NOTÓRIA ASCENÇÃO DA EXTREMA-DIREITA NA FINLÂNDIA - SEGUNDO LUGAR NAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4520634
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O maior partido de oposição finlandês, o Partido do Centro, ganhou as eleições legislativas do país, seguido do partido ultra-nacionalista eurocéptico o "Verdadeiros Finlandeses", derrotando o Governo no poder.
O maior partido de oposição finlandês, o Partido do Centro, ganhou as eleições legislativas do país, seguido do partido ultra-nacionalista eurocéptico o "Verdadeiros Finlandeses", derrotando o Governo no poder.
Apurados todos os votos, a Coligação Nacional do ainda primeiro-ministro Alexander Stubb foi derrotada, depois de uma campanha dominada pelos problemas económicos da Finlândia.
O Partido do Centro, liderado por Juha Sipila (que será o novo primeiro-ministro), tornou-se o maior partido na Finlândia, obtendo 49 dos 200 lugares no parlamento, com o "Verdadeiros Finlandeses", liderado por Timo Soini, a conquistar 38 lugares parlamentares.
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E mais uma vez, e mais outra, e outra ainda, a Democracia dá mais força à Extrema-Direita, comprovando, mais uma vez, que é uma aliada natural de toda e qualquer força política que represente a mensagem de «Nós Nação em primeiro lugar», ou seja, a essência do Nacionalismo. E isto porque o que de mais forte há no Povo é precisamente o instinto-vital de sobrevivência do Nós. O Nacionalismo é precisamente este instinto-vital em forma sistematizada moderna.
E isto mesmo verifica-se com toda a força precisamente neste caso finlandês, com uma nitidez cortante: http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/540821-timo-soini-verdadeiro-finlandes-falso-gentil
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Aqui reside a grande diferença entre a política sueca e finlandesa. Na Suécia, poucos responsáveis políticos estarão dispostos a conviver, mesmo que de longe, com os Democratas da Suécia [extrema direita]. Na Finlândia, pelo contrário, os Finlandeses Verdadeiros são vistos como uma alternativa perfeitamente credível. Principalmente porque não têm um passado neonazi. O partido é, por assim dizer, uma criação exclusiva de Timo Soini, cujas raízes políticas vêm do partido rural da Finlândia, um partido populista da década de 1970 liderado pelo lendário Veikko Vennamo, um orador talentoso que deixou algumas frases nos anais da política finlandesa, como por exemplo "Kyll Kansa tietää" [o povo é que sabe]. É precisamente esta tradição que Soini perpetua, forjando uma imagem de defensor do povo contra o poder estabelecido. Os seus cavalos de batalha são a saída do país da União Europeia e a limitação da imigração.
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Os seus opositores apontam que, apesar de tudo, a sua demagogia agrada ao eleitorado xenófobo, a quem conscientemente deixa crer que representa seus valores.
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E é mesmo isto que conta - pouco interessa o que Soini é ou deixa de ser como líder, muito menos o que é como pessoa (até se diz católico...). O que conta é o que permite representar no contexto político. Soini pode ser substituído. O Povo não.
Os seus opositores apontam que, apesar de tudo, a sua demagogia agrada ao eleitorado xenófobo, a quem conscientemente deixa crer que representa seus valores.
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E é mesmo isto que conta - pouco interessa o que Soini é ou deixa de ser como líder, muito menos o que é como pessoa (até se diz católico...). O que conta é o que permite representar no contexto político. Soini pode ser substituído. O Povo não.
6 Comments:
Mas pelo visto não ascenderam tanto como o esperado:
"Os Verdadeiros Finlandeses, um partido da direita eurocética, que aspiravam se tornar a segunda força no país, parecem ter falhado, ficando com 35 cadeiras no Parlamento"
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/04/oposicao-vence-eleicoes-legislativas-na-finlandia.html
Grão a grão enche a galinha o papo... Roma e Pavia não se fizeram num dia. Objectivamente, tratou-se de um triunfo. Que tenha ficado aquém do esperado é outra coisa. Todas as «desilusões» fossem essas...
De resto, são «desilusões» que só acontecem a quem trabalha e se vira para o povo. Quem, com um espertíssimo ódio à Democracia prefere ficar nas tertúlias ou nos teclados, a alimentar o espírito de gueto e de pedante superioridade para com o «povinho-ai-que-horror-o-povinho!», a quem assim procede não sucede nada disto, é pessoal que está sempre bem, na convicção da sua superioridade e tal e coisa...
Esta notícia já é antiga Caturo, e já aconteceram outras eleições.
«Os seus opositores apontam que, apesar de tudo, a sua demagogia agrada ao eleitorado xenófobo, a quem conscientemente deixa crer que representa seus valores.»
Uma acusação que também é dirigida frequentemente a Nigel Farage, líder do UKIP.
Ora, uma pessoa com o mínimo dos mínimos de inteligência, ao ler o parágrafo a itálico pensaria: "se calhar, é mais importante para o crescimento do Nacionalismo tentar representar os valores do povo do que falar em nazis, ou em judeus, ou em revoluções".
Mas infelizmente, há demasiados nacionalistas que, ao ler o parágrafo em causa, concluirão: "isto é a prova de que a Democracia não serve, porque o Soini e o Farage são infiltrados sionistas e falsa oposição. De resto, o povinho é burro e é natural que se deixe enganar pela farsa democrática."
Pois, autismo, ou aliás, franca estupidez, é assim mesmo que funciona. Meteram nos estreitíssimos cornos que a Democracia é má porque é, porque o Mestre - o Dono, que eventualmente mais não fez do que uma valentíssima merda - disse que é má e acabou. A partir daí, tudo serve de pretexto para justificar a ideia da supressão da Democracia e do desprezo pelo povinho.
Com gente desta não se faz nada em condições e juízo teve Marine Le Pen em por essa malta de lado.
«Esta notícia já é antiga Caturo, e já aconteceram outras eleições.»
Muito obrigado, a notícia actual ainda é melhor.
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