sexta-feira, junho 10, 2016

NACIONALISMO POLÍTICO CRESCE EM TODA A EUROPA

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://pt.euronews.com/2016/05/24/ainda-sem-vitorias-extrema-direita-ganha-terreno-na-europa/   -   Página com vídeo incorporado   -   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)
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A derrota tangencial de Norbert Hofer na segunda volta das eleições presidenciais na Áustria pode ser um pronúncio de futuros êxitos. Uma esperança partilhada pelos apoiantes, no domingo à noite, mas também por todos os movimentos de Extrema-Direita que acreditam na mudança.
Um austríaco, apoiante de Norbert Hofer, o candidato do Partido da Liberdade (FPÖ), explica que “não importa o resultado das eleições, se Hofer se torna presidente ou não, o que conquistámos já foi muito importante”. Uma outra apoiante do FPÖ acredita que “este é o ponto de viragem de toda a Europa. Estamos muito contentes”.
Este é o último alerta para a Europa depois do referendo sobre o acordo de associação com a Ucrânia que ocorreu na Holanda em Abril. A esmagadora vitória do Não foi capitalizada por Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade, islamofóbico de Extrema-Direita, e apresentado como um voto de desconfiança em relação à União Europeia.
O outro ponto comum entre estes partidos radicais é a rejeição da imigração e, sobretudo, a islamofobia. Na Alemanha o movimento PEGIDA é a expressão mais extrema. Mas esta desconfiança dos muçulmanos é partilhada pela Alternativa para a Alemanha (AfD) cujo programa eleitoral propõe que o Islão declarado inconstitucional. Recentemente este partido entrou em dois parlamentos regionais com resultados entre os 12% e os 24% dos votos na Saxónia-Anhalt.
Pascal Delwit, analista político da Universidade Livre de Bruxelas lembra “este é um movimento europeu com elementos que é necessário sublinhar: concentra-se sobretudo no centro e norte da Europa, enquanto Espanha, Portugal e Itália parecem estar a salvo. É verdade que em Itália e mesmo na Grécia existe a Aurora Dourada e a Liga do Norte, mas não têm o peso de partidos como o Partido da Liberdade, a Frente Nacional, o Partido Popular Dinamarquês ou os Verdadeiros Finlandeses”.
Em França, o crescimento da Frente Nacional ficou provado nas eleições regionais de Dezembro onde venceu a primeira volta em Nord-Pas-de-Calais-Picardie e na região de PACA, mas foi derrotada na segunda volta. 
Para as presidenciais de 2017, de acordo com grande parte das sondagens, Marine Le Pen tem muitas hipóteses de passar à segunda volta.

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«A salvo», diz ele, a respeito do sul europeu que (ainda) não tem movimentos nacionalistas tão populares como os do norte europeu - de tal modo é evidente que o grosso da elite político-me(r)diática está frontalmente contra o Nacionalismo que nem um dos seus porta-vozes a fazer as vezes de analista político tenta sequer disfarçar essa parcialidade, nem mesmo quando a sua função no caso lho exigiria...
Não surpreende - «só» das classes populares é que vem o voto nacionalista e é nelas que reside o potencial da vitória do Nacionalismo. Isto mesmo é cada vez mais compreendido pelos militantes nacionalistas dos países mais desenvolvidos, por isso mesmo os partidos extremo-direitistas do norte e centro europeus tornaram-se notoriamente mais democráticos do que nunca, enquanto a sul persiste uma certa atrasadice dogmática nas fileiras de quem quer salvaguardar a Nação: o ódio à Democracia e à Liberdade como princípio ideológico dado como «inerente» ao Nacionalismo. Foi metido nos cornos de demasiados patriotas e patrioteiros que isso da Democracia é uma coisa do demo e dos inferiores e o Mussolini dizia abaixo a Democracia e pronto, já 'tá. É bem possível que os Nacionalistas ainda consigam salvar a Europa de uma iminvasão diluente das identidades europeias, mas se o seu combate vier a falhar, será por causa do seu tardio despertar democrático, no que se configuraria como uma trágica ironia histórica - no futuro contar-se-á então a História de como no grande jogo político da viragem do século XX para o XXI o Nacionalismo ainda tinha a melhor «carta» mas tinha também os piores jogadores - por um lado, o maior potencial de vitória (o apelo da Estirpe é a mensagem política mais poderosa em Democracia), mas por outro uma militância que foi dogmática e imbecilmente ensinada a desprezar a Democracia, ou seja, a deitar fora o seu maior trunfo.
Mas ainda a procissão vai no adro e, como se lê acima, há uma luz ao fundo do túnel - esperemos que não seja a do comboio a vir...