MEMÓRIA DE UMA REVOLTA PAGÃ EUROPEIA

De acordo com o cronista medieval Adão de Bremen (século XI), o bispo de Mecklenburg, Johannes Scotus, foi no dia 10 de Novembro de 1066 sacrificado a Radegast, Deus eslavo da Hospitalidade, da Guerra, da Noite, do Fogo e do Céu Nocturno, na cidade de Radgosc ou Rethra, durante uma revolução pagã contra o Cristianismo no território de Mecklenburg, então ocupado pelos Vendas, eslavos ocidentais.

Séculos antes, o ídolo desta Divindade no Monte Radhošť tinha sido deitado abaixo, de acordo com a lenda, por um par de missionários cristãos, Cirilo e Methodius...

Nos dias de hoje, uma equipa de arqueólogos reconstruiu o que seria um templo de Radegast em Rethra, como aqui se vê: http://www.wikiwand.com/de/Rethra

Em 1931 foi entretanto colocada no Monte Radhošť uma estátua (da autoria de Albin Polasek em 1929) desta Divindade, que agora se encontra junto à câmara municipal de Frenstat, na República Checa, agora chamada Chéquia. Aquando da sua colocação, o camião que a transportava ficou momentaneamente preso, caiu uma poderosa chuvada e um raio matou um dos soldados. Uma outra estátua de Radegast (também da autoria de Polasek) está no centro do Jardim Zoológico de Praga.

A versão em granito, agora no Monte Radhost, foi financiada pela companhia de cervejas Radegast em 1998 (imagem do topo).

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Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Radegast_(god)

A respeito dos cornos eventualmente taurinos que se podem ver nesta moderna estátua, remeto para este tópico http://gladio.blogspot.pt/2009/10/o-touro-como-simbolo-do-deus-da-guerra.html em que se fala do simbolismo do toiro como estando ligado a Deuses da Guerra da Europa antiga, incluindo na Ibéria pré-romana.

Uma imagem mais arcaica desta Divindade é a seguinte:

 É curioso que também o pato esteja ligado a esta Divindade, não só no caso de Radegast mas também no de Divindades bélicas da Europa Ocidental, o que por seu turno faz lembrar que na celebração do «São» Martinho, daqui a dois dias, também há a presença ou do pato ou do ganso, animal semelhante.

Quanto ao sacrifício do bispo, pois enfim, não sei se teve as mesmas culpas que a parelha de «santos» acima citada, mas enfim, a Cristandade nunca foi tolerante em solo europeu, pelo contrário, sempre aí - e noutros lados - se expandiu usando a violência e a lei... e, ao contrário do que a historiografia cristã quis fazer crer, a cristianização não foi recebida sem forte resistência popular nem foi feita sem imposição militar e político-legal...