MAIORIA DO POVO É A FAVOR DO 25 DE ABRIL
Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://expresso.sapo.pt/inquerito-25-de-abril-e-a-data-mais-importante-da-historia=f864140#ixzz2yEQRVdA7
Se alguma coisa resulta deste estudo, feito pela segunda vez em dez anos (houve um outro em 2004), é isso mesmo: os portugueses rejeitam o passado ditatorial e consideram o 25 de Abril o acontecimento mais importante da sua História, entre todos os outros.
Porquê? As interpretações são várias e a ignorância (e de quem é a culpa?) não é com certeza a menor das explicações. Mas hoje, à distância de 40 anos de democracia, esbateram-se as divisões, sobretudo sobre o período imediatamente após o golpe, que se tornou numa Revolução porque, como se sabe, o povo saiu à rua e apoiou, ovacionou e saudou a libertação.
A ruptura foi clara e há, para novos e velhos, um antes e um depois - e os portugueses no seu conjunto orgulham-se dela. É singular a transição portuguesa. Poucas são as de cariz democrático que ocorreram por força de um golpe de estado militar e ainda por cima logo seguido de uma crise profunda do Estado e de fortes movimentos sociais, onde foi muito forte a dinâmica da punição (os saneamentos, expulsões, exílio) e a pulsão anti-capitalista.
O pêndulo do 25 de Novembro haveria de oscilar para o outro lado até se restabelecer o equilíbrio. Mas, sobretudo, nenhuma outra transição conheceu de imediato e em simultâneo uma descolonização, ao ponto de o fim do regime ser identificado com o fim da guerra e o desta com o fim do regime.
Não é por acaso, aliás, que é essa a primeira motivação dos militares que fazem o golpe. Depois, à medida que o tempo passa, some-se na memória a lembrança de quem foi o quê num regime de que ninguém nunca politicamente ousou reclamar-se depois dele.
Leia mais na edição deste sábado do Expresso.
A respeito da pergunta sobre qual seria o maior acontecimento da História de Portugal, parece-me grosseiro terem-se esquecido do mais óbvio - o tratado de Zamora, em 1143, que é quando Castela reconhece a independência portuguesa, ou, até, a Batalha de S. Mamede, em 1128, quando D. Afonso Henriques se declara rei...
Enfim. No que toca ao grosso do artigo, que é a glorificação do 25 de Abril, deve observar-se que há, numa das imagens da página, uma referência a uma maioria relativa de pessoas que considera ser o Estado Novo algo de mais positivo do que negativo, precisamente no sector da população que não vota em nenhum dos partidos maiores, mas, seja como for, o resultado não está mau. Eu há muito que considero o 25 de Abril algo mais positivo que negativo, logo à partida porque acabou com o Império, que nunca deveria ter existido, além de que instituiu oficialmente a Democracia, por mais falseada que esta na verdade esteja, mas enfim, antes esta que nenhuma. E também há muito tempo que digo que do que o povo tem mesmo medo não é, nunca foi, do racismo, mas sim da falta de liberdade... independentemente do facto de agora haver menos liberdade do que se apregoa, a verdade é que, na representação popular dominante, o «agora» é o tempo em que se «pode falar», enquanto o «antigamente» salazarista era o tempo em que «não se podia falar». E entre uma coisa e outra o homem do povo não hesita - obviamente que prefere uma sociedade na qual haja liberdade de expressão, e todas as outras liberdades. E ainda bem que o povo assim pensa, é sinal de saúde moral. Quem não gosta da liberdade é que não está cá bem. Quem por isso anda no Movimento Nacionalista a marchar contra a democracia constitui, de facto, um atraso de vida e um tiro no pé.
8 Comments:
Tenho pena que grande parte dos nacionalistas tenha saudades do antigamente.
outra há-de vir e outros estarão com com ela assim como foi anteriormente e antes ainda !
O povo prefere, esmagadoramente, uma mera mudança de regime à luta dos seus antepassados pela independência da sua nação. Sem dúvida uma grande vitória da democracia...
o caturo diferencia-se de um qualquer hippie só pelo facto de defender a raça branca,porque de resto converge em tudo com os esquerdalhistas
A raça branca... e a segurança nas ruas. E a produção nacional, portanto, o proteccionismo económico.
«O povo prefere, esmagadoramente, uma mera mudança de regime à luta»
Obviamente que essa parte está muito mais viva, e propagandeada, do que as outras. A perda da independência é uma coisa muito longínqua e por isso é natural que não atraia tanta apreciação como a questão da liberdade nas vidas «reais», isto é, nas vidas conhecidas, experienciadas.
Que idiota que é este democrata pagão... Enfim... a área nacional está entregue a esta bixarada que defende pussy riot, femen, democracia, etc.
Precisa que lhe apertem o passo.
Não, a área nacional tem é de se ver livre dos atrasos de vida anti-democratas. E quem me quiser apertar o passo que me apareça.
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