quarta-feira, agosto 08, 2018

GARAGEM E LOJISTAS DESPEJADOS PARA SE IMPOR MESQUITA AOS PORTUGUESES

“Não sei se vou conseguir sair daqui. O prazo que nos estão a dar termina no fim do mês, mas é quase impossível cumpri-lo. Não temos a solução resolvida. Não sei o que vamos fazer da nossa vida”. A voz tranquila de David Carvalho, 53 anos, sentado do outro lado da secretária, no escritório repleto de papelada, não denuncia o grande aperto por que o empresário e a sua família passam por estes dias. O gerente da garagem Almeida Navarro, Lda, firma que ocupa o número 256 da Rua da Palma desde 1917, não sabe ainda como lidar com o que parece a inevitabilidade de uma saída forçada, até 31 de Agosto. Existia uma ordem para abandonar o local até ao fim de Julho, mas foi conseguido o adiamento por um mês.
O prazo imposto pelo senhorio, a Câmara Municipal de Lisboa (CML), para que libertem o velho edifício está relacionado com os planos de demolição do mesmo com o objectivo de levar por diante a construção da polémica obra de construção da Praça da Mouraria e da mesquita que se lhe sobreporá – projecto cujo estudo prévio, da autoria da arquitecta Inês Lobo, foi aprovado por unanimidade em reunião de vereação, a 25 de Janeiro de 2012. Na mesma situação encontram-se, pelos menos, dois comerciantes e a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD). Outro comerciante e um gabinete de contabilidade terão, entretanto, chegado a acordo com a edilidade para abandonar voluntariamente os espaços que ocupavam.
Desde que o projecto foi tornado público, em 2013, era ainda a presidência da autarquia da capital ocupada por António Costa, têm-se feito ouvir as vozes da contestação à Praça e Mesquita da Mouraria. Primeiro, pelo facto de a construção do futuro templo islâmico da comunidade bangladeshi, orçado em cerca de três milhões de euros – incluindo o valor das expropriações – , vir a ser suportada pelos cofres do município. E, mais tarde, a partir do final de  2015, pela oposição de António Barroso, proprietário de dois imóveis situados na Rua do Benformoso – também eles condenados à demolição, tal como outros dois prédios no mesmo arruamento, um municipal e outro de um particular -, descontente com o valor da indemnização que lhe coube. A CML oferecia 530 mil euros, mas Barroso reclamava cerca de 1,9 milhões.
Apesar da sua frontal recusa em resignar-se aos valores propostos, ambos os prédios de António Barroso foram alvo, a 23 de Maio de 2016, da posse administrativa por parte da Câmara de Lisboa, justificando-se tal acto com o “inquestionável interesse público” do projecto que ali se pretende levar por diante – prerrogativa legal legitimada, um mês e meio depois, a 14 de Julho, pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, que assim declinou os fundamentos de uma providência cautelar então entreposta pelo empresário.
Passados dois anos, porém, o dono dos imóveis continua a dirimir argumentos com a câmara através de via judicial, com processos de cariz administrativo e cível. E a ocupar os prédios dos quais já foi formalmente expropriado. Isto apesar de, desde então, a câmara ter disponibilizado os 613.700 euros estipulados, por tribunal arbitral, como valor justo de indemnização ao inconformado senhorio.
Já após tomar conhecimento dessa decisão, ainda no Verão de 2016, a Câmara de Lisboa ainda chegou a fazer uma proposta de compensação financeira a António Barroso, aproximando-se um pouco mais dos montantes pretendidos pelo proprietário expropriado: oferecia então 953.800 euros, dos quais haveria ainda que deduzir 90.700 euros de indemnizações para os inquilinos. O valor foi, todavia, recusado pelo empresário, por o considerar ainda escasso, face ao investimento por si feito ao longo dos anos e ao valor de mercado dos imóveis, naquele momento.
Uma avaliação solicitada, naquela altura, a uma instituição bancária, garantia o senhorio a O Corvo, havia estimado um imóvel em 170 mil euros e o outro num montante ligeiramente superior a 900 mil euros. As razões para o descontentamento mantinham-se, dessa forma, inalteradas. Por isso, em paralelo à contestação do processo administrativo de declaração da utilidade pública invocada na expropriação, António Barroso apresentou também uma queixa judicial cível visando impugnar a decisão da Câmara de Lisboa. Ambos os processos mantêm o seu curso.
Do outro lado quarteirão que a autarquia quer deitar abaixo, para construir uma praça e a Mesquita da Mouraria, entre os números 248 e 262 da Rua da Palma, prevalece também a indefinição. Apesar de, nesse caso, a Câmara de Lisboa ser a senhoria, também ali há que realizar o processo de expropriação – com a respectiva compensação financeira – dos inquilinos da designada “Parcela Nº1” deste processo urbanístico. E se, em teoria, tal se assemelharia mais fácil de conseguir do que no caso da Rua do Benformoso – onde, além de António Barroso, houve que indemnizar um outro particular -, na realidade, o processo tem-se revelado de difícil prossecução. Até porque alguns dos inquilinos se queixam de uma alegada postura pouco dialogante por parte do município.
A começar pela Garagem Almeida Navarro, Lda, da qual David Carvalho e a família dependem para sobreviver. “Da parte da Câmara de Lisboa, temo-nos deparado com uma atitude de quero, posso e mando e que não parece ter abertura para mudar e perceber a nossa situação. Onde é que, neste momento, com a indemnização que nos querem dar, vou conseguir encontrar uma garagem como esta?”, questiona, apontando para o recinto com cerca de 1200 metros quadrados, repleto de automóveis. São à volta de sete dezenas e ocupam quase toda a superfície, garantindo um lugar de estacionamento a muitos particulares e empresas da zona. “Muita gente aqui à volta não tem alternativa de parqueamento”, assegura David, que assegura nem sequer saber qual o tarifário do parque subterrâneo do Martim do Moniz, situado a poucas dezenas de metros. Mas tem ideia que é bem mais caro.
Uma situação que se deverá agravar, diz, se se concretizar o encerramento deste negócio, do qual a sua família tomou conta em 1992, depois de o progenitor, Armando Carvalho, regressar de terras brasileiras, onde David nasceu. “O meu pai, de 87 anos, está em casa, doente com isto tudo. Ele investiu todo o dinheiro de uma vida de trabalho lá no Brasil e agora acontece uma coisa destas. Uma pessoa fica doente com isto tudo”, desabafa o empresário garagista, sem, contudo, revelar a diferença financeira que impede o acordo com a Câmara de Lisboa. “Neste momento, não é oportuno”, diz. “Durante anos e anos, quem realizou obras de manutenção da garagem, quem aqui investiu, fomos nós. Agora, querem tirar-nos daqui para fora desta forma. A gente precisa desta espaço para trabalhar. Se isto acaba, o que é que vou fazer, com esta idade?”, interroga-se.
Também Rui Xia, empresário luso-chinês do ramo da bijuteria, diz não compreender o que considera ser “uma atitude estranha” neste processo por parte da autarquia da capital. Ocupa desde há cinco anos a loja do número 262 da Rua da Palma e queixa-se que, desde que foi notificado da necessidade de abandonar a fracção, em Janeiro de 2017, “nunca mais a câmara disse nada, não dão uma resposta concreta”. O empresário assegura que o espaço é imprescindível para a sua actividade comercial, pois “nesta zona da cidade já não se encontram lugares como este”, sobrando como alternativa a deslocação para a periferia, o que afectaria de forma substancial o negócio.
“Fizemos obras na loja, várias vezes, e agora até queríamos realizar melhorias que iam deixar o espaço mais bonito, mas não podemos”, lamenta Rui Xia, que diz pagara de renda “mais ou menos 300 euros”. Agora, e apesar de ainda ter a mercadoria dentro da loja, será forçado a encontrar novo local. “Isto é muito complicado”, desabafa. Uma outra comerciante chinesa, ocupante da loja 254A da Rua da Palma, estará a passar por uma situação idêntica, mas escusou-se a prestar declarações a O Corvo.
De igual modo, também os responsáveis pela direcção da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) declinaram comentar a O Corvo a situação actual do processo de expropriação em curso.
O Corvo questionou a Câmara Municipal de Lisboa, a 31 de Julho, sobre o estado do projecto da praça e da Mesquita da Mouraria, mas não obteve resposta às perguntas enviadas, até ao momento da publicação deste artigo.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://ocorvo.pt/garagem-centenaria-despejada-ate-ao-fim-de-agosto-para-avancarem-obras-da-mesquita-da-mouraria/

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Não há uma sem duas nem duas sem três - à abjecta atitude de impingir ao Povo a presença de mais um templo de uma religião alógena e historicamente inimiga da Nação e ainda por cima num dos locais mais emblemáticos da luta nacional contra essa religião há séculos, e ainda por cima as mesquitas costumam ser foco de terrorismo islâmico, soma-se o obsceno pormenor de isso ser feito com milhões de euros pertencentes ao próprio Povo e, cereja no topo do bolo do asco, o processo todo prejudica directamente a vida de cidadãos portugueses. Nada pode ser tão representativo do nojo absoluto que é o ideário do universalismo militante anti-fronteiras, espécie de «religião» da elite reinante. Contra essa autêntica sida civilizacional, só o Nacionalismo é cura.

1 Comments:

Anonymous pvnam said...

Nacionalistas esqueçam o discurso do tipo-choramingas, toda a gente sabe que os economyistas são um bando de nazis: depois de terem sido feitos investimentos a pensar na substituição populacional de autóctones, os economyistas não suportam a existência de outros... ou seja, não suportam a existência de povos nativos a quererem ter o seu espaço no planeta, a quererem sobreviver pacatamente no planeta, e a quererem prosperar ao seu ritmo.
-» Obs 1: em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros, fazendeiros com o intuito de lhes roubarem as terras, muitas das quais para serem vendidas posteriormente a multinacionais, os FMI's falam no assunto... népia - povos autóctones a viverem pacatamente no planeta e a prosperarem ao seu ritmo ia prejudicar o crescimento económico mundial em 0,0x %.
-» Obs 2: no passado povos autóctones da América do Norte, da América do Sul, da Austrália foram alvo de holocaustos massivos... para os FMI's é «absolutamente natural» que um povo autóctone, ao colocar em causa certos e determinados interesses económicos, leve com um holocausto massivo em cima.
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A mensagem dos nacionalistas só pode ser:
- ECONOMYISTAS, BANDO DE NAZIS, RESPEITEM O DIREITO À SOBREVIVÊNCIA DE OUTROS!
{nota: nazi não é ser alto e louro, blá, blá... mas sim, a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros}
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O importante legado dos nacionalistas para o futuro é:
-» criar condições para que as pessoas que valorizam mais a sua condição autóctone, do que a sua condição globalization-lover, possam viver em PAZ E LIBERDADE!
-» ou seja:
- Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 3: Já há muito tempo que é a mesma coisa -» depois de comprarem uns mercenários... os economyistas pretendem fazer implodir Identidades Autóctones... Leia-se: é preciso dizer NÃO à democracia-nazi; isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros!!!

9 de agosto de 2018 às 06:12:00 WEST  

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