domingo, agosto 12, 2018

O NACIONALISMO POLÍTICO EUROPEU CADA VEZ MAIS DEMOCRÁTICO GANHA TERRENO E INCOMODA QUEM O QUERIA PODER CENSURAR...

Já ninguém parece ter dúvidas de que, depois dos ganhos obtidos a nível nacional nos vários países da União Europeia (UE), a próxima batalha da Extrema-Direita para aumentar a sua influência será a das eleições europeias de 2019 (previstas para entre 23 e 26 de Maio, consoante os Estados).
Muitos têm feito soar alarmes sobre a anunciada intenção de Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump, estabelecer um think tank no coração da Europa, mais propriamente Bruxelas, para apoiar tudo o que são movimentos ou partidos de Extrema-Direita ou populistas de Direita.
The Movement, O Movimento, será o nome da dita organização e pretende rivalizar com a Open Society Foundations, do filantropo George Soros, que durante décadas tem promovido a democracia liberal em território europeu. Isto numa altura em que líderes de alguns países da UE, como o húngaro Viktor Órban, defendem abertamente uma democracia iliberal, o regresso dos Estados-Nação que tenham por base o Cristianismo. Apenas e só. Porque sim.
O agitador Steve Bannon
Áustria de 2000 vs. Áustria de 2018
A coligação que hoje governa a Áustria é a mesma que, há 18 anos, foi posta de lado pelos restantes parceiros da UE. Estava-se na segunda presidência portuguesa da UE. Esta tinha na altura 15 Estados membros e, numa decisão inédita desde a fundação do clube europeu, 14 decidiram isolar um e cortar todos os contactos. "A situação é sem dúvida diferente da de 2000", escreveu no Twitter, em Dezembro, Pierre Moscovici, comissário dos Assuntos Económicos e ex-ministro das Finanças francês. Então, mas afinal, há Extrema-Direita boa e má, populistas melhores e piores, consoante o timing, o país, os interesses do momento?
"Não está no interesse da Comissão neste momento tomar como alvo o FPÖ. Este partido é essencialmente a garantia da maioria do governo de Kurz, que pertence ao Partido Popular Europeu (PPE). A Áustria está agora na presidência da UE. Já vimos este tipo de tratamento diferenciado em relação ao governo de Órban e ao governo conservador da Polónia, ambos também parte do PPE. Os populistas de Direita parecem beneficiar da associação à maior família política europeia. A juntar a isso, é preciso considerar que, a nível nacional, as fronteiras ideológicas entre a Extrema-Direita e os populistas do PPE são cada vez mais difíceis de estabelecer. Os primeiros tentam levar a sua mensagem até ao mainstream e mudam o discurso público. Os últimos tentam não perder mais votos para os radicais de Direita", diz ao DN o analista italiano Marco Giuli, do think tank European Policy Centre.
Salvini ou o rei dos populistas
Apesar da subida da Extrema-Direita, em países como a Alemanha, não são os populistas de Direita que, de facto, dominam a agenda mediática actualmente? Veja-se o caso de Salvini e das suas políticas anti-imigração, em Itália, que vão ao ponto de abandonar barcos cheios de imigrantes e refugiados à deriva no Mediterrâneo sem os deixar atracar nas costas italianas. E lançando-se numa espécie de jogo do empurra com os países vizinhos nesta questão.
"Há elementos muito fortes de oportunismo no que toca à Liga de Salvini. O partido está a fazer da xenofobia o centro da política que tem para oferecer - até agora com grandes ganhos. As sondagens dão a Liga como primeiro partido em Itália, com cerca de 30% das intenções de voto. A mudança na orientação da Liga surgiu com o facto de o seu antigo aliado Força Itália [do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi] ter demonstrado abertura para uma aliança centrista com o Partido Democrático [do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi]. A Liga reagiu reforçando a sua identidade extremista de Direita e abriu-se a outras opções - algo que se materializou na actual coligação com o Movimento 5 Estrelas. Até agora isso tem resultado", constata aquele analista do European Policy Centre.
Ver a Extrema-Direita e o populismo de Direita na Europa, como um todo, é um exercício difícil de fazer, uma vez que há algumas divisões internas importantes. Um exemplo disso é a Finlândia, onde outrora o ex-líder dos Finlandeses Verdadeiros Timo Soini chegou a pôr em perigo a aprovação do resgate para Portugal. Nas legislativas de 2015 o partido, entretanto renomeado apenas de Finlandeses, elegeu 38 deputados. Em 2017 houve uma cisão. E hoje conta apenas com 17 eleitos na sua bancada parlamentar.
Le Pen e o tormento de Merkel
Sempre que se fala de Extrema-Direita na UE, o apelido Le Pen é incontornável. Desgastado por lutas entre pai e filha, o partido de Marine mudou de nome: de Frente Nacional passou a União Nacional. A mulher que em 2017 disputou com Emmanuel Macron a segunda volta das presidenciais deixou entretanto o lugar de euro-deputada. Hoje é um dos seis deputados do partido com assento no Parlamento francês. Entretanto viu um dos seus discípulos, Florian Philippot, sair e criar Os Patriotas. "Não é ainda claro até que ponto esse novo partido pode prejudicar de alguma forma Marine Le Pen", afirma Marco Giuli.
No outro membro do eixo que sempre sustentou a UE, a Alemanha, Angela Merkel vê-se atormentada pela subida da AfD. A liderar uma frágil coligação CDU/CSU-SPD, a chanceler tem sido fortemente pressionada pelo ministro do Interior, Horst Seehofer, a adoptar medidas mais duras em relação a imigrantes e refugiados. O líder da CSU, que ameaçou mesmo demitir-se, teme o resultado da AfD nas eleições regionais de 14 de Outubro na Baviera. "A jogada de Seehofer foi vista como sendo motivada pelo ego e procurando o caos político. Mas fez muito pouco para travar a subida da AfD", refere aquele analista. No meio destes cenários, Espanha e Portugal são ilhas no meio do apoio à Extrema-Direita. Em Março, no Parlamento Europeu, António Costa disse, num discurso sobre o futuro da Europa: "A globalização não se enfrenta fechando fronteiras ou erigindo muros, retrocedendo numa lógica proteccionista ou deriva xenófoba."
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Fonte: https://www.dn.pt/edicao-do-dia/05-ago-2018/interior/extrema-direita-na-europa-a-tua-e-melhor-do-que-a-minha-9676104.html   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa).


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O «porque sim» que termina o terceiro parágrafo é caracteristicamente despudorado, típico da elite culturalmente reinante - ignora toda a argumentação nacionalista para justificar a salvaguarda do Estado Nacional... Porque sim? Sim, porque se é europeu e se quer continuar a ser europeu na sua própria terra, e a ter um território nacional só para o seu próprio Povo. Contra este imperativo de toda e qualquer ética humana digna desse nome, guincham os que juram pela mãezinha que é preciso acabar com os Estados-Nação e com as identidades étnicas porque eles são maus... porque sim, porque são, porque se lhes meteu nos cornos que as fronteiras são más e o que é bom é a salganhada, porque sim, porque eles acham mais giro assim, borrifando-se para os direitos dos Europeus que na sua própria casa não têm de admitir que lhes imponham a diluição daquilo a que mais devem lealdade, que é à sua família, isto é, ao seu sangue...
Quanto ao tema do artigo, é sempre divertido ver como o Nacionalismo europeu cada vez mais democrático ganha terreno e incomoda por isso quem queria poder censurá-lo...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De novo, a Europa irá precisar cada vez mais de imigrantes "porque sim". Toma-se a premissa como conclusac e precisa porque precisa, e cada vez mais.

E, de novo, a desresponsabilização dos africanos, os dirigentes políticos africanos estao a mando dos europeus, a eternização das culpas do Ocidente, a colonização (já mais do que ida mas que causou problemas estruturais que perduram no tempo - dizem eles, sem nunca explicarem como) que "explorou e roubou" e que é por causa disso que África não se organiza, enfim, o paleio do costume.

De repente, já não se fala nos refugiados vindos da Síria. Agora, sob o pretexto do conflito nesse país e do aproveitamento de cidadãos de n países, temos que acolher África inteira. Porque sim, porque lhes devemos isso, porque tem toda a lógica termos que os carregar às costas quando eles queriam independências e expulsar o branco, ou haver uma migração de milhões de cidadãos de países que foram colonizados em direcção aos países dos seus colonizadores, pelos quais nutrem ressentimentos de morte.

https://www.dn.pt/pais/interior/os-paises-do-ocidente-vao-precisar-cada-vez-mais-de-imigrantes-9711152.html

13 de agosto de 2018 às 16:26:00 WEST  
Anonymous Helena Vilarinho said...

Há uma tendência muito grande para se desvalorizar os elementos da extrema direita (e de todos os extremos) o que é um erro grave. Nem todos são burros e broncos, bem pelo contrário. Tenho apanhado neo nazis com uma cultura impressionante e uma capacidade argumentativa brilhante (tipo o Caturo). Há anormais, claro, como há tem todo o lado. Ainda agora na SIC na manifestação do PAN contra touradas alguns dos que falaram deram-me vergonha alheia (se bem que a linha editorial tem influência...adiante).
A extrema direita irá sempre crescer enquanto houver crime violento e insegurança. Poucas coisas mexem mais com as pessoas do que o crime, porque é um problema real e directo, imediato. Outro é o desemprego e os líderes influentes conseguem juntar o desemprego ao crime e à questão da emigração. Até consigo perceber as reais preocupações dessa extrema direita mas nunca o seu radicalismo.
A política mainstream desvaloriza esses problemas, diz que é populismo falar deles. Quando acordarem a extrema direita está a ganhar eleições. E, sim, isso preocupa-me muito.

14 de agosto de 2018 às 10:54:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Neo nazis.lol

16 de agosto de 2018 às 01:47:00 WEST  

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