NA GRÉCIA - MILHÃO E MEIO DE MANIFESTANTES SAIU À RUA PARA PROTESTAR CONTRA O USO DO NOME «MACEDÓNIA» POR PARTE DE PAÍS VIZINHO A NORTE

Segundo os organizadores do protesto, cerca de 1,5 milhão pessoas participaram de uma manifestação contra o uso da palavra "Macedónia" no nome da antiga República Jugoslava da Macedónia, que ocorreu no centro de Atenas neste domingo (4), segundo informa a polícia grega.

A polícia local, no entanto, afirma que o protesto reuniu apenas 140 mil pessoas.

"Desde as 12 p.m. foram realizadas manifestações na Praça Syntagma envolvendo cerca de 140 mil cidadãos, ocupando a área de 50 metros quadrados na Praça Syntagma", afirmou a polícia num comunicado.

De acordo com os dados divulgados, 283 autocarros trouxeram os manifestantes para o local da manifestação. Os organizadores afirmam que 1,5 milhão de pessoas participaram no protesto.

Um correspondente da Sputnik informou que os manifestantes seguravam as bandeiras da Grécia e da Igreja Ortodoxa Grega, bem como os cartazes com o slogan "Macedónia é na Grécia".

Os manifestantes dizem que se reúnem em apoio da unidade da Grécia e contra a "traição" dos seus interesses nacionais, referindo-se à vontade do governo de se comprometer com Skopje, capital da República da Macedónia.

Além do protesto  contra a Macedónia, um grupo de Extrema-Esquerda grego em Atenas tem uma contra-proposta. De acordo com os dados da polícia, a reunião reuniu cerca de 400 pessoas, principalmente do bairro central da Exarcheia, popular entre estudantes, anarquistas e anti-globalistas.

Cerca de 19 mil agentes de segurança mantiveram a ordem em Atenas durante as manifestações.

A polícia tentou evitar confrontos entre os manifestantes de Extrema-Direita e de Extrema-Esquerda. Os manifestantes de Extrema-Direita tentaram atacar anarquistas por pedras, postes de bandeira e granadas de atordoamento. A polícia, por sua vez, usou gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

A Grécia está envolvida em conversações com a Macedónia, referida por Atenas ainda como República Jugoslava da Macedónia, para resolver a disputa de décadas do nome do país. Atenas alegou que Skopje poderia ter reivindicações territoriais sobre a região da Grécia com o mesmo nome.

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Fonte: https://br.sputniknews.com/europa/2018020410446162-grecia-1-milhao-saem-as-ruas-protesto-macedonia/

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Note-se que a República da Macedónia é das regiões da Europa com mais muçulmanos. Trinta e três por cento da sua população é de credo islâmico. Por coincidência ou não, a Macedónia faz parte do sonho islâmico da chamada «Transversal Verde», espécie de «corredor» ou faixa territorial que ligaria a Albânia a Turquia. No tempo das invasões otomanas, a conquista e islamização nas Balcãs foi mais efectiva e eficiente nestas áreas da «Transversal Verde» que nas outras. Numa época em que a demografia muçulmana em solo ocidental se revela particularmente elevada, todo o cuidado é pouco com «mal-entendidos» etno-geográficos que possam ser aproveitados para a expansão da causa islamista. Pode evidentemente argumentar-se que os muçulmanos são ainda minoritários na Macedónia eslava e mais reduzidos são ainda na Grécia. Sucede, todavia, que, numa época em que o poder dos Estados vai ficando mais lasso e as fronteiras europeias mais porosas, pequenas chefias locais próximas umas das outras e ideologicamente solidárias entre si podem só por si ir conquistando mais e mais território aos autóctones que hoje constituem a maioria da população local.