segunda-feira, fevereiro 01, 2016

... COMEÇA FEVEREIRO...

Fevereiro, altura propícia para os rituais purificatórios da cidade e para honrar os mortos, antes do início do novo ano (Março, no calendário romano mais arcaico, de dez meses). O seu nome pode derivar ou de Fébruo («Purificador»), um dos nomes de Pai Dite, mais conhecido por um teónimo de origem grega, Plutão, Deus dos Mortos e do Inferno (não no sentido maligno que o Cristianismo lhe dá), ou de Febris, Deusa romana da febre, ou ainda de Fébrua, epíteto de Juno como Deusa das Purificações, eventual esposa de Fébruo ou Februus.
Juno
Sérvio escreve o seguinte:
«duo mensis a Iano et Februo nominati sunt. Februus autem est Ditis Pater cui eo mense sacrificabatur», ou seja, «dois meses (Janeiro e Fevereiro) receberam o nome de Jano e de Fébruo. Este, porém, é o Pai Dite (Dis Pater), ao Qual se fazem sacrifícios neste mês.» (in «Mitologia e Religião Romana - Dicionário Mítico-Etimológico», de Junito Brandão, editora Edunb).
Pai Dite ou Dis Pater significa, à letra, o «Pai Rico», porque as profundezas são a fonte das riquezas (alimentos, pedras preciosas). O nome grego Plutão, ou Pluton, significa o mesmo, «Rico».

Segundo Júlio César, na sua obra «A Guerra das Gálias», os Gauleses acreditavam ser descendentes de Dis Pater (interpretatio romana)o que pode ou não tratar-se de uma confusão com algum Dies Pater céltico, dada a semelhança do teónimo: de notar que o próprio Varrão, famoso autor romano, considerava que, passo a citar (Brandão, op. cit.), «dives a divo qui, ut deus, nihil indigere videtur», ou seja, «dives (rico) origina-se de divo (céu) que, como deus, parece não carecer de coisa alguma

Para se dirigirem a Dis Pater, as pessoas batiam com as mãos na terra; a este Deus sacrificavam-se cordeiros negros, e quem o fazia desviava a cara. Tendo poucos adoradores, o Deus tem igualmente poucas estátuas, tanto em Roma como na Grécia. Nesta última, a Sua consorte é Perséfone, que em Roma Se chama Prosérpina. A esposa do Dis Pater céltico poderá ou não ser Aerecura, que por acaso parece ter semelhanças com a lusitana Ataegina, à Qual, note-se, foi associado o nome de Prosérpina (interpretatio romana).

Plutão, acompanhado por Cérbero, cão tricéfalo guardião do Inferno

Seria Endovélico o Dis Pater «lusitano»? Logo se vê o que é que se descobre nos próximos tempos em Terena... Recentemente foi aí encontrada uma estátua, sem cabeça, e com um enorme haste na mão, que a equipa de arqueólogos julga tratar-se de uma lança. Mas nem todas hastes compridas têm de ser lanças, como na imagem acima se constata.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não haverá Europa sem a Rússia, diz político (EXCLUSIVO)

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20160131/3449034/Nao-havera-Europa-sem-a-Russia.html#ixzz3yuLnsBnQ

1 de fevereiro de 2016 às 09:42:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

os europeus têm que conhecer melhor a Rússia, têm que conhecer melhor as culturas do território russo. Nesse sentido, a paz na Europa depende da existência daquilo que José Milhazes (eu uso a mesma expressão) tem referido como o modus vivendi europeu com a cultura e as culturas da Rússia. É por isso que, no caso da Ucrânia, é indispensável conhecermos bem esse território, as suas origens, a sua diversidade, uma vez que Kiev é algo de matricial da cultura russa, como sabemos, mas o território ocidental da Ucrânia foi parte, até à Primeira Guerra Mundial, do Império Austro-Húngaro. A causa da paz passa pela compreensão da Ucrânia. É indispensável a compreensão dessa diversidade e a compreensão de que a cultura russa, que é também europeia, é responsável por grandes obras: estou a falar de Tolstoi, Dostoyevsky, Pushkin, Chaikovsky. Perguntar-me-á “mas o que é que tem tudo isso a ver?” É que não haverá Europa se não houver uma consciência da complementaridade entre os velhos povos europeus, entre aqueles que, designadamente, são nossos irmãos e que têm tanto a ver conosco e que vivem no território russo.....as diplomacias europeias pecam por estarem convencidas que sabem tudo e que os outros é que têm que aprender. Chegam lá [ed: à Rússia] e tentam, digamos, impor os seus padrões e, às vezes, de forma completamente desastrosa. Nós, quando estamos a tratar a Rússia, estamos a tratar como um país com um grau de cultura muito alto. Nós não estamos a tratar de um país qualquer. O tratamento que foi dado à Rússia, principalmente depois da queda da União Soviética, fazia lembrar um pouco o comércio que se fazia nos primeiros tempos da colonização em África: levavam-se uns espelhinhos para trazer de lá ouro. Fazia-se dos russos pessoas que precisavam de ser educadas (…) Nesses anos, a Europa e os Estados Unidos humilharam os próprios russos. Nós muitas vezes desprezamos os parceiros, ‘o outro’, estamos convencidos que nós é que sabemos, nós é que temos a razão, esquecendo a grande riqueza cultural da Rússia. (…) Nós estamos a tratar com um povo que é um povo que tem bases sólidas que permitiriam e estou convencido que irão permitir esta aproximação com a Europa. Tentei mostrar que a Rússia não é o ‘urso feroz, agressivo e selvagem’, imagem frequentemente desenhada por alguns dos mais inflamados defensores dos chamados valores ocidentais. A Rússia tem que participar e, sem ela, nós não seremos capazes de defender os chamados valores europeus, que são a base da nossa civilização”, disse José Milhazes.

Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20160131/3449034/Nao-havera-Europa-sem-a-Russia.html#ixzz3yuN8FDAm

1 de fevereiro de 2016 às 09:48:00 WET  

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