MAIOR PARTE DOS RUSSOS QUER IDENTIFICAÇÃO ÉTNICA NOS PASSAPORTES
Fonte: http://www.themoscowtimes.com/opinion/article/returning-nationality-to-passports-is-a-bad-idea/486559.html
De acordo com uma sondagem publicada na passada semana por uma instituição estatal russa, cinquenta e quatro por cento dos Russos étnicos quereria que os passaportes do seu país indicassem a nacionalidade ou origem étnica dos seus portadores, como sucedia no tempo da União Soviética.
Entretanto, trinta e quatro por cento dos Russos admite que se sente «denegrido». Ambos os resultados confirmam o que os observadores têm vindo a afirmar desde há algum tempo - que o Nacionalismo Russo está a crescer. Vive-se um clima de nostalgia por praticamente todo e qualquer símbolo, regra ou tradição da época soviética. Uma nova reverência pelo «glorioso passado soviético» permeia a propaganda oficial do Estado e faz-se notar nas inúmeras mini-séries televisivas, nos filmes e nos discursos políticos e parece estar agora já fixada na psique de muitos.
Ao engrandecimento das grandezas de outrora soma-se o ressentimento da população contra a presença de alógenos que interfere nos direitos dos autóctones.
De notar que o rígido sistema soviético de passaporte foi introduzido em 1932, embora durante muitos anos certas pessoais, tais como agricultores que previamente afastados de quintas colectivas, nem passaporte tivessem. Depois da morte de Estaline, as autoridades começaram a emitir passaportes para todos os cidadãos. A referência à nacionalidade foi introduzida em 1974. Antes disso, era também necessário indicar a «origem étnica», além do «estatuto social», como «trabalhador», «funcionário de escritório», «dependente», etc..
A lei permitia que qualquer indivíduo de origem étnica mista pudesse decidir a qual das etnias pertencia, ao receber o seu primeiro passaporte, aos dezasseis anos; na prática, contudo, especialmente antes dos anos setenta, essa decisão era tomada sem que os pais do dito fossem sequer consultados. E era quase impossível alterar a opção tomada por quem escolhia, até aos anos setenta, quando as pessoas passaram a poder escolher entre as cerca de cento e vinte etnias reconhecidas pelas autoridades soviéticas.
Na prática, as pessoas preferiam dizer-se «russas», algo que se revelou particularmente útil para certas etnias «suspeitas» tais como os Tártaros da Crimeia ou, em 1940, os Chechenos. Quando o governo se tornou quase oficialmente anti-semita, como parte da campanha «contra o cosmopolitanismo», nos anos cinquenta, os Judeus eram rotulados como categoria «suspeita». A referência étnica nos passaportes ajudou as autoridades a impedir judeus de exercerem certo tipo de funções e de entrar em programas académicos nas universidades. Acresce que os empregadores costumavam atentar não apenas à etnicidade indicada no passaporte mas também à etnicidade dos membros mais chegados da família. Se uma pessoa fosse um quarto judaica, ou tivesse parentes judeus, poderia ser considerada como «suspeita».
No final do período sovético, as autoridades afastaram-se ligeiramente da identificação étnica dos passaportes, embora esta continuasse neles presente, e tentaram criar uma espécie de «identidade soviética», embora sem sucesso - efectivamente o falhanço desta política foi completo, uma vez que a URSS soçobrou devido em grande parte ao rápido crescimento dos nacionalismos no seu seio. E, actualmente, os nacionalistas russos exigem para a Rússia uma constituição que faça o mesmo que fazem outras constituições doutras nações «ex-soviéticas», nomeadamente a dos Tártaros e a dos Yakuts da república de Sakha: que refira a primazia do grupo étnico dominante na Nação.
A elite governamental russa continua, por enquanto, a rejeitar a proposta de etnização dos passaportes.
E mais uma vez se observa que até na Rússia é verdade que o povo, primitivo e por isso mais próximo do primordial e natural, deseja uma coisa, ao passo que a elite, com uma educação universalista e internacionalista, quer outra... e, assim, quanto mais democrática for a sociedade, mais poder aí terão os Nacionalistas.
4 Comments:
"....Se uma pessoa fosse um quarto judaica, ou tivesse parentes judeus, poderia ser considerada como «suspeita...."
Simplesmente ridículo e lamentável.VIVA O POVO JUDEU
Caturo, só por curiosidade, em quem vais votar?
A propósito do SEPARATISMO-50-50:
1- se os autóctones europeus não estiverem dotados duma Coligação Defensiva (do tipo NATO)… os nazis made-in-USA aplicarão aos autóctones europeus o mesmo 'tratamento' que foi aplicado aos autóctones norte-americanos.
2- armas convencionais não irá ser suficiente… serão necessárias armas de alta tecnologia… leia-se: a Rússia será um aliado estratégico da máxima importância.
3- a Coligação Defensiva (do tipo NATO)… não será uma coligação europeia… leia-se, deverá ser uma Coligação de Identidades Autóctones (europeias e não só) que estão em risco de sobrevivência face ao comportamento dos 'globalization-lovers' nazis (procuram pretextos para negar o direito à sobrevivência de outros); um exemplo: a Identidade Portuguesa está em risco de sobrevivência.
Caturo!
Emenda a aldrabice.
Na URSS ninguém era identificado por etnia, religião ou nacionalidade.
Eram todos cidadãos da CCCP.
A minha esposa (com quem vivo há mais de trinta e cinco anos) era uma cidadão Soviética, o passaporte dela nunca teve lá mencionada nem a etnia nem a nacionalidade.
Diz simplesmente a cidade onde nasceu e o Oblast.
Hoje no Cazaquistão e Uzbequistão é que vigora essa norma de identificação.
Etnia e país de origem dos pais.
Portanto isso que escreves não corresponde à verdade.
Cumprimentos.
Cin Naroda
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