terça-feira, dezembro 15, 2015

ESPECIALISTA DA MALÁSIA EM QUESTÕES RELIGIOSAS AFIRMA QUE MATAR APÓSTATAS NÃO É VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS...

Na Malásia, uma destacada figura do Departamento de Desenvolvimento Islâmico da Malásia (JAKIM, no acrónimo local), Mohd Aizam Mas'od, escreveu um artigo, que pode ler-se aqui http://www.islam.gov.my/sites/default/files/apostasy_is_not_human_rights.pdf, a dizer que matar gente por apostasia é legítimo para defender o Islão, uma vez que, segundo ele, a apostasia não é um dos direitos humanos. Começa a charla a esse respeito por se queixar do Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), de 1948, que diz o seguinte: «Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.»
Diz ele que isto contraria o Islão porque «viola claramente os direitos dos muçulmanos em praticar o Islão. O Islão determinou que o primeiro propósito (maqsad) da Lei Islâmica é preservar a religião. Portanto, se os muçulmanos puderem tanto abraçar como abandonar a religião, livremente, então os direitos dos muçulmanos de preservarem a sua religião foram violados. A regra islâmica definiu que abandonar a religião ou tornar-se apóstata é um grave crime e que a pessoa tem de ser julgada e castigada. O acto de apostasia envolve interesse público, especificamente de honrar a religião e os muçulmanos em geral. Como tal, não é apenas uma questão de direitos individuais que está em causa.
Ninguém pode acusar o Islão de violar os direitos individuais de escolher a religião. Não é verdade que a DUDH de 1948 foi estabelecida com base na protecção do público antes do individual? Se aos direitos dos indivíduos for dada prioridade cimeira, então porque é que os governos em todo o mundo emitem legislação para os seus países? Não é porque a legislação é formada para restringir a liberdade individual que é definida por lei como mau procedimento? De facto, há uma cláusula da DUDH 1948, artigo 29, que diz: "1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática."
(...)
O mesmo se aplica ao Islão. A lei islâmica definiu a apostasia como crime; por conseguinte, não pode (a apostasia) fazer parte da lista dos direitos humanos individuais! Isto é uma questão da sacralidade da doutrina religiosa. Se seguidores doutra religião forem contra a crença e doutrina da sua religião, não ficarão ofendidos o resto dos seguidores?»
(...)
Conclui portanto que «é direito de todos os muçulmanos proteger o sagrado da sua religião. (...) A apostasia é um dos crimes mais graves, de acordo com o Islão. Como tal, a apostasia não é um direito, está proibida pelo Islão. Por conseguinte, qualquer apóstata que se negue a arrepender-se deve ser castigado. (...) ... se insiste em desafiar e insiste em apostasiar, o final é uma pena de morte por motivos de "hirabah" (al- qatlu hirabatan). Isto significa que os apóstatas não são executados devido à sua infidelidade, mas sim por hirabah», definido anteriormente como «ataques aos fundamentos da religião, que constituem o pilar de um governo islâmico». 
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Fonte: https://laicismo.org/2015/matar-a-los-apostatas-no-es-una-violacion-de-los-derechos-humanos/138555

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Mais uma vez fica à vista a incapacidade do muçulmano típico em distinguir direitos individuais de direitos colectivos - com a comparação que faz relativamente à legislação pública no Ocidente, escapa-lhe que nenhuma lei para o colectivo no mundo ocidental (?... enfim...) pode, em princípio, violar certos e determinados valores individuais, tais como a liberdade de consciência e de culto. Também por cá há uns quantos que não percebem bem o valor da liberdade individual, ou por outra, pura e simplesmente ficam fodidos diante do facto de que não podem impingir a sua moral individual aos outros e persegui-los em público por causa disso... enfim, estes no Ocidente são minoria e mandam cada vez menos, só podem é babar-se enraivecidos de cada vez que se aprova mais uma lei a permitir isto e aquilo... No Islão, contudo, é gente desta que manda. E que o supracitado especialista ou conselheiro ou lá o que é, Mohd Aizam Mas'od, afirme ser um dos deveres fundamentais dos muçulmanos o acto de impedir o abandono do Islão, é facto que, só por si, exige que venham a público diversas autoridades muçulmanas desmenti-lo, o que obviamente implicaria desmentir a legitimidade de aplicar a pena de morte a apóstatas, castigo este que existe em diversos Estados muçulmanos da actualidade...

O que dirá disto o líder da comunidade islâmica em Portugal?...


5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ele dirá que "isso eh apenas uma minoria e que que a grande maioria dos muçulmanos são contra o radicalismo"...

Dai os merdias darão razão a ele. E isso que basicamente acontece.

15 de dezembro de 2015 às 17:33:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://blogs.timesofisrael.com/donald-trump-is-merely-saying-what-most-muslim-states-already-do/

15 de dezembro de 2015 às 18:03:00 WET  
Blogger Caturo said...

Já aqui estava, mas obrigado: http://gladio.blogspot.pt/2015/12/declaracoes-de-donald-trump-e-politicas.html

15 de dezembro de 2015 às 18:14:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Ele dirá que "isso eh apenas uma minoria e que que a grande maioria dos muçulmanos são contra o radicalismo"...»

Pois, pois... mas este está no seio de uma instituição oficial, central, de um Estado que costumava ser tido como moderado...

15 de dezembro de 2015 às 18:14:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O Drump deu uma declaração muito interessante hoje: que a maioria dos refugiados são homens, que eles constituem um exercito e por que não estão na Siria lutando pelo seu pais:

http://noticias.terra.com.br/mundo/twitter-e-palco-de-bate-boca-entre-donald-trump-e-principe-saudita,2af1854e27bbe90683dae7efa91bb582woe5jam8.html

http://idgnow.com.br/internet/2015/12/14/anonymous-derruba-site-de-donald-trump-apos-declaracoes-contra-muculmanos/

Esses "anônimos" de anônimos não tem nada. Eles são a favor do sistema.

15 de dezembro de 2015 às 19:36:00 WET  

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