sexta-feira, janeiro 16, 2015

NO PAÍS IRMÃO - GOVERNO PROÍBE MANIFESTAÇÕES DE EXTREMA-DIREITA CONTRA O ISLÃO

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4346552&page=-1
*
As autoridades espanholas proibiram uma manifestação contra o Islão convocada por vários grupos de extrema-direita, como a Aliança Nacional, para o próximo dia 23 em frente a uma das mesquitas da cidade de Madrid.
A delegação do Governo em Madrid considerou que a manifestação pode constituir um "grave risco para a segurança dos cidadãos". A mesquita em causa situa-se perto de uma auto-estrada que serve a cidade de Madrid (a M-30), foi mandada construir pelo governo da Arábia Saudita e é uma das mesquitas com maior afluência em Espanha.
Num cartaz digital divulgado através da Internet pode ler-se que a manifestação foi convocada pela plataforma "La España en Marcha" (A Espanha em marcha), que reúne grupos de extrema-direita como a Aliança Nacional, sob o lema "Islão fora da Europa, fazer frente ao ódio que tem à nossa cristandade. Não ao multiculturalismo".
Segundo a União de Comunidades Islâmicas de Espanha (UCIDE), Madrid tem duas mesquitas, a da M-30 e a mesquita central, no bairro de Tetuan, bem como 42 oratórios em toda a cidade.
A convocatória da Aliança Nacional, precisou a delegada do Governo Cristina Cifuentes, explicava que o acto serviria para "denunciar a presença do Islão na Europa e Espanha, que constitui uma invasão à cristandade".
A delegação pediu pareceres à polícia e a peritos jurídicos do Estado e ambos consideraram que a proibição "cumpre estritamente o artigo da constituição espanhola que permite proibir as manifestações ou concentrações que constituam um grave risco para a segurança dos cidadãos ou bens".
Na passada sexta-feira, a mesquita central de Madrid foi vandalizada com escritos nas paredes, com frases como "Islão fora da Europa", "Cães", além de outros insultos. Também foram pintadas a "spray" cruzes celtas, um símbolo habitualmente associado à extrema-direita e às claques de futebol mais perigosas, conhecidos como ultras.
Cristina Cifuentes acrescentou que também foi convocada uma manifestação semelhante em Valência, e que também esta foi proibida.

* * *

Censura-se pois a liberdade de expressão invocando como pretexto o medo que os autóctones têm na sua própria terra devido à eventualidade de serem vítimas de violência mortal por parte de alógenos. Uma atitude que só por si justificaria um golpe de Estado, dado que numa sociedade legitimamente democrática está sempre fora de questão limitar a liberdade dos indígenas devido à presença ameaçadora de quem tenha origem estrangeira.