quarta-feira, agosto 13, 2014

MINISTRO TURCO DEFENDE CALIFADO DO IRAQUE E SÍRIA CONTRA ACUSAÇÕES DE TERRORISMO

Fonte: https://rojavareport.wordpress.com/2014/08/07/turkish-foreign-minister-defends-isis-against-accusations-of-terrorism/
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O ministro dos Negócios Estrangeiros Ahmet Davu Davutoğlu defendeu na passada semana o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS) contra acusações de terrorismo, culpando os governos do Iraque e da Síria pela actual violência na região.
Estes comentários foram proferidos após uma ofensiva do EIIS no Curdistão iraquiano que deixou sem abrigo centenas de milhar de pessoas e que originou testemunhos de atrocidades cometidas por militantes do EIIS contra iezidis, cristãos e xiitas.
O ministro dos Estrangeiros turco declarou o que acima se lê durante um programa televisivo no qual disse aos telespectadores que «uma estrutura como o EIIS pode parecer radical ou estrutura terrorista mas há diferentes grupos envolvidos. Há árabes sunitas, há um significativo número de turcomanos.» Chegou a afirmar que os governos sírio e iraquiano constituíam a verdadeira fonte dos problemas: «Se os árabes sunitas não tivessem sido excluídos no Iraque, as províncias de Mosul e Anbar não estariam hoje em tal estado de violência. Tal como na Síria se não tivesse havido aí um governo de um grupo a representar doze por cento da sociedade estas coisas não aconteciam. Há uma comunidade cuja raiva foi construída até um patamar considerável.»

É significativo que este apoiozito suave, a modos que sonso, seja da parte de um elemento do governo turco, cuja islamice é cada vez mais evidente, apesar de demasiada gente continuar a dizer que a Turquia é um Estado laico. De imediato vem à memória o artigo de Daniel Pipes, comentado no Gladius, sobre a possível ajuda secreta da Turquia ao EIIS - e não pode esquecer-se nem o auxílio moral que o primeiro-ministro turco tem dado ao Hamas chegando a dizer que esta organização não é terrorista, nem a sua condenação de Israel no caso da «flotilha» interceptada por tropas israelitas, nem do seu apoio declarado ao chamado «genocida de Darfur», alegando que «um muçulmano não comete crimes daqueles». Imagine-se que algum ministro alemão ou austríaco dizia que Hitler não podia ter ordenado o dito «holocausto» porque «um nacionalista não comete crimes daqueles», quantas centenas de Carmos e Trindades não cairiam. Em contrapartida não se ouviu nem um pio, pelo menos na comunicação sucial tuga, sobre estas esclarecedoras palavras do líder do país que a elite politicamente correcta ocidental quer enfiar pela União Europeia adentro, em Portugal até a merda do CDS adoptou tal desígnio. 
A prestação de Davutoğlu constitui mais um indício daquilo que a Turquia é cada vez mais, devendo todavia dar-se-lhe razão a respeito da sua opinião sobre o carácter minoritário do governo sírio - efectivamente, no mundo islâmico o laicismo e a moderação são sobretudo luxos de uma elite cultural mais ou menos ocidentalizada que ou tem poder para impor-se de cima para baixo através de «democracias musculadas» ou então é completamente engolida pela massa islâmica, como aliás está já a suceder na Ásia Menor.