terça-feira, março 27, 2018

CHINA FORNECE MATERIAL MILITAR AO INIMIGO IMEDIATO DA ÍNDIA

A China já forneceu ao Paquistão um sistema de rastreamento óptico altamente avançado, que será benéfico para o seu programa de mísseis. A mudança é uma aparente alfinetada direccionada à Índia, que está-se a tornar na principal rival regional de Pequim.
A entrega do sistema foi relatada pela Academia Chinesa de Ciências (CAS) num comunicado, informou o jornal South China Morning Post na Joves. Foi uma ocasião rara para Pequim confirmar publicamente a exportação de equipamentos militares sensíveis que possam causar controvérsia em outras nações.
O acordo, segundo o comunicado, foi o primeiro do seu tipo firmado pela China com um comprador estrangeiro.
O sistema, que foi instalado por especialistas chineses num intervalo de testes militares paquistaneses, é uma ferramenta valiosa para testar a tecnologia de mísseis. Possui quatro câmaras de alta velocidade de alta resolução, equipadas com uma poderosa óptica, um laser ranger e um sistema de controle automático que permite rastrear um alvo de interesse.
As câmaras foram instaladas em locais diferentes e são sincronizadas com relógios atómicos para que as imagens capturadas por elas possam ser sincronizadas precisamente umas contra as outras.
O dispositivo pode ser usado para estudar em detalhes os momentos cruciais de uma implantação de mísseis, como o processo de lançamento, a separação de etapas ou uma ogiva que atinja o seu alvo. Segundo o comunicado, o sistema de rastreamento chinês é muito superior ao que o Paquistão conseguiu desenvolver internamente, e o seu desempenho "superou as expectativas do usuário": "Simplesmente demos-lhes um par de olhos. Podem usá-los para ver o que quiserem, até mesmo a Lua”, disse Zheng Mengwei, pesquisador do Instituto CAS de Óptica e Eletrônica em Chengdu, província de Sichuan, que participou no desenvolvimento do sistema.
Recado para os indianos
A divulgação pública da entrega pode ser a maneira de Pequim enviar uma mensagem ao principal inimigo do Paquistão, a Índia. Islamabad e Nova Délhi estão na garganta uns dos outros há décadas e tiveram quatro grandes guerras e numerosas disputas desde a divisão da Índia britânica, em 1947. Ambos os países desenvolveram armas nucleares e estão a trabalhar duramente para melhorar os sistemas de entrega das suas ogivas.
Para a China, o Paquistão é uma componente-chave no planeado desenvolvimento maciço de infra-estrutura de comércio denominado One Belt, One Road (Um Cinturão, uma Estrada, em tradução livre, também conhecido como Nova Rota da Seda). Pequim investiu mais de US$ 60 biliões em estradas e instalações portuárias paquistanesas no âmbito do projecto Corredor Económico China-Paquistão. O corredor dá acesso a mercadorias chinesas para o Golfo de Bengala e rotas marítimas mais curtas para a África e a Ásia Ocidental.
A Índia, uma potência crescente na Ásia, tem uma longa história de competição com a China, que ocasionalmente aumenta. Um desses incidentes aconteceu no ano passado, num pequeno e disputado pedaço de terra numa área onde ambas as nações fazem fronteira com o Butão. Outro aconteceu no mês passado, quando as duas nações lutaram por influência sobre as Maldivas no Oceano Índico, embora a luta só tenha ocorrido no campo diplomático.
Alguns observadores dizem que a Índia pode ser alvo dos EUA numa tentativa de minar o poder crescente da China, especialmente porque o risco de uma guerra comercial entre Washington e Pequim se fortalece sob o governo do presidente norte-americano Donald Trump.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2018032510822821-china-sistema-misseis-paquistao/

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Por motivos políticos, e étnicos, uma Europa nacionalista estaria já a apoiar tão abertamente a Índia como a China apoia o Paquistão...