quarta-feira, março 20, 2019

PRIMEIRO-MINISTRO DA LITUÂNIA CONSIDERA A MUDANÇA DE EMBAIXADA EM ISRAEL PARA JERUSALÉM CASO GANHE AS ELEIÇÕES

O primeiro-ministro da Lituânia, Saulius Skvernelis, disse nesta Martes que consideraria a mudança da embaixada do país em Israel de Tel Aviv para a cidade disputada de Jerusalém, caso ganhe as eleições presidenciais de Maio.
Skvernelis afirmou que a mudança da missão poderia levar a laços mais estreitos com Israel e os Estados Unidos, que a Lituânia considera um amortecedor de segurança chave contra a Rússia.
A transferência da embaixada "pode trazer um novo ímpeto para as relações com Israel, tanto nas áreas de segurança e comércio", declarou Skvernelis a repórteres ao chegar à campanha presidencial para delinear suas prioridades de política externa.
"Nós também enviaríamos um sinal de que os Estados Unidos são nosso parceiro não apenas em palavras, mas também em questões amargas em discussão", acrescentou.
A decisão do presidente Donald Trump de transferir a embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém rompeu décadas de consenso internacional de que o estatuto controverso da cidade deveria ser resolvido como parte de um acordo de paz entre Israel e os Palestinos, que também a afirmam como a capital do seu futuro Estado.
Políticos seniores dos países da União Europeia (UE), República Checa e Roménia, disseram que também estão a pensar em mudar as suas embaixadas para Jerusalém, mas nenhuma decisão foi tomada até agora.
A UE como um todo mantém a posição de que o estatuto de Jerusalém deve ser negociado por Israel e pelos Palestinianos.
Israel ocupou Jerusalém a leste na Guerra dos Seis Dias de 1967 e depois anexou-a num movimento nunca reconhecido pela comunidade internacional.
Skvernelis insistiu nesta Martes que a sua Nação "não deve ter medo de diferir dos Estados vizinhos", dizendo que ligações culturais e de segurança fizeram de Israel um dos aliados mais próximos da Lituânia.
O legado do Holocausto e o estreito alinhamento com os EUA estão entre as razões pelas quais a Lituânia se tornou numa das amigas mais próximas de Israel na UE na última década.
A presidente prestes a deixar o cargo, Dalia Grybauskaite, que após dois mandatos consecutivos não está a disputar a reeleição, "não quis comentar sobre os programas eleitorais", disse sua porta-voz.
A ministra de Relações Exteriores, Linas Linkevicius, destacou nesta Martes que as observações de Skvernelis não marcaram nenhuma mudança na política oficial da Lituânia porque "ele estava a falar como candidato presidencial e não como primeiro-ministro".
"A posição oficial lituana não mudou: o estatuto de Jerusalém deve ser resolvido por meio de negociações e ambos os lados devem se abster de acções e decisões unilaterais", disse a ministro à Agência AFP.
Por lei, transferir a embaixada exigiria a aprovação do governo e do presidente.
A Lituânia vai realizar uma eleição presidencial de duas voltas em 12 e 26 de Maio.
Em pesquisas de opinião recentes, Skvernelis estava atrás do economista independente Gitanas Nauseda e da ex-ministra conservadora Ingrida Simonyte.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/europa/2019031913523374-lituania-embaixada-jerusalem/

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Disputas entre Europeus são sempre lamentáveis, mas a isso obrigam os imperialismos actuais, neste caso o russo. A atitude do primeiro-ministro é muito positiva, independentemente das suas motivações, pois que reforça o reconhecimento da legitimidade nacional israelita - valorizando o princípio da precedência nacional, isto é, de «quem estava primeiro» no território - e, nisso, leva água ao moinho do Nacionalismo; e, diante do Islão, fortalece-se assim o Ocidente como bloco político euro-americano-israelita, num todo coeso e coerente.