LÍDER DA CATALUNHA PEDE SUSPENSÃO DA CONFIRMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL

O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, defendeu nesta Martes o direito dos Catalães terem a sua soberania reconhecida, formando um Estado independente, mas não confirmou as ameaças de anunciar a independência unilateral da região da Espanha.

Em discurso perante o Parlamento catalão, Puigdemont defendeu os esforços do referendo – tido por ele como “legítimo” – e exaltou que, após a Catalunha ter sido ignorada por Madrid por anos, é chegado o momento da região ter o direito de soberania reconhecido.

"A Catalunha ganhou o direito à soberania", destacou Puigdemont, que explicou que trata-se de respeitar o desejo da maioria da população local em deixar de integrar a Espanha. Para ele, a adesão de mais de 90% dos Catalães pelo "sim" deve ser confirmada.

Puigdemont fez um breve resgate histórico, mencionando que ocorreram avanços desde o fim da ditadura de Francisco Franco (1936-1975), com a Constituição de 1978 (que deu mais autonomia aos Catalães), mas que "há democracia além da Constituição".

"Não somos loucos. Não estamos planeando algum tipo de golpe", continuou o presidente catalão, afirmando que as relações com Madrid são ruins – lembrou que 18 pedidos para um referendo, nos moldes do realizado pela Escócia foram ignorados pelo governo espanhol.

Entretanto, diante da preocupação da comunidade internacional com as consequências em caso de uma declaração irrevogável e unilateral de independência da Catalunha, o presidente pediu para que os efeitos do referendo sejam temporariamente suspensos.

O líder catalão explicou que é preciso que se aguarde "por algumas semanas" e que se dê início ao período de negociações com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, para que a vontade da população da Catalunha seja cumprida.

Diante do que seria um movimento conciliatório, Puigdemont conclamou Madrid para que mude a sua posição irredutível – expressa nos últimos dias – e aceite a abertura de um canal de negociação para pôr fim à crise que já dura semanas.

O governo espanhol ainda não se pronunciou a respeito do pronunciamento do presidente da Catalunha.

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Fonte: https://br.sputniknews.com/europa/201710109557848-catalunha-pede-independencia-espanha/

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Deixa a desejar, pelo tom de negociação que fica no ar, mas, para já, podia ser pior. Puigdemont brilha em fazer notar que a Catalunha já tem o direito à independência e que está aberto o caminho para se instituir a República da Catalunha.

Note-se que este direito à soberania foi afirmado graças à Democracia, ou seja, ao voto popular, não graças às elites, cujos representantes exerceram fortes pressões para que o impulso nacional independentista dos Catalães «se moderasse», enquanto a cambada do negócio - empresários portugueses incluídos - já estava a abandonar o território. 
Enfim, a sorte que os Portugueses tiveram em alcançar a independência a partir de 1640 - e mesmo assim precisaram de a arrancar a ferros, que os Castelhanos quando agarram o osso não largam facilmente... É essa boa fortuna que permite agora aos Portugueses serem soberanos na sua própria terra sem estarem a precisar de mendigar ou de «negociar» a sua própria liberdade... um «privilégio» que é direito e que demasiados tugas não valorizam devidamente.