segunda-feira, julho 25, 2016

MAIORIA DO POVO CATALÃO JÁ É A FAVOR DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL DA CATALUNHA

No país irmão, uma sondagem recentemente levada a cabo - entre 28 de Junho e 13 de Julho - na nação catalã indica que, pela primeira vez, o número de pessoas a favor da independência da Catalunha ultrapassou o número dos que se lhe opõem. Os catalães que preferem a perspectiva de uma soberania nacional catalã estão agora nos 47.7%, enquanto os que estão contra tal projecto se ficam agora pelos 42.4%. 
Na anterior sondagem, realizada em Março deste ano, ambas as facções estavam ela por ela, cada qual com quarenta e cinco por cento do apoio populacional. Em 2015, ainda a os que preferiam ficar dentro do Estado espanhol constituíam cinquenta por cento da população catalã, enquanto os que defendiam a separação eram 42.9%.
Há desentendimentos na coligação independentista que rege a Catalunha, com o partido CUP, pró-independentista, a recusar, no início de Junho, o orçamento regional, o que significou um contratempo para o projecto de garantir a independência do país em 2017, anunciado aquando da vitória que garantiu à coligação reinante a maioria parlamentar. 
De lembrar, entretanto, que em Novembro de 2014 se realizou na Catalunha um referendo simbólico, sem valor vinculativo, sobre a independência catalã, que deu a esta proposta uma vitória de mais de oitenta por cento dos votos, ainda que só 2.3 milhões dos 6.3 milhões de eleitores catalães tenha votado.
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Fonte: http://www.thelocal.es/20160722/catalan-separatists-outnumber-remainers-for-the-first-time


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O partido mais votado na Catalunha é um partido de Extrema-Esquerda, o Podemos, de índole fortemente internacionalista. Ainda assim, seja de que maneira for, e independentemente do facto de que um dos argumentos mais esgrimidos a favor da independência catalã seja economicista, a verdade é que, a pouco e pouco, a Democracia vai dando mais e mais força ao ideal da soberania nacional, valor fundamentalmente de Direita, ainda que, por conveniências políticas contextuais, tenha sido diversas vezes instrumentalizado pela Esquerda, mormente em Espanha. O mais irónico é que afinal pode dar-se o caso de a Esquerda ser mais instrumentalizada do que instrumentalizadora neste jogo. Por baixo, ou por cima, de todas as evidências visíveis e concretas de carácter material e imediatistamente político-económicas, ergue-se, paulatina e progressivamente, o espectro da Nação - porque, de uma maneira ou doutra, o que mais vigor a médio ou longo prazo tem em qualquer colectivo etnicamente constituído, é o apelo do «Nós», o da Estirpe.