terça-feira, janeiro 21, 2014

SONDAGENS NA SUÉCIA INDICAM DUPLICAÇÃO DO APOIO À EXTREMA-DIREITA

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/01/apoio-a-extrema-direita-dobra-na-suecia-porto-seguro-de-refugiados.html
A oito meses das eleições gerais na Suécia, pesquisas de opinião apontam para a consolidação da extrema-direita como a terceira maior força política do país, no contexto do aumento dos chamados "crimes de ódio" racial e das críticas contra falhas na política de integração de um contingente cada vez maior de imigrantes.
Segundo os números de uma pesquisa publicada no jornal Aftonbladet, o partido Democratas Suecos (Sverigedemokraterna) conta hoje com 10,8% do apoio popular, após a vitória histórica que os conduziu pela primeira vez ao Parlamento nas eleições de 2010, com 5,7% dos votos.
Considerado um exemplo de tolerância, o país, que mantém uma das mais generosas políticas de imigração do mundo, tem testemunhado actos de vandalismo e ataques racistas. E movimentos anti-racismo buscam mobilizar a população contra a xenofobia no país.
"Com um partido fascista no Parlamento, as fronteiras foram alteradas", disse ao jornal Svenska Dagbladet um manifestante anti-racismo, Olle Eriksson. "Mas ao mesmo tempo, o facto é que a maioria dos suecos não quer essas forças extremistas. Nem nas nossas ruas, nem no nosso Parlamento", diz ele.
Num um dos primeiros ataques do ano, os portões da mesquita central de Estocolmo foram pichados este mês com uma série de suásticas.
Dias depois, manifestantes anti-racismo colocaram bouquets de flores sob as suásticas negras, e uma mensagem de solidariedade foi deixada na porta da mesquita: "Para cada crime de ódio, existe uma flor. Um ataque contra vocês é um ataque contra a Suécia. Nós estamos juntos", dizia a nota. Mensagens de solidariedade também foram enviadas à mesquita através das redes sociais.
"Sabemos que a maioria das pessoas na Suécia é contra o racismo. Mas essa maioria também é muito silenciosa. O surpreendente, desta vez, foi ver que essa maioria agiu, com solidariedade, apoio e fraternidade", disse o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa, em entrevista ao jornal Dagens Nyheter.
"Quando se recebe este tipo de apoio, com flores e mensagens de solidariedade, você percebe que não está sozinho. Cada vez mais pessoas estão levantando as suas vozes contra o racismo", acrescentou ele.
No fim de Dezembro, milhares de pessoas saíram às ruas em passeatas anti-racismo organizadas em diversas cidades suecas. As demonstrações, que na capital sueca reuniram cerca de 16 mil pessoas, foram realizadas em protesto contra uma aCção de grupo de cerca de 30 neonazistas, que, no dia 15 de Dezembro, atacaram com garrafas e artefactos pirotécnicos os participantes de uma manifestação contra a xenofobia.
Dois manifestantes foram esfaqueados e 26 neonazis foram presos pela polícia durante o incidente, que ocorreu no subúrbio de Kärrtorp, no sul de Estocolmo.
Em Novembro, uma manifestante foi detida pela polícia ao atirar uma torta na cara do líder dos Democratas Suecos, Jimmy Åkesson, durante um evento na capital sueca.
Em 2012, foram registados 5.520 "crimes de ódio" racial. E segundo o Conselho Nacional Sueco para a Prevenção do Crime (Brottsförebyggande rådet), os actos contra imigrantes têm vindo a aumentar, particularmente em relação aos muçulmanos: em 2013, foram denunciados cerca de 300 ataques contra imigrantes muçulmanos.
Um dos casos de maior repercussão foi o espancamento de uma mulher muçulmana grávida no subúrbio de Farsta, em Estocolmo, aparentemente motivado pelo fato de que a vítima usava o hijab (véu muçulmano).
Um factor de crescente preocupação no país tem sido o crescimento das actividades dos grupos neonazis locais. Segundo estudo divulgado em Dezembro pelo instituto sueco Expo Foundation, os neonazis realizaram 1,824 acções durante 2012, o que representou um aumento de 24% em relação a 2011. Entre as actividades listadas estão a prática de ataques contra imigrantes, assim como a organização de marchas e demonstrações, divulgação de propaganda racista e realização de seminários.
Um dos principais grupos neonazi é o Partido dos Suecos (Svenskarnas Parti, SvP). Nas eleições gerais de 2010, tornou-se no primeiro partido nacional-socialista a obter um assento numa assembleia municipal desde o fim da Segunda Guerra, ao alcançar 2.8% dos votos no município de Grästorp (oeste da Suécia).
Manifestantes anti-racismo alertam, no entanto, que o racismo no país não se limita apenas aos skinheads.
"Os racistas vestiram terno e deixaram o cabelo crescer", disse Emelie Jacobsson, de 23 anos, ao jornal Dagens Nyheter.
"O racismo tem-se tornado cada vez mais aceite, e é preciso lutar contra esta tendência", acrescentou outra manifestante, Ina Björkstedt.
Historicamente, a Suécia tem uma tradição de tolerância racial e generosidade na sua política de abrigo a imigrantes. O país recebeu milhares de refugiados do Chile nos anos 70, do Irão e do Iraque nos anos 80, da Somália e dos Bálcãs nos anos 90, e novamente do Iraque na década seguinte. Após a guerra do Iraque, só a pequena cidade de Södertälje (ao sul de Estocolmo), de 85 mil habitantes, recebeu mais refugiados iraquianos do que o total de imigrantes aceites pelos Estados Unidos e o Canadá em conjunto.
Até ao momento, a ascensão da extrema-direita não reverteu esta política: estatísticas da Autoridade sueca de Imigração (Migrationsverket) divulgadas no início deste mês mostram que a Suécia emitiu um número recorde de 110 mil vistos de residência para imigrantes em 2012, uma subida de 19 por cento em relação a 2011.
Deste total, cerca de 5 mil vistos foram concedidos a refugiados da guerra na Síria. A Suécia foi o primeiro país europeu a anunciar a concessão de vistos de residência permanente para refugiados sírios, que ao chegar ao país têm autorização para trabalhar e recebem ainda benefícios como auxílio-moradia, saúde e educação gratuita para seus filhos.
Mas as críticas contra a política de integração dos imigrantes no país são contundentes. A maior parte dos imigrantes vive em bairros da periferia, onde o alto índice de desemprego - especialmente entre os jovens - gera insatisfação e alimenta incidentes como os protestos ocorridos em Maio de 2013, quando a revolta causada pela morte de um imigrante baleado pela polícia levou a distúrbios em vários subúrbios nos arredores da capital sueca.
Para o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa, há o risco de que a intolerância racial no país possa agravar-se - especialmente diante da proximidade das eleições gerais de Setembro:
"Minha preocupação é de que os partidos racistas obtenham mais votos e se tornem mais influentes, como já ocorreu na Dinamarca e na Noruega. Mas tenho a esperança de que os recentes actos anti-racismo incentivem cada vez mais suecos a reagir contra a xenofobia".

Este povinho é lixado... os opinadores públicos, pretensos criadores da opinião do povo, porque dão a sua opinião publicada como sinónimo de opinião pública, bem podem repetir ad nauseam que o «seu» povo é anti-racista e que até gosta da salganhada étnica e tal e coisa... mas basta aparecer um partido nacionalista em cena, a falar directamente ao povo com a sua própria voz, para que o raio do povinho comece lentamente a apoiar o que dizem os «racistas» e a votar neles... o que faz com que a elite antirra e seus lacaios andem sempre num estado de nervos tremendo...
Isto porque a elite reinante tem conhecimento, e receio, do facto de que o «racismo» é a tendência política com maior potencial de crescimento no seio do povo.