terça-feira, fevereiro 06, 2018

PORQUE É QUE UM DESTACADO LÍDER DA AFD SE CONVERTEU AO ISLÃO...

Na Alemanha, o líder local do partido nacionalista AfD que se converteu ao Islão, Arthur Wagner, fê-lo porque, diz ele, está farto do alegado «declínio moral» das igrejas cristãs. O alemão converso especifica que está indignado contra a aceitação do casamento homossexual por parte autoridades cristãs, bem como pela presença de clérigos cristãos em marchas de orgulho gay.
Em vez de sair da AfD, que sempre disse que o Islão não faz parte da Alemanha, Wagner declara querer continuar presente nas fileiras deste partido e fazer pontes entre os alemães muçulmanos e a sociedade alemã.
De lembrar que Wagner era um cristão devoto, membro da sua igreja protestante local.
Um outro líder partidário, Kai Berger, disse lamentar a decisão de Wagner e que muitos dos seus camaradas queriam que este muçulmano saísse do partido, mas a lei não lhes permite expulsá-lo.
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Fonte: http://www.telegraph.co.uk/news/2018/01/31/far-right-afd-member-converted-islam-protest-gay-marriage-acceptance/

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Confirmo o que já tinha percebido - o fulano era um típico conservador cristão, uma espécie de gente com alto potencial para a conversão ao Islão. Trata-se tão somente de uma questão de lógica. Com efeito, quem é cristão segue um credo de origem não europeia e mais próximo, na sua raiz, do Islão, do que de qualquer etnia da Europa. Logo, não nutre a respeito do Islão qualquer espécie de rejeição de princípio excepto alguma discordância em matéria doutrinal-teológica. Cristianismo e Islão são dois ramos da mesmíssima tradição abrahâmica mas na versão universalista, uma perspectiva que à partida retira autoridade espiritual e valor intrínseco-suficiente a argumentos de índole puramente étnica. Ora o Nacionalismo é, antes de mais nada, uma tendência ideológico de cariz estritamente etnicista. Por conseguinte, ou se é etnicista ou então não se pode ser nacionalista - quando muito, poder-se-á exibir um fervoroso patriotismo e figurar como nacionalista sem todavia o ser. 
A partir daí, o que há no Movimento Nacionalista para os Wagners? O apelo do autoritarismo, de uma visão moralista cristã... no essencial, isto coaduna-se perfeitamente com o Islão. Acresce que, mercê da crescente pressão sobre as igrejas por parte do vector libertário tipicamente ocidental e essencialmente estranho ao abrahamismo, as igrejas cristãs, sediadas no Ocidente, acabam por ter lhe ceder. A partir daí, salta à vista que quem quiser continuar agarrado aos valores abraâmicos, que incluem uma condenação violenta da homossexualidade, ou se foca numa igreja/seita minoritária cristã daquelas que só interessam ao menino Jesus ou talvez nem isso e ninguém conhece... ou então encontra obviamente no Islão uma garantia e um renovador reforço da sua perspectiva conservadora e anti-gay. Claro que um cristão conservador pode sempre permanecer na Igreja, constituindo a «ala dura» da mesma, mas este tipo de gente não está demasiadamente talhada para este tipo de coexistência «parlamentar» e exige a existência de um só corpo religioso doutrinalmente homogéneo a respeito do que considera mais relevante. É muito simples, dois mais dois só podem ser quatro. 

Entretanto, repare-se no que este devoto abraâmico andava a fazer enquanto era cristão:
O jornal alemão The Local.de refere que, ao mesmo tempo que Wagner fazia campanha pelo partido, envolvia-se frequentemente em iniciativas de acolhimento de refugiados na sua terra-natal, Falkensee. (Fonte: http://observador.pt/2018/01/25/lider-do-partido-anti-islao-na-alemanha-converte-se-ao-islao/)

O abraamismo universalista - Cristianismo e Islão - é, sempre foi, só poderia ser, visceralmente incompatível com o Nacionalismo.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sem falar que as pessoas que frequentam as seitas protestantes são mais propensos em se converter ao islamismo:

https://noticias.gospelmais.com.br/muculmanos-crescem-brasil-convertendo-evangelicos-pesquisadora-88156.html

7 de fevereiro de 2018 às 00:30:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E, agora, um partido identitário tem dentro de casa um muçulmano converso que quer pontes entre a sociedade alemã e os muçulmanos na Alemanha e que não pode, por lei, ser expulso.

A única ponte que deverá existir entre a Europa e o Islão ou a invasão do terceiro-mundo é uma de sentido único que os leve a todos para as suas terras de origem e que deverá ser destruída finalizado esse processo.

7 de fevereiro de 2018 às 13:35:00 WET  

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