terça-feira, janeiro 01, 2019

COMEÇA O ANO E O MÊS DE JANUS, O PRIMEIRO DOS DEUSES, SENHOR DAS PASSAGENS, DOS INÍCIOS E DOS UMBRAIS, PORTEIRO DO CÉU...


Janus, Deus dos Começos, o Primeiro dos Deuses, Porteiro dos Céus, Cuja chave como símbolo foi mais tarde «usurpada» por «São» Pedro, o porteiro do céu na tradição cristã... o Seu nome pode derivar do latim Dianus, do indo-europeu primordial *dia- < *dy-eð2, que por sua vez derivaria da raiz indo-europeia  *dey- , que expressa a ideia de céu brilhante e está por isso na origem dos termos «dies» (dia) e do teónimo Júpiter. Não há de qualquer modo registo histórico do nome Dianus. Outra etimologia proposta faz derivar o nome Janus da raiz indo-europeia *yā- < *y-eð2- tema II da raiz *ey- vai, que originou também o sânscrito "yana-" e o avéstico "yah-", em Latim com "i-" e em Grego com "ei-". Do nome de Janus poderá ter vindo a palavra portuguesa «janela».
Nos rituais era em regra a primeira Divindade a ser nomeada. Não tinha nenhum sacerdote específico, mas o rex sacrorum, o mais elevado dos sacerdotes romanos, levava a cabo os Seus ritos.
As portas do templo de Janus em Roma estavam abertas em tempo de guerra e fechadas em tempo de paz.

A celebração do Ano Novo em Janeiro é claramente de origem pagã, tendo inclusivamente sido combatida pelas autoridades cristãs. Há diversos testemunhos de que as igrejas cristãs a condenaram na Península Ibérica - condenaram o festejo das Calendas (primeiro dia) de Janeiro, festejo este que data do tempo da república romana. Martinho de Braga criticou no século VI o costume de celebrar o Ano Novo durante as calendas de Janeiro («De Correctione Rusticorum» 10, 1-2) e não durante a Páscoa, como mandava a tradição judaico-cristã primitiva. Antes disso, no século IV, o bispo Paciano de Barcino, de Barcelona, lamentou num texto (El Cervulus) que se continuasse a praticar o velho costume hispânico de trajar peles e cornos de animais (cervos, novilhos, touros) para festejar a entrada no Novo Ano durante as calendas de Janeiro, quando a população formava coros, cantava e bailava. O cânone do concílio IV  de Toledo (em 633) predica a dedicação de um dia especial, no início do ano, para jejum e abstinência, em contraposição ao costume pagão de celebrar a data. Esta tradição pagã está igualmente atestada no sul da Gália, segundo Cesareo de Arlés. E ainda hoje sucede que em Los Molinos, povoado da Serra de Madrid, se realizam mascaradas no começo do ano, em que homens se cobrem com peles e cornos taurinos (segundo J.M. Blázquez), o que também acontece noutras áreas da meseta ibérica e ainda nos Pirinéus, mas durante o Carnaval.

Em Portugal não sei, que este texto (a parte a itálico) saquei-o de uma site em Castelhano...


Agora Proclo:
Avé Mãe dos Deuses, de muitos nomes, Cujos filhos são belos
Avé, poderosa Hécate do Umbral
E avé também Tu, Antepassado Jano, Zeus Imperecível
Avé a Ti, Zeus altíssimo
Modela o curso da minha vida com Luz luminosa
E preenche-a com coisas boas
Leva a doença e o mal para longe dos meus membros
Purifica-me pelos Teus rituais
Sim, dá-me a Tua mão, rogo,
E quando eu estiver cansado, leva-me ao paraíso da piedade com os Teus ventos.
Avé, Mãe dos Deuses, de muitos nomes, Cujos filhos são belos
Avé, poderosa Hécate do Umbral
E avé também a Ti, Antepassado Jano, Zeus imperecível,
Avé a Ti, Zeus altíssimo

Proclus Diadochus (410-485 AD)