CURTA METRAGEM EM BONECOS SOBRE OS PROTO-INDO-EUROPEUS
Pode ver-se a seguir um curto vídeozito de oito minutos e pouco a respeito da raiz indo-europeia, ou seja, sobre o Povo que constitui eventualmente a matriz étnica da esmagadora maioria dos Europeus e de boa parte das populações do Cáucaso até à Índia. O tom geral é intencionalmente simples, ligeirito, saltitante até, infelizmente falado num Inglês americano de jovem intelectual ianque que articula palavreado a alta velocidade e com piadas adolescentes pelo meio, mas foca o essencial, explicando com clareza, embora muito rapidamente para quem nunca ouviu nada sobre estas coisas, porque é que certas palavras podem ter origem comum indo-europeia enquanto outras são comuns a várias línguas indo-europeias por motivos meramente civilizacionais e não propriamente étnicos. Por exemplo, se várias línguas indo-europeias actuais têm palavras parecidas para designar «Deus», isto quererá dizer que já há milhares de anos os seus ancestrais tinham uma mesma concepção do que seria Deus, reforçando assim a teoria que aponta para uma comunidade de origem indo-europeia; em contrapartida, se as actuais línguas indo-europeias partilham vocábulos similares para designar «computador» ou «tabaco», isso não significa que já na proto-história os ancestrais do diversos ramos indo-europeus tivessem computadores ou fumassem Marlboro mas apenas que mercê do contacto civilizacional mais recente acabaram por ter em comum diversos elementos de uma mesma cultura ocidental.
Quem quiser abordar a questão pelo seu lado mais «descontraído» pode achar imensa piada ao alegado facto de que os arcaicos indo-europeus conheciam dois tipos diferentes de traque, e tenho quase a certeza que alguns do que estão a ler isto vão ver o vídeo só por causa disso. É uma parte útil para conquistar a boa vontade dos petizes e o facto de não ter legendas em Português constitui obstáculo cada vez menor à sua fruição por parte das crianças cá do burgo, dado que aprendem, e praticam, o Inglês cada vez mais cedo.
Há referências ao longo do vídeo à globalidade da vivência dos proto-Indo-Europeus, nomeadamente no que respeita à sua habitação, hábitos alimentares, concepções familiares, modo de vida, diferenciações sociais, salientando-se, cá para o meu gosto, a parte que diz respeito à Religião, quando deduz que estes arcaicos ancestrais identificavam o ser humano primariamente como algo de terreno e mortal, enquanto o seu Deus principal é literalmente o Pai do Céu, a saber, Júpiter na versão latina, Zeus na versão grega e Diaus Pater na versão indiana, isto sem esquecer o carácter politeísta destes antepassados cuja origem se perde na noite dos tempos mas cuja seiva constitui ainda hoje a essência da identidade europeia.
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