre as leis relativas a operações de resgate publicada na manhã de Martes.
O ministro do Interior já tinha declarado repetidamente que as águas italianas estão fechadas às acções de resgate de migrantes das ONG, numa tentativa de forçar o resto da Europa a aceitar mais requerentes de asilo. "Os portos foram e permanecem fechados," escreveu Salvini no Twitter.
Por seu lado, o autarca de Lampedusa, Toto Martello, pediu para deixarem esses migrantes desembarcarem no porto da cidade e denunciou que nos últimos meses continuaram a desembarcar pessoas sem que o Ministério do Interior dissesse alguma coisa.
O Mare Jonio assegurou terem resgatado os migrantes duas vezes, "de naufrágio e do risco de serem capturados e levados para voltar a sofrer as torturas e os horrores que tentavam fugir".
Sobre as condições dos migrantes, a ONG disse que foi solicitada a transferência de urgência para um hospital de um migrante, que se encontra em estado grave.
A ONG explicou que as pessoas a bordo estiveram no mar por quase dois dias e, embora as condições de saúde estejam bastante estáveis, estão todas muito cansadas e com problemas de desidratação.
"Pedimos formalmente a Itália, nosso Estado de bandeira e o Estado cuja responsabilidade legal e geográfica recai, para indicar um porto de desembarque para essas pessoas", acrescentaram.
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Fonte: https://www.dn.pt/mundo/interior/migrantes-nao-porao-um-pe-em-italia-salvini-declara-guerra-a-resgate-no-mediterraneo-10699343.html?fbclid=IwAR3oNAnKjD5kJnWdWTfUd_08oTvxKJi2FgQKrGEcr2Z2TR0jT8jJt9pX-9Y

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Salvini continua a honrar as suas promessas e a não permitir que os traficantes de gente e apoiantes de iminvasões possam impingir aos Europeus alógenos em larga escala através de uma abjecta chantagem moral, verdadeiramente terrorista, porque usa o medo e os inocentes como arma política.