domingo, agosto 12, 2018

SOBRE A DISSEMINAÇÃO DO ISLÃO MAIS RADICAL NA ALEMANHA

O número de salafistas localizados na Alemanha mais que duplicou nos últimos cinco anos, ultrapassando pela primeira vez a marca dos 10 mil, de acordo com a Agência de Inteligência Interna da BfV da Alemanha. A BfV calcula que haja na Alemanha mais de 25 mil islamistas, dos quais praticamente 2 mil representam uma ameaça iminente.
Os dados fazem parte do último relatório anual do Departamento Federal para a Protecção da Constituição (Bundesamt für Verfassungsschutz, BfV), apresentado pelo ministro do interior, Horst Seehofer e pelo presidente do BfV, Hans-Georg Maaßen em Berlim em 24 de Julho.
O relatório, considerado o mais importante indicador de segurança interna da Alemanha, desenha um quadro sombrio. O BfV calcula que o número de islamistas presentes na Alemanha aumentou de 24.425 em 2016 para no mínimo 25.810 por volta do final de 2017.
Causa espécie que o relatório não forneça nenhuma estimativa quanto aos dados no tocante aos seguidores do Estado Islâmico ou da al-Qaeda que vivem na Alemanha. Consequentemente, a verdadeira dimensão do número real de islamistas presentes na Alemanha é, indubitavelmente, maior do que 25.810.
Segundo o relatório, os salafistas formam o maior grupo islamista da Alemanha. O número de salafistas presentes na Alemanha saltou para 10.800 em 2017, dos 9.700 em 2016, 8.350 em 2015, 7.000 em 2014, 5.500 em 2013 e 4.500 em 2012.
O relatório do BfV salienta: "Os salafistas vêem-se como guardiões do Islão original, puro. Modelam a sua prática religiosa e o seu estilo de vida exclusivamente nos princípios do Alcorão, do Profeta Maomé e das três primeiras gerações muçulmanas, os assim chamados antepassados justos (Al-Salaf al-Salih em árabe). Como consequência, os salafistas querem implantar uma "teocracia" de acordo com a sua interpretação das directrizes da Lei Islâmica (Sharia), na qual não mais se aplica a ordem democrática liberal." "Os jihadistas salafistas e os políticos salafistas nutrem basicamente a mesma ideologia. A diferença primordial são os meios para atingirem o seu objectivo, a "teocracia salafista". Os políticos salafistas disseminam a ideologia islamista fazendo uso de intensa propaganda, que retratam como 'trabalho missionário' (Dawa), para transformar a sociedade por meio de um processo de longo prazo, segundo as normas salafistas." "Muitos políticos salafistas posicionam-se contra o terrorismo. Enfatizam a natureza pacífica do Islão e rejeitam o chamamento aberto à violência. No entanto, vale a pena lembrar que o salafismo político tem uma relação ambivalente com a violência porque, em princípio, não exclui a violência inspirada na religião" como meio de atingir seus objectivos." "Ao interpretarem o Islão, os políticos salafistas fazem uso selectivo das obras clássicas da literatura jurídica islâmica, que sustenta profunda afinidade com a violência quando se trata de lidar com não muçulmanos. Os salafistas acreditam que a reivindicação universal do Islão, devido à sua superioridade como plano divino de salvação para toda a humanidade, deve ser imposta por meio da força, se necessário, portanto, no cerne, a aprovação do uso da violência é parte intrínseca da ideologia salafista.
"As duas correntes salafistas têm visões diferentes, mas passíveis de conciliação à luz do pré-requisito, a violência pode ser usada. Isto explica porque é acomodável a transição do salafismo político para o salafismo jihadista".
O relatório do BfV assinala que os salafistas estão a concentrar os seus esforços proselitistas e de recrutamento em imigrantes que buscam refúgio na Alemanha: "Sob o pretexto de ajuda humanitária, os islamistas conseguiram radicalizar inúmeros imigrantes. No passado, os salafistas em particular, procuraram estender a mão aos imigrantes. Visitavam abrigos para refugiados com esse fim, oferecendo assistência. O grupo alvo não era apenas o dos imigrantes adultos, era também o dos adolescentes desacompanhados que, devido à sua situação e idade, são particularmente susceptíveis às práticas missionárias salafistas". "As diversas práticas propagandísticas dos salafistas, que minimizam como se fosse 'proselitismo' ou 'convite para as pessoas conhecerem o Islão', é na verdade uma doutrinação sistemática e muitas vezes o início da radicalização, com bons resultados: o salafismo islamista está em voga e é o que mais cresce na Alemanha. "O ambiente salafista representa o ponto nevrálgico do recrutamento para a Jihad. Todos os que têm alguma conexão alemã, com raríssimas excepções, que se juntaram à jihad, estiveram anteriormente em contacto com o ambiente salafista."
Segundo o BfV, o crescimento do movimento salafista na Alemanha está a ser alimentado em parte por imigrantes da Chechénia: "No ambiente salafista da Alemanha, os actores de origem norte-caucasiana, em especial os da República da Chetchénia, ganharam maior importância. Os Estados mais afectados são os estados federais da Alemanha Oriental e da região Norte, assim como o Estado do Reno, Norte da Westphalia.
"O ambiente islamista do Cáucaso do Norte é caracterizado pela disseminação de peculiaridades e redes espalhadas por toda a Europa. Em grande medida é ambiente fechado para o mundo exterior. O factor crítico para a radicalização é um espectro de contacto pessoal que conecta elementos da religião e da estrutura tradicional do clã. O islamista do Cáucaso do Norte estabeleceu contactos com grupos jihadistas do Médio Oriente devido aos 'sucessos' dos combatentes do Cáucaso do Norte na Síria e no Iraque."
O relatório do BfV mostra uma ligação directa entre o aumento do anti-semitismo na Alemanha e a ascensão dos movimentos islamistas no país: "A propaganda islamista frequentemente mistura motivações religiosas, territoriais e/ou políticas nacionais com uma visão de mundo anti-semita. A 'imagem inimiga do Judaísmo', portanto, forma o pilar central da propaganda de todos os grupos islamistas."
"O BfV registou um número enorme de incidentes anti-semitas em 2017. O espectro dos incidentes ia desde banners anti-israelitas em eventos públicos e sermões anti-semitas a postagens anti-semitas nas redes sociais e ataques verbais e até físicos contra judeus."
"O BfV constatou que todos os grupos islamistas activos na Alemanha disseminam e nutrem ideias anti-semitas. Isto representa uma ameaça significativa à coexistência pacífica e à tolerância na Alemanha."
De acordo com o BfV, o segundo maior movimento islamista da Alemanha é o Millî Görüş (em Turco "Visão Nacional"), que conta com cerca de 10 mil integrantes. O movimento opõe-se categoricamente à integração muçulmana na sociedade europeia: "O movimento acredita que uma ordem política 'justa' é aquela fundamentada na 'revelação divina', ao passo que os sistemas concebidos pelos humanos são 'fúteis'. No momento, a civilização ocidental 'fútil' predomina, baseada na violência, injustiça e na exploração dos mais fracos. Esse sistema 'fútil' deve ser substituído por uma 'ordem justa', baseada exclusivamente nos princípios islâmicos e não nos princípios concebidos pelo homem, portanto, com 'leis arbitrárias'. Todos os muçulmanos devem colaborar para a concretização da 'ordem justa'. Para tanto, os muçulmanos devem adoptar uma determinada visão (Görüş) do mundo, a saber: uma visão nacional/religiosa ('Milli'), um Millî Görüş".
Além dos salafistas e o Millî Görüş, os cálculos do BfV indicam que a Alemanha já abriga 1.040 membros da Irmandade Muçulmana, 950 membros do Hisbolá e 320 membros do Hamas.
Após a apresentação do relatório do BfV, o ministro do interior Horst Seehofer exigiu que o governo acelere as deportações dos islamistas. "Não temos nada sob controle em nenhuma área", concluiu ele.
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Soeren Kern é membro sénior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/12841/alemanha-salafistas

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Sintomático - a versão mais radical e violenta da «religião da paz» dissemina-se num país pacífico...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Islão mais verdadeiro.acclaim

12 de agosto de 2018 às 19:29:00 WEST  

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