sexta-feira, julho 05, 2013

A SEMANA VISTA PELO PNR

Euronext Lisbon. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu em Bruxelas que as autoridades fiscais estão atentas aos casos de empresas que mudam a sede estatutária para outros países, onde a carga de impostos é menor, como a Holanda.
A Bolsa de Valores que agora se chama Euronext Lisbon, continua crítica mas estável. Sem vigor e, desde logo, sem qualquer autonomia, é o espelho da economia portuguesa: condicionada, fragmentada e manipulada.
Das vinte empresas que constituem o indíce PSI-20, apenas uma paga impostos em Portugal. Todas as restantes são contribuintes em outros países. Ainda há não muito tempo, foi a vez da Jerónimo Martins mudar a sede fiscal para a Holanda. A Cimpor e a Brisa, porque já não são portuguesas, vão sair também do mercado bolsista. Desde a entrada da EDP Renováveis, há 5 anos, que nenhuma grande empresa faz a sua aparição na Bolsa. Não existem PME’s cotadas. Sabemos, por outro lado, que ¾ das empresas integradas na Bolsa têm antigos governantes no topo da sua gestão, e que os fundos imobiliários onde se escondem as maiores ruínas da política financeira destes Governos estão isentos de IMI.
Sabemos também que todos os negócios da venda a pataco da riqueza de Portugal passaram por esta sucursal. Sabemos sobretudo que na Euronext Lisbon as coisas se passam assim: se houver prejuízo de centenas de euros, quem paga são os accionistas; se for de milhares, são os bancos; se for de milhões, quem paga é o Estado; mas se for de milhões de milhões, quem paga é a população.
Largas centenas de milhares de pequenos investidores, provenientes da classe média, foram incentivados por todos os Governos a investir parte das suas poupanças em empresas como a PT, a Galp, a Brisa ou a EDP. O resultado foi que hoje estas acções estão cotadas a valores imensamente mais baixos do que o valor de compra. Recordemos ainda a trapaça verificada sob a tutela de Bagão Félix (CDS/PP) quando descapitalizou os Certificados de Aforro, instrumento de poupança da grande maioria da população portuguesa.

Déficit aumenta para 10,6%. Em dezembro do ano passado, as empresas públicas tinham 113 swaps celebrados com os bancos, entre os quais 56 considerados problemáticos. Estes contratos representavam perdas potenciais de 3,1 mil milhões de euros.
O ministro Vitor Gaspar definitivamente não acertou uma. A situação não é nova. Já nos tempos do Cavaquismo, quando era assessor no Banco de Portugal ao serviço do Ministério das Finanças de Braga de Macedo, previu uma taxa de crescimento de 1%, mas depois veio a verificar-se um decréscimo na economia de 3%. Para evitar novos embaraços, o “especialista” foi recambiado para o Banco Central Europeu, onde desenvolveu uma auspiciosa carreira ao serviço da UE, ao ponto de ser nomeado Ministro das Finanças do actual Governo.
A antiga directora financeira da Refer entre 2001 e 2007, depois de ter assinado dezenas de contratos SWAP altamente lesivos para o País, sacode a responsabilidade como sempre, agora enquanto Secretária de Estado das Finanças. Teixeira dos Santos, o antigo ministro, entretanto veio desmentir categoricamente Vitor Gaspar e Maria Luís Albuquerque. Ficamos informados também que em apenas duas reuniões, apesar da situação de emergência, se transmitiu o Ministério das Finanças do governo PS para o governo PSD/CDS. Incompetência, irresponsabilidade, eis como se governa neste Portugal amordaçado.

Reserva de oiro vai desaparecendo. Portugal tem 383 toneladas de ouro que valem 11,67 mil milhões de ouro, à cotação de 1233 dólares a onça troy. No final do ano passado, as mesmas barras valiam 15,6 mil milhões de euros. Ou seja, o valor das reservas caiu 25%. A razão é a queda a pique dos preços deste metal nos mercados internacionais, de acordo com o “Jornal de Notícias”.
Algumas personalidades alemãs exigiram, nas páginas do tablóide Bild, que Portugal venda as suas reservas de ouro, antes de recorrer à ajuda externa do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia.
Em 1933, no início do Estado Novo, os terroristas da I República deixaram o Pais exangue. Oliveira Salazar encontrou nos cofres de Portugal 13 toneladas de ouro. Em 1974, o montante de reservas ascendia a 990 toneladas. Há porém quem diga que Oliveira Salazar deixou um Estado rico e um País pobre. Mesmo que tal fosse verdade, poderíamos dizer que, em contrapartida, o que temos hoje é um Estado Pobre e um País igualmente empobrecido.
Em 1974, tínhamos a 5ª maior reserva de ouro do mundo. E hoje? Hoje, dizem-nos que existem 380 toneladas de ouro nos cofres do Banco de Portugal e que ocupamos o 15º lugar. Isto, em apenas 39 anos.
A Reserva Federal Norte-Americana, entretanto, graças à manipulação de mercados auríferos, conseguiu que a nossa reserva baixasse o valor em 20%. Acto contínuo, as autoridades do BCE exigem que Portugal venda ouro antes de receber empréstimos da Troika.
(...) é muito clara a intenção desta manobra: baixar o valor do ouro no momento em que Portugal o vende, para depois, feita a venda, os valores voltarem a aumentar. Votar nos (mal)feitores ao serviço do Mundialismo e de Bruxelas só pode ter resultados destes.

A política da terra queimada. A área ardida e as ocorrências de incêndios florestais registaram este ano os valores mais elevados da última década, no período até 15 de Junho, revelam os dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional.
O saldo da política de terra queimada iniciada em 25 de Abril de 1974 é aterrador: 2,7 milhões de hectares de área ardida durante os últimos 25 anos, 35 mil fogos registados em igual período. Em algumas zonas do País, o cenário lembra uma qualquer paisagem lunar. Sabemos dos interesses da Siemens na construção de grandes parques eólicos em solo português.
Nos últimos 16 anos perderam-se 3000 hectares de montado de sobreiro por ano; 3500 sobreiros foram inclusive derrubados – o caso Portucale – por um projecto associado a Luís Nobre Guedes, antigo dirigente do CDS (o suposto partido da lavoura). Na última década, foram destruídos 250 mil hectares de sobreiros que produziam a melhor cortiça do país. A EDP, de António Mexia e dos chineses, dedica-se também ao abate de florestas centenárias.
A rica diversidade florestal, com espécies autóctones, como o sobreiro, o carvalho, o pinho, o castanheiro, ou a oliveira tradicional, constitui um bem inesgotável, se for gerido com sustentabilidade. Necessitamos de uma maior consciência ambiental, de uma reflorestação maciça com estas espécies de grande valor. Não duvidamos: a introdução de uma espécie assassina como o eucalipto faz parte da estratégia de sabotagem económica e desertificação patrocinada pela UE em relação a Portugal.
O País continua a arder porque os próprios governos são incendiários, abandonaram a agricultura e esqueceram as leis de fomento agrícola. Em nome de um falso desenvolvimento, degradou-se o ambiente. Só com um renovador plano de organização do território, mais localista, tal como preconiza o PNR, poderemos fazer frente à calamidade dos incêndios florestais e dos incendiários de gabinete. É urgente pacificar o País!