PATRULHA MUÇULMANA CHECHENA DA CHARIA PERSEGUE CHECHENOS EM SOLO ALEMÃO
Cerca de cem islamistas já estão empregando abertamente a Lei Islâmica (Charia) nas ruas de Berlim, de acordo com a polícia local que está investigando uma nova série de ataques violentos na capital alemã.
A auto-proclamada polícia da moralidade é composta de salafistas da Chechénia, região muçulmana predominantemente sunita na Rússia. Os justiceiros ameaçam usar a violência para intimidar imigrantes chechenos de modo a que não se integrem na sociedade alemã. Também estão a promover a criação de um sistema jurídico islâmico paralelo na Alemanha. As autoridades alemãs, ao que tudo indica, são incapazes de detê-los.
A patrulha da Charia emergiu publicamente em Maio de 2017, quando salafistas chechenos lançaram um vídeo alertando os chechenos na Alemanha que se não observarem a lei islâmica e a Adat, tradicional código de conduta checheno, serão mortos. A existência do vídeo foi denunciada pela Meduza, organização mediática independente em idioma russo sediada na Letónia. O vídeo, que circulou via WhatsApp, software utilizado para troca de mensagens, mostrava um homem com capuz apontando uma pistola para a câmara. Falando em Checheno, declarou:
"Irmãs e irmãos muçulmanos. Aqui na Europa, certas mulheres e homens chechenos que se parecem com mulheres estão fazendo coisas abomináveis. Vocês sabem disso, eu sei disso, todos sabem disso. É por isso que declaramos: por enquanto somos cerca de 80. Mais estão dispostos a juntarem-se a nós. Aqueles que se afastaram da sua identidade nacional, que namoram com homens de outras etnias e se casam com eles, mulheres chechenas que escolhem o caminho errado e aquelas criaturas que se chamam de homens chechenos - assim que possamos, colocaremos todos na linha. Tendo jurado lealdade ao Alcorão, sairemos para as ruas. Esta é a nossa declaração de intenção, não digam que não foram avisados, não digam que não sabiam. Que Alá nos conceda paz e ponha os nossos pés no caminho da justiça".
De acordo com a Meduza, o comunicado acima foi lido por um representante de uma gangue de cerca de cem membros, com sede em Berlim, liderada por ex-capangas de Dzhokhar Dudayev, ex-líder separatista checheno. Todos os berlinenses de origem chechena que foram entrevistados pela Meduza disseram que sabiam da existência da gangue.
O vídeo apareceu depois de imagens de uma mulher chechena de 20 anos, nua, que mora em Berlim, serem enviadas do seu telemóvel roubado para todas as pessoas da sua lista de contactos. Em questão de uma hora, o tio da mulher exigiu falar com os pais dela. Segundo a Meduza, eles concordaram em "resolver o problema" na esfera familiar, enviando a mulher de volta à Chechénia, onde ela seria morta, para restaurar a honra da família. A polícia alemã interveio horas antes de a mulher embarcar no avião com destino à Rússia.
Depois de a mulher ser amparada por medidas protectoras por parte da polícia, o caso dela deixou de ser um problema familiar para virar um problema da comunidade. De acordo com a Meduza, agora é dever de qualquer checheno, independentemente dos seus vínculos com ela ou com a sua família, encontrá-la e puni-la. "Não é da conta deles, mas é um código de conduta tácito", assinalou a mulher, que desde então cortou o cabelo e usa lentes de contacto coloridas na esperança de se proteger. Disse que pretendia mudar de nome e fazer uma cirurgia plástica. "Se não mudares de nome e de aparência, eles vão caçar-te e matar-te", salientou. Embora se tenha formado numa escola de ensino médio alemã, quase nunca sai do seu apartamento por ser muito perigoso. "Eu já não quero ser chechena", desabafou.
De acordo com a Meduza, pelo menos metade da população de meninas chechenas solteiras na Alemanha tem informações comprometedoras suficientes nos seus telemóveis para serem consideradas culpadas de infringir a Adat:
"Relacionar-se com homens de outras nacionalidades, fumar, tomar bebidas alcoólicas, entrar em salões de narguilé, discotecas ou até mesmo em piscinas públicas pode provocar a ira comunal. Uma única foto num chat público do WhatsApp pode excomungar uma família inteira e o restante da comunidade será obrigado a cessar qualquer tipo de interacção com os seus membros. Com todos sob suspeita e todos responsáveis uns pelos outros, meninas chechenas dizem que às vezes são abordadas por estranhos na rua que as repreendem severamente devido à sua aparência, inclusivamente por usarem batom brilhante. O roubo de um telemóvel e a subsequente publicação de material comprometedor é um duro golpe, a pessoa desonrada não tem a quem apelar e quem postou as fotos da vítima não corre risco algum".
Os chechenos entrevistados pela Meduza relataram que as expectativas de comportamento são mais rígidas e rigorosas entre os chechenos que vieram para a Alemanha do que entre os que estão na própria Chechénia. Esta situação foi descrita como "competição de honradez" entre os chechenos que vivem no exterior e aqueles que moram na própria Chechénia e que são leais ao líder checheno Ramzan Kadyrov: cada lado quer provar que é mais checheno do que o outro e as ameaças de violência contra as mulheres "errantes" são vistas como "actos de patriotismo".
Numa ocasião, uma jovem chechena foi capturada em vídeo enquanto caminhava por uma rua em Berlim conversando com um não checheno. Naquela noite, dezenas de chechenos desconhecidos dirigiram-se a casa dela, que fica na região norte de Berlim. O homem que foi visto com ela foi brutalmente espancado. Quase todos os seus dentes foram quebrados. A jovem conseguiu esconder-se.
Em 4 de Julho, o jornal Tagesspiegel de Berlim relatou que várias mulheres e homens foram atacados pela gangue da Charia nas últimas semanas e que o Departamento de Polícia Criminal de Berlim (semelhante à Superintendência da Polícia Técnico-Científica) abriu uma investigação. Um porta-voz da polícia ressaltou que a investigação está sendo prejudicada pelo facto de que até agora nenhuma vítima se atreveu a registar queixa formal contra a gangue. As vítimas estão, ao que tudo indica, com medo de represálias.
Conforme a matéria do Tagesspiegel, membros da gangue, que já chega a cem elementos, encontram-se armados e muitos deles têm experiência de combate das guerras da Chechénia com a Rússia. Os membros da gangue, que também vieram da República do Daguestão e da República da Inguchétia, atacaram muçulmanos e não-muçulmanos, incluindo candidatos a asilo cristãos em abrigos de migrantes em Berlim.
A gangue está ligada a várias mesquitas salafistas na capital alemã, incluindo a Fussilet 33, que já serviu de sede do assim chamado Califado de Berlim. A mesquita foi fechada pelas autoridades alemãs em Fevereiro de 2017, após receberem informações que Anis Amri, o jihadista tunisino que perpetrou o ataque suicida numa feira natalina em Berlim, se abrigava naquela mesquita.
Cerca de 60.000 chechenos residem na Alemanha, de acordo com as estatísticas oficiais, mas segundo consta, o número é bem maior. Quase 40.000 chechenos solicitaram asilo na Alemanha somente nos últimos cinco anos. Muitos atravessaram ilegalmente a fronteira com a Polónia.
Um documento interno elaborado pelo Departamento de Auditoria Nacional (Bundesrechnungshofes) revelou que "a maioria das pessoas não autorizadas a permanecerem na Alemanha são cidadãos russos de etnia chechena, sendo que alguns têm vínculos com facções terroristas islâmicas".
A comunidade chechena da Alemanha encontra-se radicada principalmente em Brandemburgo e Berlim, onde estão firmemente enraizadas numa sociedade paralela. Um assistente social entrevistado pela Meduza afirmou que o principal obstáculo para a integração chechena é o código moral ultra-conservador, a Adat:
"Vieram para a Alemanha porque queriam viver na Alemanha, mas continuam a empenhar-se em transformar o país numa nova Chechénia com seus costumes medievais. Essa incapacidade e relutância de se integrar é extremamente frustrante, típica de todos os imigrantes, não só dos chechenos. A única diferença é que a maioria dos demais imigrantes vêm do século XX, não da época do feudalismo".
Numa entrevista concedida à Radio Berlin-Brandenburg, Maciej Falkowski, cientista político polaco especializado em Cáucaso, ressaltou que muitos membros mais jovens da diáspora chechena estão abraçando o Islão radical:
"Os Chechenos são uma nação homogénea e autónoma. Resolvem todas as suas diferenças entre eles mesmos. É difícil encontrar um checheno, por exemplo, que procure resolver um litígio por intermédio de um tribunal alemão. A religião, como não podia deixar de ser, também desempenha um papel importante na geração mais nova. Além disso, os chechenos não tiveram o seu próprio país há centenas de anos e, portanto, não estão familiarizados com o estado de direito (Rechtsstaat) como nós o entendemos.
"Estamos presenciando a evolução de um conflito de gerações entre os chechenos. Os idosos são mais cépticos no tocante ao salafismo e ao Islão radical, ao passo que os mais jovens os abraçam. Eles acreditam que o salafismo proporciona saídas em relação à sua identidade. Na doutrina salafista encontram líderes comunitários e carismáticos. O salafismo é a corrente dominante do momento."
Heiko Homburg, um funcionário do Ministério do Interior de Brandemburgo, o estado da federação alemã que circunda Berlim, salientou que a maioria dos extremistas islâmicos conhecidos são da Chechénia:
"O problema em Brandenburgo é que o Emirado Caucasiano (organização jihadista militante activa no sudoeste da Rússia), à qual muitos chechenos se sentem engajados, se ligou ao Estado islâmico. De modo que, querendo ou não, temos de facto organizações do tipo Estado Islâmico aqui em Brandemburgo".
Agentes de segurança alemães estimam que de 1.500 a 2.000 chechenos estão combatendo no Iraque e na Síria. À medida que o Estado islâmico se aproxima da derrocada, teme-se que muitos combatentes se encaminhem para a Europa através da Ucrânia e da Polónia com a ajuda das relações dos clãs pan-europeus e chechenos.
Em Frankfurt (Oder), cidade alemã situada na fronteira com a Polónia, a polícia alerta que a migração chechena é uma bomba-relógio:
"Estamos diante de um problema complicado, que está a avolumar-se em relação aos chechenos radicais que estão constantemente atravessando de um lado para o outro, indo e voltando da fronteira da Alemanha com a Polónia. As suas famílias estão montando estruturas nos quatro cantos da Europa para financiar o Estado Islâmico com o lucro do crime organizado. A atenção de todos está voltada para os sírios, mas os chechenos compõem o grupo mais perigoso. Não estamos dando a devida atenção a isso".
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Soeren Kern é membro sénior do Instituto Gatestone sediado em Nova Iorque.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/10701/policia-chechena-sharia-berlim
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Quando um credo universalista consegue confundir-se com o patriotismo no seio de uma determinada nação, tem aí um poder acrescido ao do fanatismo religioso... assim faz o Islão entre os Chechenos.
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