CENTENAS DE INDIVÍDUOS VINDOS DO CALIFADO JÁ ESTÃO EM SOLO EUROPEU
Pelo menos 5.600 estrangeiros que integraram as fileiras do auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh) regressaram já a casa, segundo um relatório recente elaborado pela organização sem fins lucrativos Soufan Center, com base em informações disponibilizadas por 33 países, onde foi reportada a chegada de antigos combatentes.
O regresso dos combatentes aos países de origem coloca vários problemas e o assunto tem sido muito falado nos últimos tempos, sobretudo desde que o Daesh começou a perder território na Síria e no Iraque, levando muitos combatentes a abandonar as fileiras do grupo terrorista.
Segundo o relatório do Soufan Center, intitulado “Beyond the Caliphate: Foreign Fighters and the Threat of Returnees”, a maioria dos combatentes que regressaram a casa estão detidos ou desaparecidos e, nos próximos anos, “vão continuar a representar um desafio ao nível da segurança”, até porque os países “ainda não encontraram uma forma de lidar com os problemas que advêm do seu regresso”. “Independentemente da razão pela qual regressaram a casa, estes combatentes vão continuar a representar algum tipo de risco”, refere o relatório, segundo o qual será “necessária mais pesquisa e partilha de informação para desenvolver estratégias efetivas para avaliar e enfrentar a ameaça”.
Entre os combatentes retornados, encontram-se 800 tunisinos (de um total de 2.926 pessosa que abandonaram a Tunísia para se juntarem ao Daesh), 760 sauditas (de um total de 3.244), 400 russos (de um total de 3.417) e 271 franceses (de um total de 1.910).
O relatório refere ainda que, apesar de o número de combatentes estrangeiros na Síria e no Iraque ter “estabilizado” nos últimos tempos, verificou-se, a partir de 2015, um aumento do número de mulheres e crianças a viajar para territórios ocupados pelo Daesh, bem como um aumento do número de crianças nascidas no seio do grupo terrorista. O seu regresso representa um “problema particular”, estando ainda por perceber qual será a melhor forma de integrar estas populações, sublinha ainda o relatório, deixando um alerta: “Uma saúde mental adequada e mecanismos de apoio social serão especialmente relevantes especialmente para as crianças”.
Era precisamente sobre este aspecto que Martin Chulov, repórter do “Guardian”, incidia recentemente numa reportagem publicada no jornal britânico. De visita a um campo de refugiados em Raqqa, cidade há pouco tempo libertada do jugo do Daesh, o jornalista descrevia uma dinâmica de marginalização e exclusão das viúvas e filhos de combatentes que morreram. “Ninguém quer falar com eles”. E mais à frente: “Estigmatizadas, traumatizadas e apátridas, algumas mulheres têm implorado aos países onde nasceram os seus maridos para serem acolhidas”. A resposta, no entanto, tem sido “em grande medida silenciosa”, sublinhava ainda Martin Chulov. “Tanto a Austrália, como o Reino Unido, a França e a maioria dos países europeus já admitiram não saber ainda o que fazer com os familiares de antigos combatentes do Daesh.”
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Fonte: http://expresso.sapo.pt/internacional/2017-10-24-Pelo-menos-5.600-combatentes-estrangeiros-do-Daesh-regressaram-a-casa-nos-ultimos-dois-anos
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Pois claro, se «queremos» (a elite reinante quer) ter as «vantagens» (diz a elite reinante que são vantagens) que a imigração oferece à Europa, depois «temos» (o povo tem) de arcar com estas dificuldades e «responsabilidades» (que a elite reinante impinge ao povo, pelas decisões que essa elite toma sem consultar o povo)...
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