sexta-feira, maio 06, 2016

«AFROFOBIA» ESTÁ DISSEMINADA POR TODA A EUROPA...

Pesquisa em 20 países mostra discriminação na saúde, educação e emprego. Equilíbrios de poder privilegiam população branca em todas as áreas da vida, denuncia relatório. Portugal está no grupo dos que apresentam menos dados sobre minorias étnicas e raciais e isso é um problema.
Em Portugal, há um número desproporcionado de pessoas negras nas prisões: 19% da população prisional é estrangeira, desses quase 60% é africana. No Reino Unido quem tem um apelido que soa a africano precisa de enviar duas vezes mais candidaturas a emprego para ser chamado à fase de entrevista. Em França, uma experiência mostra que as mulheres com um nome senegalês têm 8,4% de hipóteses de irem a uma entrevista de emprego, comparando com 13,9% no caso dos homens com nome senegalês e 22,6% no caso de uma mulher com nome francês.
Em quase todos os países da União Europeia as estatísticas mostram que as pessoas de origem africana têm sistematicamente níveis mais altos de desemprego por causa da discriminação racial. Na Finlândia há três vezes mais desemprego entre as pessoas de origem africana (41,2%) do que a média nacional (8.7%). Na Lituânia, uma sondagem revela que uma em cinco pessoas não quer trabalhar com uma pessoa negra. Na Suécia, uma em quatro pessoas negras licenciadas estão em empregos de baixa qualificação. Na Holanda é relatado que estudantes de origem africana, apesar de resultados altos num teste nacional, foram subavaliados pelos professores.
Estes são alguns dos dados do relatório que foi publicado recentemente sobre a Afrofobia na Europa, pela European Network Against Racism (ENAR), uma rede pan-europeia de advocacia pela igualdade racial e facilitação de cooperação dos vários actores anti-racismo na sociedade civil. É apresentado como o primeiro relatório qualitativo pan-europeu sobre afrodescendentes e europeus negros. Afrofobia é um termo usado para descrever as especificidades do racismo que afecta as pessoas negras e afrodescendentes.
Em termos comparativos, Portugal tem políticas públicas “ainda muito tímidas”, afirma a investigadora. “Ainda não encontrou o caminho certo, sobretudo porque insiste em afirmar que não existe racismo.
Baseado em informação de 20 países, entre eles Portugal, vinda de pesquisas, estudos de caso, políticas públicas e cobrindo o período de Março de 2014 a Março de 2015, o relatório mostra que os negros que vivem na Europa são alvo de discriminação em várias áreas da sua vida: educação, emprego, justiça, sistema policial, saúde... “Há inquestionavelmente um problema que precisa de ser enfrentado estruturalmente na Europa. As soluções precisam de uma resposta que ataque os equilíbrios de poder estruturais que privilegiam a população branca em todas as áreas da vida”, afirmam.
De todos os países, Portugal está no grupo dos que apresentam menos dados. Através da análise de documentos e de entrevistas, as investigadoras brasileiras Ana Stela Cunha e Beatriz Noronha traçaram o retrato de Portugal como um país em que existe um problema de discriminação racial na abordagem da polícia e em que as pessoas negras são alvo de violência pelas forças policiais. Pessoas negras queixam-se de não terem tido um julgamento justo, argumentando que a polícia conseguiu apresentar a sua versão dos factos no tribunal enquanto eles nem sempre eram ouvidos. Estes são dos problemas mais preocupantes sobre o país, segundo uma das responsáveis pelo relatório, Ojeaku Nwabuzo (ver entrevista).
Quanto às questões de género e raça, afirma-se que em Portugal as mulheres de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde estão mais expostas ao desemprego do que as mulheres brancas; há números altos de imigrantes em situação irregular a trabalhar na construção, agricultura, jardinagem e cabeleireiros, sendo que existem vários relatos de exploração, maus contratos, pagamento e situação desigual entre os afro-descendentes, que as investigadoras estimaram em mais de 82.200 (número de imigrantes de Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, a principal fatia, que sobe para mais de 90 mil quando se inclui São Tomé e Príncipe e Moçambique).
Em relação ao ensino, o relatório sublinha que em vários países europeus há várias queixas de conteúdo racista em manuais escolares ou ausência de imagens positivas dos negros – em Portugal, sublinham, o currículo escolar não inclui o papel de África na construção económica e cultural do país. Sobre habitação, dá-se conta de que há registo de segregação social: as pessoas negras tendem a viver em zonas mais antigas e mais degradadas, em más condições. Não há registo de um único CEO negro nas 100 maiores empresas portuguesas. Em 2014, a Comissão Para a Igualdade e Discriminação Racial registou apenas 60 queixas, 38% de pessoas negras, um número baixo face aos níveis de discriminação.
As investigadoras não conseguiram ir mais longe por causa da ausência de dados – e isso já mostrou que é preciso fazer uma análise concreta do que está acontecer no terreno, diz Beatriz Noronha ao PÚBLICO por telefone. Infelizmente, sem análise não se fazem políticas acrescenta. “Por mais que Portugal tenha vontade de combater a discriminação, encontrámos situações complicadas que não são referenciadas porque existe um grande trabalho de levantamento a fazer”, comenta. Ana Stela Cunha, que tem uma associação em Portugal chamada Kazumba e é investigadora ligada ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) Universidade Nova de Lisboa, explica que entrevistou dezenas de pessoas, muitos africanos, de várias classes sociais, origens e idades, analisou relatórios, material da comunicação social, material académico, material de organizações não-governamentais. A maior dificuldade “foi conseguir sistematizar os dados” porque as poucas coisas que existem sobre racismo estão espalhadas e há “muita informação transversal, que tem de ser lida nas entrelinhas”.
Em termos comparativos, Portugal tem políticas públicas “ainda muito tímidas”, afirma a investigadora. “Ainda não encontrou o caminho certo, sobretudo porque insiste em afirmar que não existe racismo. Enquanto acharmos que não existe um problema, não teremos como buscar meios de conviver com ele... A questão da educação me parece óbvia. Não há nada nos materiais didácticos do país que trabalhem com a diversidade linguística, por exemplo”.
Grande parte dos países europeus não faz recolha de dados sobre origem étnica ou racial, e isso é um dos grandes entraves – as histórias recolhidas são decisivas para trazer à arena pública os problemas mas sem meios para recolher mais dados, baseados na auto-identificação, esta “é apenas a ponta do iceberg e muitas histórias vão continuar invisíveis”, afirma o relatório. Não se sabe, assim, qual o número real da população negra na Europa.
Além de criar políticas específicas e gerais de combate ao racismo e à afrofobia, o parlamento Europeu deveria desenvolver estratégias nacionais, defende a ENAR – o relatório deixa como recomendação a criação de mecanismos que criem um standard de recolha de dados sobre minorias étnicas e raciais de modo a produzir material comparável. Já em 2012, a ONU tinha deixado essa recomendação a Portugal.
A ENAR foi criada em 1998 por activistas com o objectivo de provocar a mudança a nível da igualdade racial em todos os estados membros.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia, o Arauto e um leitor anónimo: https://www.publico.pt/sociedade/noticia/afrofobia-esta-espalhada-na-europa-e-em-portugal-1730868

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Como de costume, o Europeu é racista, é isto e aquilo, mas os africanos queixosos irem-se embora da Europa para fora, de volta para a maravilhosa África ou, porque não, para o Brasil, as Arábias, as Ásias diversas, é o vais... pudera, sabem que quando estão na Europa basta gritarem «racismo!!!!» para que haja sempre «gente» na elite político-cultural reinante disposta a privilegiar os não brancos, por causa das «culpas históricas» e alegadamente actuais... 
Quanto ao caso português e doutros países sem informações raciais oficiais, queixam-se os antirras deste estudo de que não há dados, pudera, a elite político-cultural reinante não quer que se saiba até que ponto está a Europa iminvadida, tal como também gosta de fazer de conta que a raça não pode interessar porque não, porque falar nisso é «racismo»... mas haver estudos raciais como os da ENAR, a acusar de racismo as instituições, dando por adquirido que os negros que estão nas prisões estão a ser injustiçados (se calhar estão presos por irem à missa...), isso já não é racismo nem é punido...

De resto, os resultados da pesquisa, a corresponderem à verdade, mostram apenas que, mais uma vez, e mais uma, e ainda mais outra, o povo em geral reage saudavelmente - a elite político-cultural reinante na Europa, fiel à sua Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente, bem tenta impingir ao povo europeu a presença crescente de negros, mas apesar disso, mas é que, mais uma vez, 
apesar disso
o povo não há maneira de aceitar essa obscenidade e manifesta, como pode, a sua recusa. O povo sabe o que qualquer povo saudável sabe - que na sua própria terra é um direito, aliás, um 
dever
privilegiar os seus, os da sua gente, da sua estirpe, em relação a quem não é da sua gente. Cabe aos Nacionalistas europeus saberem aproveitar, galvanizar e direccionar este verdadeiro capital humano, o da resistência racial passiva, para conseguir fortalecer a Resistência Europa, de maneira a que a Europa continue branca e fique até mais branca do que actualmente é.

5 Comments:

Anonymous Arauto said...

Não tens de quê, Caturo.

6 de maio de 2016 às 10:19:00 WEST  
Anonymous Carlos said...

Está doido! Aqui no Brasil tem mais africanos do que na África e mais haitianos do que no Haiti. Aqui no Brasil os negros só falam em "Mãe África", mas ninguém quer ir morar naquele "paraíso".

6 de maio de 2016 às 14:09:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Esta gente não descansa enquanto não está a perpetuar sentimentos de culpa e vitimismos. "Afrofobia" é o mais recente chavão para leccionarem moralidades aos "anti-racistas". Só nunca dizem é que a taxa de criminalidade entre as comunidades negras no mundo é a pique e o seu desrespeito pelas forças de autoridade, especialmente ou essencialmente se forem de países brancos, é sistemático. Mas cada um vê o que quer e o que lhe convém. Assim se vai eternizando a narrativa do sempre malvado Homem Branco contra as indefesas minorias.

https://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-violencia-policial-contra-negros-e-problematica-em-portugal-1730866

6 de maio de 2016 às 14:16:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Corrigido, Arauto, calmex.

6 de maio de 2016 às 21:37:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Só nunca dizem é que a taxa de criminalidade entre as comunidades negras no mundo é a pique e o seu desrespeito pelas forças de autoridade,»

O que é que vai ser preciso para este pessoal ir-se embora de vez? É que ninguém aqui os quer, só trazem merda em cima de merda.

6 de maio de 2016 às 21:37:00 WEST  

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