CONVENÇÃO DE «COMIC-CON» VIOLENTAMENTE INTERROMPIDA POR FORÇAS DE INTERVENÇÃO ISLAMISTAS

Em Trípoli, capital da Líbia, um evento «comic-con» - em que os participantes comparecem trajados com roupa e adereços de personagens de fantasia - foi interrompido na sexta-feira passada por um comando para-militar muçulmano, auto-denominado Forças Especiais de Dissuasão (FED), o qual deteve e até espancou vinte pessoas, além de apreender computadores e outro equipamento. Os militantes disseram aos detidos que eles eram culpados de diversos crimes contra a moral pública, incluindo incitação à violência, agnosticismo, ateísmo, ideais maçónicas, crença no Halloween, distorção das mentes juvenis e abandono do Islão.

Esta era a segunda sessão do Libyan Comic Con.

O grupo muçulmano FED justifica assim a sua intervenção: «Este tipo de festival importado explora a fraqueza da sua [dos jovens] fé religiosa e a sua [idem] fascinação com culturas estrangeiras». Entre os alegados perigos assinalados pelo FED, estão a «disseminação da pornografia» e o encorajamento dos jovens para usar «ferramentas aguçadas e matar». Não foi esta preocupação com a suposta violência da banda desenhada que impediu o FED de exercer violência real sobre os participantes detidos, aos quais foi dito pelos agressores que a Líbia era um país muçulmano e não um país livre.

O tipo de evento «comic-con» começou na década de setenta em San Diego, Califórnia, EUA e disseminou-se por todo o mundo, tendo este ano chegado à Arábia Saudita, onde entretanto foi penalizado pela autoridade de entretenimento como «violação» dos valores morais instituídos, como aqui se lê: https://www.rt.com/news/378478-saudi-comic-con-violations/

Quanto ao DEF, originou-se na revolução líbia que deitou abaixo o regime de Muamar Cadáfi em 2011 e hoje é uma força especial de polícia do governo apoiado pela ONU, contestado pela administração da zona oriental do país.

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Fonte: https://www.rt.com/news/408816-libya-comic-con-blasphemy/

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É de aproveitar bem a liberdade que vai havendo na Europa, só por isto já fico com um bocadito mais de vontade de ir ao comic-con do Porto (embora essa vontade ainda não seja provavelmente suficiente para eu lá aparecer)...