domingo, julho 22, 2012

LEMBRAR, AGORA E SEMPRE, O CRIME TOTALITÁRIO CRISTÃO CONTRA ELÊUSIS


Elêusis era o local de um santuário consagrado a Deméter e a Perséfone onde se realizavam, desde pelo menos 1500 a.c., as cerimónias esotéricas (iniciáticas) mais importantes da Grécia antiga e, talvez, de toda a Antiguidade Europeia. Os chamados «Mistérios de Elêusis», ou seja, os ritos aí realizados, mantidos em segredo, eram destinados a unir o adorador aos Deuses de maneira tal que a sua imortalidade bem-aventurada estivesse assegurada após a morte.
 
Cícero escreveu (em «Leis II, XIV, 36) , a respeito desta iniciação, o seguinte:
«Entre as muitas excelentes e de facto divinas instituições que Atenas criou e com as quais contribuiu para a vida humana, nenhuma, na minha opinião, é melhor do que a desses mistérios. Pois através deles fomos tirados ao nosso modo de vida bárbaro, selvagem, e educados e refinados até alcançarmos um nível civilizacional; e sendo os ritos chamados «iniciações», aprendemos deles os princípios da vida, e ganhámos o poder não apenas de viver em felicidade, mas também de morrer com melhor esperança.»
 
No dia 22 de Julho de 395 d.c., uma horda cristã - Visigodos cristianizados conduzidos por cristãos - profanou e destruiu o santuário de Elêusis e massacrou os sacerdotes de Deméter.
Trata-se pois de mais um episódio típico, até emblemático, do estabelecimento do Cristianismo na Europa - um caso concreto que muito ajuda a compreender a genealogia do totalitarismo no Ocidente. Pode lembrar-se o que dizia Aristóteles, que os Ocidentais amavam a Liberdade enquanto os Orientais, que lhe não tinham afeição, viviam por isso subjugados - assim se percebe que um totalitarismo estabelecido no Ocidente só poderia efectivamente ter uma origem não ocidental, e, mais rigorosamente, oriental.
Hoje, as igrejas fecham-se por toda a Europa, uma atrás da outra, enquanto a Liberdade, tão inerente à alma ocidental, vai-se desenvolvendo e prolongando em várias facetas: a do aborto e da eutanásia, depois da de voto e da de expressão. Esta última acaba na verdade por ser violada em vários países europeus, mas não pelo Povo e sim pela elite, herdeira no modo de pensar da mentalidade cristã: intolerante e universalista.
A cada geração, o Europeu torna-se todavia mais livre, política e socialmente falando, para o bem e para o mal, pois que é isso mesmo a Liberdade: não o direito do concidadão de fazer o que nos parece bem, mas sim o direito do concidadão fazer o que nos parece mal...
Nada impede pois que, na continuação deste processo do retorno do Europeu a si mesmo, particularmente representado pela «moda» (que não é simplesmente uma moda) da busca da Identidade, se restabeleça o carácter verdadeiramente europeu na sua totalidade, em toda a sua dimensão, cujo culminar é a espiritualidade. E um retorno espiritual do Europeu a si mesmo é um retorno do Europeu aos seus Deuses, cristalinos pendões da alma europeia. Não se fala aqui de modo meramente simbólico ou figurado, mas sim total e real - o símbolo é simplesmente uma representação, uma referência a, um elemento de comunicação, um intermediário. Porque acima do símbolo está o que o símbolo representa: uma verdade, um elemento, uma essência, e, porque não, uma Entidade.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

1500 antes do profeta alien deturpado pelo alien saulo do calendario do papa alogenizado (reduntante dizer papa e alogenizado?)?..pensei que a civilização grega cabia no primeiro milenio antes de cristo..falo dos gregos em si, não dos minoicos pre-eles e cia

23 de julho de 2012 às 19:04:00 WEST  

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