terça-feira, janeiro 27, 2015

MAIS E MAIS NACIONALISTAS JUNTAM-SE AOS PEGIDA

Fonte: http://www.dw.de/neonazistas-se-misturam-ao-pegida/a-18214823
*
No meio das manifestações semanais do movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente), neonazis gritam frases como "quem não ama a Alemanha deve deixar a Alemanha". Outros tantos cidadãos comuns engrossam o coro entusiasmado, e ninguém parece incomodar-se com a presença dos radicais.
Há algumas semanas, redes neonazis bem organizadas e representantes de partidos de extrema direita têm estabelecido o seu próprio bloco dentro das marchas semanais do Pegida, que tiveram início em Outubro do ano passado.
O fenómeno repete-se nas marchas do movimento em várias cidades. No norte da Alemanha, a liderança do ultra-direitista Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD) participa nas manifestações. Em Berlim, os radicais marcham com símbolos nazistas nas roupas, expondo claramente a sua ideologia.
No epicentro dos protestos, a cidade de Dresden, integrantes de grupos de hooligans de extrema direita têm actuado como "seguranças", e nenhum dos organizadores do movimento parece ter objecção quanto à participação deles.
Um dos radicais que se uniu às marchas do Pegida é André E.. Desde 2013 que está a ser processado sob a acusação de colaborar com o grupo terrorista de extrema direita Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em alemão), juntamente com Beate Zschäpe. O ódio aos muçulmanos e imigrantes em geral tê-los-ia unido.
Em meados de Janeiro, logo após uma audiência do julgamento da NSU em Munique, André e companheiros da cena neonazi da Baviera juntaram-se a uma manifestação do Pegida.
Uma pesquisa da Universidade Técnica de Dresden apontou a existência de posições semelhantes entre neonazis e participantes das manifestações do Pegida: descontentamento geral com a política, rejeição do Islão e preconceito racial. E a cena radical de direita vem tentando usar isso em seu favor.
Entretanto, a aliança com a classe média é frágil, pois a maioria dos apoiantes do Pegida rejeita o uso da violência como meio político. E a violência continua sendo a principal característica dos grupos neonazis.