quarta-feira, junho 25, 2014

SOBRE O MAR NEGRO - CAÇA-BOMBARDEIRO RUSSO PARALISOU SOFISTICADO SISTEMA NORTE-AMERICANO DE COMBATE


Na semana passada, na Internet russa foi discutido activamente um comunicado de como um bombardeiro da frente russo Su-24 equipado com um o sistema de neutralização radio-electrónica de última geração tinha paralisado no mar Negro o mais sofisticado sistema americano de combate Aegis a bordo do destróier Donald Cook.
O destróier participava nas manobras americano-romenas que tiveram como missão demonstrar a força, diz Pavel Zolotarev, perito em assuntos políticos:
“A 10 de Abril, o Donald Cook armado de mísseis cruzeiro Tomahawk entrou em águas neutras do mar Negro. Os exercícios tiveram por fim intimidar e demonstrar a força em resposta à posição da Rússia na Ucrânia e na Crimeia. Destaque-se que a entrada de navios militares americanos neste espaço aquático contraria a convenção sobre o carácter e os prazos de permanência no mar Negro de vasos de guerra dos países não banhados por este mar.
A Rússia, por seu lado, enviou um avião desarmado Su-24, para sobrevoar o destróier americano. Contudo, este avião, como consideram peritos, foi equipado com um sistema russo de luta radio-electrónica de última geração. Segundo esta versão, o Aegis ainda de longe teria interceptado a aproximação do avião dando alerta de combate.
Tudo decorria como habitualmente, tendo os radares da nave calculado a distância até ao alvo. Mas de repente todos os telas se apagaram. O Aegis deixou de funcionar e os mísseis não receberam a indicação do alvo. Entretanto, o SU-24 sobrevoou a coberta do destróier, fez uma viragem de combate e imitou um ataque de mísseis. Depois fez uma volta e repetiu durante 12 vezes consecutivos a manobra.
Pelos vistos, todas as tentativas de reanimar o Aegis e indicar o alvo ao sistema de defesa anti-aérea fracassaram. A reacção da Rússia à pressão militar dos EUA foi terrivelmente tranquila, considera Pavel Zolotarev:
“A demonstração foi bastante original. Um bombardeiro sem armas, mas equipado com um sistema de neutralização radio-electrónica de radares do inimigo resultou actuando contra o destróier com o sistema mais sofisticado de DAA e de DAM a bordo. Mas este sistema (...) tem um defeito considerável – as possibilidades de acompanhar os alvos, que funcionam bem quando há vários navios e é possível coordenar-se entre si. Mas neste caso havia só um destróier. Ao que tudo indica, o algoritmo de trabalho dos radares da nave no sistema Aegis não funcionou sob a acção do sistema de neutralização radio-electrónica a bordo do Su-24. Por isso foi provocada não apenas uma reacção de nervos ao próprio facto do sobrevoo, praticado largamente só no período da Guerra Fria. Houve a seguir mais uma reacção ao facto de o sistema mais sofisticado, em primeiro lugar a sua parte informativa, de radares, não ter funcionado em plena medida. Por isso, a parte americana reagiu tão nervosamente”.
Após o incidente, como escreve a mídia estrangeira, o Donald Cook entrou com urgência num porto da Roménia, onde 27 tripulantes do navio solicitaram demissão escrevendo nos pedidos, como se diz, que não pretendem arriscar as suas vidas. Tal é confirmado indirectamente por uma declaração do Pentágono, em que se afirma que esse acto tem desmoralizado a tripulação do destróier americano.
Quais podem ser as consequências militares do incidente no Mar Negro, provocado pelos Estados Unidos? Comenta Pavel Zolotarev:
“A meu ver, os americanos irão reflectir sobre o aperfeiçoamento do sistema Aegis. Este é o puro lado militar. Mas é pouco provável que politicamente sejam dados quaisquer passos por uma ou outra parte. Essas acções são suficientes. Entretanto, este é um momento desagradável para os americanos. Em geral, o sistema de DAM, que estão desenvolvendo, absorve meios colossais e é necessário provar cada vez que devem ser canalizados do orçamento. Ao mesmo tempo, a componente terrestre do sistema de DAM – contra-mísseis em poços – foi testado em condições ideais, mostrando uma baixa eficácia. Este facto é escondido minuciosamente pelo Pentágono. O mais sofisticado sistema Aegis de estacionamento marítimo também revelou neste caso os seus defeitos”.
O sistema com que o Su-24 tinha chocado o destróier americano Donald Cook tem o nome convencional de Khibiny, como se chama um maciço montanhês na península de Kola, na região polar da Rússia.
O Khibiny é um sistema de neutralização radio-electrónica de última geração com que serão equipados todos os aviões prometedores russos. Há pouco o sistema foi testado em exercícios num polígono na Buriátia. Pelo visto, os testes foram bem-sucedidos, se em breve foi decidido testar o sistema em condições próximas do combate.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2014_04_21/Como-Su-24-russo-paralisou-destroier-americano-9182/