quarta-feira, setembro 09, 2015

QUEM TEM MEDO DO POPULISMO TEM MEDO DA DEMOCRACIA

Fonte: http://observador.pt/opiniao/a-europa-refem-dos-populismos/
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Sobre a questão dos refugiados a entrarem pela Europa adentro, um escriba do sistema diz assim:
(...)
a UE vive refém de populismos – os que governam e os que, pela sua crescente força eleitoral, condicionam quem governa.A geografia fez com que o destino dos migrantes passasse pela Hungria e colocasse Viktor Orbán, o primeiro-ministro húngaro e uma espécie de tiranete, na linha da frente desta crise. Ora, é justo condenar Orbán por dar rosto à recusa de uma solução europeia e entregar à Alemanha a titularidade da resolução desta crise humanitária (sim, ao contrário do que se escreveu sobre a Grécia, esta é mesmo uma crise humanitária). Mas o problema não é Orbán que, apesar de tudo, só manda na Hungria e, em última instância, fará o que a UE mandar. O verdadeiro obstáculo político vive em França, no Reino Unido e, mais discretamente, nos vários países nórdicos e do Báltico, através da crescente afirmação de movimentos e partidos populistas anti-europeístas que, indirectamente, condicionam toda a tomada de decisão política.Os exemplos mais óbvios são o francês e o britânico. Em França, ao longo dos últimos quatro meses, Hollande opôs-se firmemente à introdução de quotas para a distribuição dos migrantes pelos Estados-membros, procurando reduzir ao máximo o papel do seu país. Fê-lo, percebe-se, por receio da opinião pública, cada vez menos favorável a si e cada vez mais favorável à direita populista de Marine Le Pen. No Reino Unido, David Cameron foi resistindo ao aumento do número de refugiados a receber pelos britânicos, o que não deixará de estar relacionado com o contexto político que vive no seu país e no seu partido – pressionado para referendar a saída do Reino Unido da UE e com uma hostilidade crescente na sociedade face aos migrantes (visível nomeadamente em tabloides como o The Sun). Ora, na semana passada, ambos os líderes mudaram de opinião. Não o fizeram por causa dos milhares em desespero na estação ferroviária de Budapeste, nem dos sucessivos relatos de mortes no mar, em camiões ou no túnel de Calais. Fizeram-no à força, porque uma fotografia comoveu o mundo, 
(...)
É, sobretudo, deixar uma mensagem: ou a Europa afirma os seus valores e salva estas vidas, ou a Europa perde o valor. Merkel tem toda a razão. E os principais destinatários da sua mensagem são os líderes europeus que, nos seus países, têm sobrevivido nas sondagens gerindo cedências aos populismos anti-europeus, deixando enfraquecer o projecto europeu. É que, de crise em crise e da Grécia ao mediterrâneo, Le Pen e os inimigos do projecto europeu têm somado mais vitórias do que derrotas. A continuar assim, um dia ganham mesmo.

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O à vontade com que este e outros servidores do ideal mundialista vigente se apoderam da ideia de Europa, como se a Europa fosse, não um bloco etno-civilizacional, mas sim uma caldeirada multirracial que deva aceitar o mundo inteiro dentro de si e contribua para esboroar fronteiras, esta facilidade em dar por adquirida tão bastardizante ideia é em parte culpa de quem no lado nacionalista não sabe ou julga melhor não explicar com clareza que o combate nacionalista não é contra a Europa mas sim pela verdadeira Europa, a das Nações, que está gravemente ameaçada de morte diante da avalanche de gentes alógenas que põem em risco a identidade europeia, tal é o seu potencial demográfico.

Não deixa, entretanto, de ser agradável saborear o tipo de medo que está bem patente no texto aqui citado, acima reproduzido a itálico: quem o escreveu sabe bem que aquilo a que chama populismo, entenda-se, no caso, o espírito da Estirpe a resistir à iminvasão, é, de facto, a tendência política com maior potencial de crescimento, porque o povo quanto mais ouve a narrativa nacionalista em discurso directo mais vota nos Nacionalistas.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Acho que o internacionalista direitinha que escreveu o texto está a confundir populismo com vontade popular. Populismo é quando se cria uma oposição entre o povo e a elite, e sendo assim nem todos os partidos de extrema-direita europeus são populistas; vontade popular é a vontade do povo, e nesse caso todos os partidos de extrema-direita europeus devem o seu crescimento à vontade popular.

10 de setembro de 2015 às 10:09:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Acho que o internacionalista direitinha que escreveu o texto está a confundir populismo com vontade popular. Populismo é quando se cria uma oposição entre o povo e a elite, e sendo assim nem todos os partidos de extrema-direita europeus são populistas; vontade popular é a vontade do povo, e nesse caso todos os partidos de extrema-direita europeus devem o seu crescimento à vontade popular.

10 de setembro de 2015 às 10:09:00 WEST  

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