quarta-feira, maio 03, 2017

MARINE LE PEN CONSEGUE PASSAR TODA A SUA MENSAGEM EM DEBATE CONTRA O CANDIDATO MUNDIALISTA

Duas horas e meia para convencer os Franceses a votarem no domingo. Predominou a agressividade e a troca de acusações mútuas.
"A senhora é um parasita", declarou Emmanuel Macron no final do debate que antecedeu a segunda volta das presidenciais francesas, que se realizam domingo, numa referência a Marine Le Pen. "Que classe!", comentou a sua adversária.
O tom dos minutos finais sintetiza bem o ambiente que se viveu num debate de mais de duas horas e meia em que não houve um ponto em que Macron e Le Pen não tivessem entrado em choque. E não tivessem defendido soluções opostas em praticamente todos os assuntos. Em certos momentos, travaram-se violentos duelos verbais e duras trocas de acusações. Ambos não hesitaram em sobrepor a sua voz à do adversário nos momentos mais intensos.
O debate iniciou-se com uma esgrima de palavras entre Le Pen e Macron, com a primeira a definir o segundo como o candidato "da mundialização selvagem (...), da precariedade, da brutalidade social, do saque económico", o candidato da "continuidade" com o mandato do presidente cessante, François Hollande. Le Pen definiu-se, pelo contrário, como a "candidata do povo, da nação que protege os nossos empregos, e da segurança". O antigo ministro de Hollande, por seu lado, classificou Marine como "a verdadeira herdeira de um nome, de um partido", que "encarna o espírito de derrota" e que se dedica a sessões de "logorreia" enquanto ele próprio se intitulou o candidato "do espírito de conquista francesa". Reconhecendo a existência de um problema "que não foi resolvido" nos últimos 30 anos, o desemprego, afirmou que, ainda assim, a França é "quinta potência mundial" e quer dirigir "as enormes mudanças a fazer". Sem, pelo meio, deixar de ironizar sobre a falta de "vontade de um debate democrático, equilibrado e aberta" por parte de Le Pen.
Um dos pontos mais controversos foi o do terrorismo islamita, com Le Pen a acusar Macron de não querer lutar "contra o terrorismo e o fundamentalismo, e sei porquê" - segundo a candidata da Extrema-Direita, o centrista é apoiado por grupos ligados ao salafismo e aos islamitas, como a União das Organizações Islamitas de França. Considerando que este não é um "debate de insinuações", Macron assegurou que "a ameaça terrorista é a minha prioridade dos próximos cinco anos" e recordou que Le Pen "esteve contra todas as medidas que a Europa quis aplicar na luta contra o terrorismo" e "fechar as fronteiras é absolutamente irrealista". Para o candidato centrista, "o que os terroristas esperam é precisamente aquilo que a senhora representa, o discurso do ódio, da divisão, da guerra civil". Le Pen preferiu responsabilizar Macron pelo "ódio de alguns jovens à França", recordando as palavras deste quando visitou a Argélia e afirmou que Paris cometera "crimes contra a humanidade" na época da colonização.
A resposta no plano judicial e das medidas de segurança à ameaça terrorista também dividiu os candidatos, com Le Pen a defender a perda de nacionalidade e a expulsão de suspeitos enquanto Macron considerou fundamental o reforço dos efectivos policiais e uma maior celeridade processual nestes casos. Num único ponto se manifestaram de acordo: "tolerância zero" para os grupos islamitas, de Extrema-Esquerda e violentos.
Sempre em tom de ataque, Le Pen acusou o ex-ministro de ter abandonado o governo apenas para preparar a candidatura ao Eliseu, surgindo agora, na prática, como defensor do balanço de Hollande, que o "apoia duas vezes por dia". O que Macron contestou, dizendo que "não estava de acordo com o governo e assumi as minhas responsabilidades. Assumi as minhas rupturas e as minhas escolhas". Para Le Pen lembrar que é apoiado hoje pela quase totalidade dos membros do governo que abandonou, tendo ironizado, numa anterior ocasião que Macron era um "candidato de segunda escolha", já que muitos dos apoiantes actuais votaram noutros na primeira volta ou tinham-se mesmo pronunciado contra ele. Para o centrista, mesmo sendo verdade, com a eleição de Le Pen "a França não seria bem vista" e os eleitores franceses "merecem melhor" do que a candidata da Extrema-Direita, "indigna" das instituições que representaria, caso fosse eleita.
O tema seguinte foi a questão europeia, com a candidata a afirmar que a "UE está a matar a Europa" enquanto Macron considerou que uma saída da União e do euro "é um projecto mortífero". Le Pen insistiu na necessidade de recuperar a soberania económica e monetária e de "arrancar a França" ao euro.
Sobre a posição de França no mundo, Macron defendeu uma política "gaulista-mitterrandista, isto é, uma França forte e independente", acusando a ex-presidente da Frente Nacional de ter "uma posição submissa" face aos "projectos de Vladimir Putin". A candidata da Extrema-Direita preferiu pôr acento tónico na necessidade de a França "respeitar todas as nações" e de não se sujeitar "a qualquer imperialismo", permanecendo "insubmissa face à Alemanha e aos EUA". Para ironizar em seguida que, "a França será governada por uma mulher", ou ela "ou a senhora Merkel".
O debate, que coincidiu com a primeira mão da meia-final da Liga dos Campeões entre Mónaco e Juventus, continuou agreste, com Le Pen a propor a criação de um fundo soberano para apoiar empresas em dificuldade, como é hoje o caso do grupo Vivarte, e uma carga fiscal "desencorajadora" para as empresas que deslocalizem as suas operações para "países com salários muito baixos". Macron afirmou-se como "infinitamente mais credível" que Le Pen. Esta, exibindo uma clara estratégia de ataque contra Macron, acusa-o de "ter participado num governo que aumentou o défice público" e cobrou "35 mil milhões de euros em taxas e impostos suplementares".
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Fonte: http://www.dn.pt/mundo/interior/le-pen-indigna-ataca-um-macron-de-segunda-escolha-7204020.html

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Se tudo assim se passou, então Marine Le Pen teve sucesso ao conseguir passar ao povo as suas mensagens centrais. É assim que o Nacionalismo pode crescer e cresce no seio do povo - quanto mais os Nacionalistas falam em discurso directo, mais o povo vota nos Nacionalistas.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se tudo assim se passou, então Marine Le Pen teve sucesso ao conseguir passar ao povo as suas mensagens centrais. É assim que o Nacionalismo pode crescer e cresce no seio do povo - quanto mais os Nacionalistas falam em discurso directo, mais o povo vota nos Nacionalistas.

Exacto. Com diz o artigo do Publico:

"As sondagens feitas desde o debate têm dado Marine Le Pen a descer, abaixo da fasquia dos 40%, que o partido tinha colocado como objectivo. Na sondagem Elabe para a revista L’Express perdeu três pontos e no estudo contínuo das intenções de voto da Paris Match tem vindo a perder um ponto a cada dia que passa — um indicador preocupante"

5 de maio de 2017 às 17:17:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Pois, pois... curiosamente, uma outra sondagem, daquelas que os «Públic(adoss)» não publicam, diz que a maioria dos Franceses não apoia Macron:

http://www.breitbart.com/london/2017/05/05/even-elected-majority-french-wouldnt-support-macron/

5 de maio de 2017 às 18:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O PONTO FRACO DA LE PENN É O EXCESSO DE ESTADO PARECE INSUSTENTAVEL NUMA FRANÇA ENDOGENA HAVIA SIM COMO OS NATIVOS PRODUTIVOS HONESTOS PRE LIXO GERAREM UM BOM ESTADO SOCIAL MAS CHEIO DE ALOGENOS SUGANDO NATIVOS DUVIDO

6 de maio de 2017 às 01:02:00 WEST  

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