terça-feira, outubro 23, 2018

QUEM BATE MAIS NA POLÍCIA QUE EM QUEM BATE EM IDOSAS

Continua a polémica sobre a foto em que dois criminosos - agora a tropa sofisticadíssima dos mé(r)dia já não usa esta palavra senão entre aspas, só a escreve sem aspas quando a aplica a ideias «proibidas»... - aparecem sentados no chão com ar de coitadinhos, isto depois de terem agredido diversos idosos, deixando pelo menos uma anciã em estado grave. 
Quem gosta de dignificar tudo e todos tem nisso um bom princípio, concordo inteiramente. Ver assim um par de fulanos pode parecer degradante para a condição humana, independentemente do que eles sejam ou deixem de ser como pessoas. A pessoa humana em si é que não deve ser degradada, até aí tudo muito bem. Urge todavia passar além da primeira impressão. Ao fim ao cabo, os dois indivíduos estão simplesmente sentados no chão com as mãos presas, o que não se compara ao modo como deixaram diversos idosos indefesos. Tampouco estão feridos na cara ou em qualquer parte visível dos seus jovens e ágeis corpinhos habituados ao acto violento contra pessoas mais vulneráveis. Que quem manda faça o que tem a fazer e proíba a circulação dessa foto nas redes sociais, não é difícil. Agora, estar a virar-se um coro de indignados ai-láife contra a polícia é que lhe(s) fica particularmente mal, sobretudo porque não soube esse coro de igreja largar um só ai de consternação diante da monstruosidade que foi haver dezenas de idosos pobres a serem espancados por um grupo de marmanjos que deles fez o que quis e ainda não teve por isso o justo castigo. Aliás, por esta altura já as vozes de crítica à bófia se podiam ter calado, mas não, insistem. 
Depois façam-se de novas quando constatarem que há cada vez mais povo «farto disto tudo» a apoiar Bolsonaros que prometem mão pesada contra os criminosos, nessa altura armem-se em virgens ofendidas no seu «pudor» pseudo-democrático, admirem-se muito, como se admirou se calhar a Maria Antonieta aquando da Revolução, porque ela antes não fazia ideia daquilo que o povo sofria, quando lhe disseram que o povo não tinha pão, comentou «não têm pão?, que comam brioches» ou algo assim... Historicamente, não se se sabe se a aristocrata francesa disse mesmo isso ou não, o que garantidamente se sabe é que as elitezinhas político-culturalmente dominantes se borrifam de alto para a segurança do povo das classes baixas e depois gritam de histérica surpresa quando os «fascistas» ganham votos...

Subsequentemente há nova polémica, a de uma afirmação proferida pela Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG/GNR), passo a citar: «A ASPIG está solidária com os profissionais da PSP, envolvidos nesta matéria, e não fica indignada com as fotografias, expostas publicamente, pois considera que os criminosos - nelas identificados como tal - não são merecedores do mesmo respeito e consideração, por parte do Estado e da comunidade, atribuídos ao cidadão comum».

Nunca concordei com o lugar-comum «para ser respeitado, é preciso dar-se ao respeito» - é expressão equívoca que facilmente se pode interpretar como significando a obrigação de conquistar o respeito. Acho, pelo contrário, que à partida toda a gente merece igual respeito. O que depois pode suceder é outra história. Quem desrespeita outrem, quem viola o espaço sagrado de outra pessoa, perde automaticamente o direito a ser respeitado. Quem toma a iniciativa de agredir inocentes ou indefesos perde o direito ao respeito. Indivíduos que usem a sua superioridade física para agredir idosos não merecem o mesmo respeito que um cidadão inocente, e, obviamente, todo o cidadão é inocente até prova em contrário...

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E este tipo de comportamento, apoias?
https://sol.sapo.pt/artigo/631284/homem-que-insultou-mulher-em-voo-da-ryanair-ja-foi-identificado-video?fbclid=IwAR1ffJTUjD_n4Qin5-E4EELBoMbAVB3dwMP2wycNnpC0hn2RT_9zDhyvbkU

23 de outubro de 2018 às 22:08:00 WEST  
Blogger Helena Vilaarinho said...

Os julgamentos não se fazem na praça pública, e muito menos nas redes sociais. Os julgamentos fazem-se nos tribunais. Ainda vivemos num Estado de direito. Sim, embora ainda não tenham sido condenados, sabemos que são os presumíveis culpados. Mesmo assim acho que há limites.
Sou contra a justiça popular. E o facto de não concordar com a exposição dos alegados criminosos, não significa por isso que promova a criminalidade ou apoie criminosos ou apoie que emigrantes ilegais para fugir à policia os agridem.

24 de outubro de 2018 às 12:58:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

https://sol.sapo.pt/artigo/631480/imigrante-ilegal-parte-nariz-a-policia-mas-sai-em-liberdade

24 de outubro de 2018 às 17:30:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Sou contra a justiça popular. E o facto de não concordar com a exposição dos alegados criminosos,»

A questão não foi essa mas sim a maneira como os criminosos apareceram nas fotos.

24 de outubro de 2018 às 20:24:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Os julgamentos não se fazem na praça pública, e muito menos nas redes sociais. Os julgamentos fazem-se nos tribunais."

Tinha ideia que ainda há uns tempos houve um manif feminista devido ao acórdão de 1 tribunal que foi parar as redes sociais...

24 de outubro de 2018 às 20:51:00 WEST  
Blogger Helena Vilaarinho said...

"Tinha ideia que ainda há uns tempos houve um manif feminista devido ao acórdão de 1 tribunal que foi parar as redes sociais..."

Depois da sentença... saíram à rua a protestar contra o acórdão que despenalizou a violação....

Estes fulanos já foram julgados? Já saiu o acórdão? Não se está a fazer um pré julgamento antes da decisão do tribunal?

ATENÇÃO EU NÃO ESTOU A DEFENDER OS FULANOS apenas a responder á tua questão que são situações diferentes...

25 de outubro de 2018 às 11:01:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Ninguém pôs em dúvida que fossem culpadas. A questão não é essa, repito.

26 de outubro de 2018 às 05:40:00 WEST  
Blogger Helena Vilaarinho said...

Caturo grrrr

Anónimo Anónimo disse...
"Os julgamentos não se fazem na praça pública, e muito menos nas redes sociais. Os julgamentos fazem-se nos tribunais."

Tinha ideia que ainda há uns tempos houve um manif feminista devido ao acórdão de 1 tribunal que foi parar as redes sociais...

Que questão então este anónimo está a por?

Fiquei loira de repente? (sim sou loirofobica)

26 de outubro de 2018 às 11:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O acordao nao despenalizou a violacao, todos receberam pena mas pena suspensa. Tambem nao estou a dizer que nesse caso da violacao foi justo ou nao a pena ser suspensa, mas concerteza foi uma pena dada dentro do enquadramento legal e nao uma "despenalizacao" como a senhora demagociamente diz. Apenas expus a sua hopocrisia de vir com a historia de "a justica nao se faz nas redes sociais mas sim nos tribunais" mas parece que no caso dessa alegada violacao quiseram fazer justica nas redes sociais.

27 de outubro de 2018 às 21:22:00 WEST  
Blogger Helena Vilaarinho said...

Discussão inutil esta. Para mim a justiça não se faz nas redes sociais mas nos tribunais. No caso da VIOLAÇÃO (não é alegada, ela existiu mesmo) houve uma manifestação não sobre este cso mas sobre a justiça branda e machista nestes casos.
No caso dos 3 individuos do campismo, ainda nem foram a julgamento...

Percebe que uma coisa é julgar antes do julgamento e outra coisa é julgar depois do julgamento? Depois do julgamento contesta-se :o

Se não percebe fico-me por aqui. Com a minha abençoada hipocrisia.

28 de outubro de 2018 às 13:41:00 WET  

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