SÃO ARGELINOS OS «FRANCESES» IDENTIFICADOS COMO AUTORES DO ATENTADO CONTRA O CHARLIE HEBDO
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4330266&page=1 (artigo original redigido sob o novo acordo ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)
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O mais novo dos irmão Kouachi, Chérif, de 32 anos, é bem conhecido das autoridades francesas. Em 2008, foi condenado a três anos de prisão (com pena suspensa durante 18 meses) pelo envolvimento numa rede angariação de voluntários para combater no Iraque com os extremistas da al-Qaeda.
Sobre o irmão mais velho Said, de 34 anos, há poucas informações. A mais relevante, até ao momento, é a de que terá deixado um documento de identificação no carro usado para fugir após o ataque à sede do Charlie Hebdo, o que facilitou o trabalho da polícia.
Buscas para encontrar suspeitos do massacre no "Charlie Hebdo" continuam durante a noite.
O mais novo dos Kouachi tem um longo historial de envolvimento com grupos militantes. Dez anos de ligações que não deixam à vista qualquer relação com grupos radicais importantes, apenas uma espécie de militância em pequenos grupos locais pouco organizados.
Técnico qualificado de educação física, Chérif foi aprisionado pelo papel activo no conhecido grupo "Buttes-Chaumont", que herda o nome do parque do nordeste de Paris usado pelos membros do clã para fazer treino físico.
Esta rede, acreditam os investigadores, encaminhou cerca de uma dúzia de combatentes franceses para campos de treino ligados à al-Qaeda, no Iraque, entre 2003 e 2005.
Três dos elementos enviado morreram em combate, alguns foram capturados e outros, incluindo, Chérif, detidos em França antes de sair do país, em Janeiro de 2005, aos 22 anos.
Órfão de pais argelinos a viver no Oeste de França, Chérif ganhava a vida a entregar pizas e disse em tribunal que decidira viajar para o Iraque depois de ver as imagens das "atrocidades" cometidas pelas tropas norte-americanas na prisão de Abu Ghraib, nos arredores de Bagdade.
Durante o julgamento, em 2008, conta o jornal britânico "The Guardian", o advogado disse que Chérif não era muçulmano praticante, que tinha "fumado haxixe, bebido e namorava" e gostava de música rap, antes de se envolver com o grupo "Buttes-Chaumont", na maioria composto por pequenos criminosos sem orientação.
No tribunal, Chérif foi descrito como um jovem sob influência do imã radical Farid Benyettou, na mesquita de Addawa, em Paris.
"Antes era um delinquente. Depois, senti-me fantástico. Não imaginava sequer que pudesse morrer", disse Chérif em tribunal, contando o que o motivou a juntar-se ao grupo do parque, onde terá aprendido a manejar uma Kalashnikov, a arma automática de fabrico russo usada nos atentados contra a sede do Charlie Hebdo.
Segundo o jornal "Le Monde", Chérif é também suspeito de ter participado, em 2010, num golpe para libertar da prisão Djamal Beghal, o cérebro de um ataque bombista que matou oito pessoas, em 1995.
Chérif foi detido durante três meses, ao abrigo das rígidas leis anti-terroristas de França, mas acabou por ser libertado, por falta de provas. Os investigadores acreditam que o irmão mais velho, Said, também esteve envolvido no esquema, mas também não conseguiram reunir qualquer evidência disso.
É o mais que se sabe de Said. Segundo a "CNN", o FBI e os Serviços Secretos norte-americanos estão a rastrear os movimentos dos suspeitos, para tentar perceber se têm ligações à al-Qaeda ou ao Estado Islâmico.
Segundo o jornal "Le Point", numa busca à casa dos suspeitos, foi encontrado material de propaganda radical islâmica, nomeadamente vídeos e textos. O histórico da navegação na Internet revelou a frequência de sites jidaistas, islâmicos radicais e de pornografia infantil.
Hamyd Mourad, o suspeito mais novo do ataque terrorista contra o semanário "Charlie Hebdo", rendeu-se, quarta-feira à noite, à policia de Charleville-Mézières, na região de Ardenas, no norte de França.
O jornal francês "Le Figaro", que cita "fontes próximas do processo", afirma que o jovem de 18 anos se entregou na esquadra cerca das 23 horas, depois de ter visto o nome mencionado nas redes sociais.
Hamyd Mourad nega o envolvimento no atentado e diz que à hora do ataque estava na escola.
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