terça-feira, novembro 29, 2016

PRESIDENTE TURCO EXPLICA: «FOI SÓ PARA DEITAR O REGIME SÍRIO ABAIXO QUE ENTRÁMOS NA SÍRIA»

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira (29) que o Exército de seu país entrou na Síria para acabar com o governo do presidente Bashar Assad, a quem acusou de terrorismo de Estado.
"Entramos [na Síria] para acabar com o regime do tirano Assad que aterroriza com terror de Estado. [Não entrámos] por qualquer outra razão", disse o presidente turco num simpósio inter-parlamentar em Istambul, citado pelo jornal Hurriyet. Erdogan disse ainda que Ancara não tem reivindicações territoriais na Síria, mas quer entregar o poder à população síria para restaurar "a justiça". "Porque entrámos? Não estamos de olho em solo sírio. A questão é dar as terras aos seus verdadeiros proprietários. Ou seja, estamos lá para o estabelecimento da justiça", disse.
Continuou, afirmando que de acordo com as suas "estimativas", quase um milhão de pessoas morreram na Síria, e que isso o fez perguntar-se "onde estava a ONU" e "o que estava ela a fazer". Em dado momento, disse Erdogan, a Turquia perdeu a paciência e "teve que entrar" no país árabe para lutar "junto com o Exército Livre da Síria".
Nenhum grupo de monitoramento fornece números de vítimas semelhantes aos declarados por Erdogan. Os últimos dados da ONU calculam que, em cinco anos, o conflito sírio matou cerca de 400 mil pessoas.  As tropas turcas entraram na Síria em 24 de Agosto, lançando a chamada operação Escudo do Eufrates com tropas terrestres e força aéreo no norte do país vizinho, com o objectivo declarado de ajudar a retomar as regiões controladas pelo Daesh (auto-denominado Estado Islâmico).
No entanto, grande parte dos analistas considera que Ancara pretende sobretudo suprimir as forças curdas no norte Síria, a fim de evitar a conexão de três regiões curdas, que de facto são autónomas, num único enclave ao sul da fronteira turca.
Em Outubro, as forças aéreas da Turquia mataram entre 160 e 200 combatentes da milícia curda YPG em 26 ataques aéreos realizados em apenas uma noite. A campanha militar turca na Síria também levou a relações cada vez mais tensas entre Ancara e o governo de Assad. A Turquia foi forçada a suspender o apoio aéreo à sua incursão militar no final do mesmo mês, depois de Damasco prometer derrubar os aviões da Força Aérea turca que sobrevoassem o seu espaço aéreo.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201611296998136-erdogan-turquia-siria-assad/

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Olha, afinal não foi para combater o califado que a Turquia entrou na Síria, que surpresa... o descaramento com que o turco revela agora um intuito implicitamente islamista e explicitamente contrário à ordem internacional - violação clara de um Estado de direito - só confirma que um país dirigido por gente desta, e onde há um apoio democrático claro a gente desta, não deve em caso algum entrar na União Europeia - e nem sequer deveria poder permanecer na OTAN.