sábado, junho 11, 2016

PARTIDOS POLÍTICOS PORTUGUESES EXIGEM ENCERRAMENTO DE CENTRAL NUCLEAR ESPANHOLA

Catarina Martins, que se deslocou a Cáceres, Espanha, para participar na manifestação ibérica pelo encerramento a central nuclear de Almaraz, recordou que, neste momento, está a decorrer um processo eleitoral no Estado Espanhol, mas adiantou que é importante ter uma posição agora sobre este assunto.
"Um acidente com a central nuclear [Almaraz] será um problema grave para Portugal. A central fica a 100 quilómetros da fronteira, o rio Tejo une os dois países e corre em direcção a Portugal", vincou.
Catarina Martins adiantou ainda que os sucessivos governos têm "fechado os olhos para o problema" e estão a prolongar indevidamente a vida desta central nuclear espanhola.
"O Governo espanhol sabe que Almaraz é um perigo e tem vindo a prolongar a sua vida", referiu, sublinhando que “estar hoje aqui, com partidos e associações dos dois lados da fronteira a exigir o fecho de Almaraz é um sinal para que [a central] seja posta no caderno de encargos do próximo Governo espanhol e, ao mesmo tempo, tem que ser posta no caderno de encargos do Governo português como uma exigência face a Espanha, para garantir a segurança do nosso país".
A porta-voz bloquista lembrou que o Bloco viu aprovada uma resolução na Assembleia da República pelo encerramento da central nuclear de Almaraz.
"A radioactividade não conhece fronteiras e pode ser transmitia pela água e pelo ar”
A plataforma de associações que organizou a participação portuguesa na manifestação ibérica pelo encerramento da central nuclear de Almaraz destacou que é urgente estabelecer um calendário para o encerramento da central espanhola.
Num manifesto conjunto citado pela agência Lusa, as cerca de 20 associações portuguesas referem que esta "é ainda mais perigosa porque se encontra num estado de segurança degradado, dada a nula cultura de segurança dos seus proprietários".
"A radioactividade não conhece fronteiras e pode ser transmitia pela água e pelo ar. Uma fuga de Almaraz não só afectaria terras espanholas, mas também portuguesas", lê-se no documento.
"Nem o Governo [espanhol] nem o Conselho de Segurança Nuclear e, muito menos, os proprietários da central estiveram dispostos a pará-la para verificar e reparar as peças defeituosas", assinala ainda o manifesto.
As associações apelam ao “actual Governo [espanhol] ainda em funções e o que resultar das eleições de 26 de Junho” a escutar as preocupações das populações.
A maior manifestação de sempre contra o encerramento da central de Almaraz conta contará com a presença de cerca de 1500 pessoas, das quais perto de 600 vieram de Portugal.
"Os resíduos nucleares são um verdadeiro pesadelo"
Paco Castejon, membro do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), Paco Castejon destacou que "os resíduos nucleares são um verdadeiro pesadelo" e que "não há uma solução para isso e não sabemos o que fazer com eles".
O físico nuclear espanhol defendeu que "temos que fechar Almaraz e todas as outras [centrais nucleares]".
"Há recursos para o desenvolvimento sem o nuclear. Entre todos, podemos conseguir encerrar Almaraz para que as pessoas possam viver em paz", rematou.
Heloísa Apolónia, do partido ecologista "Os Verdes" afirmou que "sabemos que o nuclear não é uma energia limpa nem segura".
"Temos o direito de clamar por uma vida segura", vincou.
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Fonte: http://www.esquerda.net/artigo/um-acidente-na-central-nuclear-de-almaraz-sera-um-problema-grave-para-portugal/43187   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)

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Era para ontem, literalmente...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nunca percebi muito bem o porquê de se ser contra o nuclear...

2-3-9

12 de junho de 2016 às 12:00:00 WEST  

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