domingo, novembro 25, 2012

ASCENSÃO DO NACIONALISMO NA MAIOR POTÊNCIA EUROPEIA E MAIOR ESPERANÇA DA ESTIRPE ÁRICA

(...)
Ekaterina tem 23 anos, está a terminar um mestrado em Relações Internacionais. Pensa que não terá dificuldades em encontrar emprego quando concluir os estudos, acredita no desenvolvimento e prosperidade da Rússia, mas acha que um dos principais problemas do país são os imigrantes.
"Conheço uma família que alugou um quarto da casa a um imigrante do Cazaquistão. Passado um mês, sem que pudessem fazer nada, já não era só aquela pessoa, mas uns 20 familiares dela que viviam no quarto. E a polícia não pode agir, porque diz que eles têm direito de fazerem o que querem."
Ekaterina apoia Vladimir Putin, porque o considera o único candidato presidencial capaz de unir a Rússia, mas o seu político preferido é Vladimir Jirinovski, líder do nacionalista Partido Liberal Democrático. "É o único político carismático, que sabe o que diz e cativa as pessoas quando fala. Principalmente os jovens. Faz-nos sentir amor pela Rússia, e coloca correctamente o problema da imigração, que deveria ser controlada."
Sergei, 30 anos, programador informático, também vê na imigração um dos problemas do país, e por isso não apoia Putin. Tem até participado nas manifestações contra ele. "Putin representa a corrupção e a traição à pátria", diz. "Está a vender o país aos interesses estrangeiros. Submete-se aos Estados Unidos, não protege a Rússia e os russos das outras potências, das outras raças, das outras religiões."
Sergei considera que a cidade de Moscovo está a ser perigosamente invadida por estrangeiros. "Dantes podíamos passear à vontade num parque, mulheres e crianças saíam sozinhas, sem medo. Hoje, há zonas da cidade onde os verdadeiros russos estão em perigo. São guetos de outras raças, onde os russos nem podem entrar. Não considero isso correcto. A Rússia deve ser para os russos."
Esse é um dos slogans gritado nas várias manifestações nacionalistas que têm sido organizadas nos últimos anos. Principalmente na de 4 de Novembro do ano passado, onde estiveram pelo menos 7 mil pessoas, incluindo Sergei. Segundo várias sondagens credíveis, entre 50% e 60% dos russos concordam com essa palavra de ordem - "A Rússia para os russos". Mas na manifestação foi também gritado "Rússia livre! Poder russo!", "Imigrantes hoje, ocupantes amanhã!", "Morte aos judeus!" e "Desporto! Saúde! Nacionalismo!"
"Não tenho nada contra os imigrantes, desde que eles cumpram as regras da Rússia, falem a língua, se adaptem à nossa cultura", diz a moderada Ekaterina. Já o mais radical Sergei está convencido de que toda a criminalidade da Rússia é cometida por imigrantes. "Crimes violentos, violações, coisas desumanas", precisa.
"Há raças menos desenvolvidas. Toda a gente sabe isso. As pessoas no Tajiquistão têm uma cultura menos avançada do que a nossa. Os negros são inferiores. Por que é que nos EUA, apesar de todas as leis de igualdade, eles são mais pobres e constituem a maioria da população das prisões?"
Em Moscovo, alguns spas que querem promover os seus solários colocaram à porta um rapaz negro (geralmente recrutados entre os estudantes africanos que precisam de um emprego em part-time) com um letreiro ao peito dizendo: "Adquiri aqui o meu bronzeado."
Nos trabalhos menos qualificados, como a recolha do lixo, é comum ver pessoas de etnia mongol, ou do Cáucaso, serem maltratados pelos seus superiores. Todos os anos, imigrantes dessas etnias, principalmente das repúblicas ex-soviéticas da Ásia Central, são assassinados às centenas em Moscovo e São Petersburgo.
Em muitos jovens russos, o discurso contra os imigrantes está ligado ao da grandeza da Rússia. Com várias nuances e graus de radicalismo, é uma espécie de ideologia que, segundo vários analistas, domina o país.
 
 
É tão generalizada, que ninguém com aspirações de poder se pode dar ao luxo de a hostilizar.
Putin, desde que o seu partido, Rússia Unida, sofreu uma quebra de votação, nas eleições para a Duma, tem reforçado os tons nacionalistas do discurso. Nomeou como vice-primeiro-ministro para a indústria da Defesa Dmitri Rogozin, que tinha criado um partido nacionalista, o Rodina (Pátria).
"O próximo século vai ser muito cruel", disse recentemente Rogozin. "Os EUA já não escondem os seus planos hegemónicos, a imigração internacional está a minar a civilização cristã europeia, que atravessa o mais grave declínio da sua História", disse o vice-ministro, para concluir que o Estado deve fortalecer a Rússia e proteger os russos etnicamente puros, porque eles são a maioria.
Mas o movimento da oposição, que tem organizado manifestações contra Putin e a corrupção, a favor da transparência e de eleições justas, está também eivado de nacionalismo. Alexei Navalni, o advogado e blogger que se tornou na figura mais influente do movimento, já usou o seu blogue LiveJornal para convocar manifestações nacionalistas, e produziu vários textos enaltecendo as virtudes da raça russa.
Num país onde há pelo menos 10 milhões de imigrantes, centenas de etnias entre os cidadãos russos e várias repúblicas maioritariamente não-russas e não-cristãs, o nacionalismo surge como a única ideologia, à falta de outra, capaz de mobilizar os cidadãos.
"Não precisamos de imigrantes, devíamos substituí-los por tecnologia", diz Sergei. "Há uma piada entre os empresários da construção civil que diz: "Quarenta tajiques fazem o trabalho de uma grua"."
 
 
Mais uma vez se constata que
 
quanto mais os Nacionalistas falam ao povo em discurso directo, mais o povo apoia o Nacionalismo 
 
ou vota em que utilize o discurso nacionalista, no todo ou em parte, como é o caso de Putin, na Rússia, e foi o caso de por exemplo Sarkozy em França.
 
Uma vez mais se constata portanto que o povo quer uma coisa, a elite, mundialista, quer outra.
 

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Então, sendo assim, não são aceitáveis, por essa ordem de ideias (alegada xenofobia), escoceses em Inglaterra, arménios em França ou espanhóis em Portugal?...
Não percebemos bem, Caturo.

25 de novembro de 2012 às 16:53:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Caturo:

http://br.noticias.yahoo.com/tendência-se-inverte-brasil-barra-estrangeiros-114600406.html

25 de novembro de 2012 às 20:54:00 WET  
Blogger Caturo said...

Quem diria... o páís trôpicau, tudo abertura e márávilhá, páí dos mulato e dji todo o mundo, e afinal já começam a ter cuidadinho com a imigração...

Más notícias para nós, que bem nos convinha poder escoar tudo o que é africano para o Brasil...

25 de novembro de 2012 às 23:20:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Então, sendo assim, não são aceitáveis, por essa ordem de ideias (alegada xenofobia), escoceses em Inglaterra, arménios em França ou espanhóis em Portugal?...»

Claro que por uma questão de princípio cada indivíduo deve estar na sua terra. Não sei como é que pode haver dúvidas a respeito disso... toda e qualquer imigração só deve ser aceite com rígido controlo numérico e temporal, de maneira que seja sempre temporária. Toda e qualquer excepção a esta ordem deve acontecer o menor número possível de vezes.

Acresce que em todos os casos que citaste deve ser levada em conta a identidade étnica dos imigrantes em concreto - falaste apenas de europeus (arménios incluídos, mesmo que geograficamente a Arménia não seja considerada Europa) em casa de outros europeus, o que torna o caso sensivelmente diferente. Obviamente que se aceita incomparavelmente melhor mil espanhóis do que um só negro em Portugal.

25 de novembro de 2012 às 23:21:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O partido nacionalista se chama liberal-democratico? E outra, o Partido Nacional-Bolchevisque?

26 de novembro de 2012 às 00:30:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

OK, já fico mais descansado... Tenho, no meu FB, duas irmãs arménias de cabelo preto, cara larga e rabo grande, a viver em Erevan. Se por acaso vier a dar em alguma coisa (a sério) com alguma delas, pois vão muita vez a Paris ver familiares, tenho a confirmação de que fica tudo -mais ou menos - em "casa", eheh...
Pois, porque entre membros da raça branca, tal não se coloca, há tanta circulação e contactos de vária natureza que esse tipo de situações (ligações entre europeus, mesmo no caso da Arménia) é mais que normal, e nem devia vir sequer a discussão.
No caso de Inglaterra, havendo tantos emigrantes irlandeses, e tantos deles casados com ingleses, quem se lembraria de criticar quaisquer relações para lá da diplomacia (óbviamente, refiro-me a europeus)?
Isso é para os ditos "fundamentalistas" alérgicos a norte/sul/este/oeste caucasianos ligados por laços afectivos.
Uma estupidez, é o que é.
Não se fala aqui de extra-caucasianos, porque as uniões entre brancos europeus e americanos, sul-africanos e por aí fora, é um facto mais que natural.

26 de novembro de 2012 às 12:23:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Acresce que em todos os casos que citaste deve ser levada em conta a identidade étnica dos imigrantes em concreto - falaste apenas de europeus (arménios incluídos, mesmo que geograficamente a Arménia não seja considerada Europa) em casa de outros europeus, o que torna o caso sensivelmente diferente. Obviamente que se aceita incomparavelmente melhor mil espanhóis do que um só negro em Portugal".


Excatamente.

26 de novembro de 2012 às 12:24:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Anónimo disse...
"OK, já fico mais descansado... Tenho, no meu FB, duas irmãs arménias de cabelo preto, cara larga e rabo grande, a viver em Erevan. Se por acaso vier a dar em alguma coisa (a sério) com alguma delas, pois vão muita vez a Paris ver familiares, tenho a confirmação de que fica tudo -mais ou menos - em "casa", eheh...
Pois, porque entre membros da raça branca, tal não se coloca, há tanta circulação e contactos de vária natureza que esse tipo de situações (ligações entre europeus, mesmo no caso da Arménia) é mais que normal, e nem devia vir sequer a discussão.
No caso de Inglaterra, havendo tantos emigrantes irlandeses, e tantos deles casados com ingleses, quem se lembraria de criticar quaisquer relações para lá da diplomacia (óbviamente, refiro-me a europeus)?
Isso é para os ditos "fundamentalistas" alérgicos a norte/sul/este/oeste caucasianos ligados por laços afectivos.
Uma estupidez, é o que é.
Não se fala aqui de extra-caucasianos, porque as uniões entre brancos europeus e americanos, sul-africanos e por aí fora, é um facto mais que natural".


Concordo plenamente.

26 de novembro de 2012 às 16:03:00 WET  
Blogger Afonso de Portugal said...

«Obviamente que se aceita incomparavelmente melhor mil espanhóis do que um só negro em Portugal.»

Para os minho-timoristas, esta afrimação dever constituir uma verdadeira afronta.

Pudera! Mais depressa eles se juntavam ao Brasil ou até a Angola do que a Espanha!!!

26 de novembro de 2012 às 17:20:00 WET  

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