sexta-feira, abril 20, 2012

EM FRANÇA - LÍDER NACIONALISTA É A CANDIDATA ELEITORAL PREFERIDA PELA JUVENTUDE FRANCESA

A grande surpresa das eleições presidenciais da França, no próximo domingo, poderá vir dos jovens. Uma sondagem do instituto CSA para o jornal “Le Monde” revelou que 42% dos entrevistados entre 18 e 24 anos estão pendendo para os extremos. Da direita e da esquerda. Num país em que 22,4% dos jovens nesse limite de idade não tinham emprego em Novembro último — mais que o dobro da média nacional — não fica difícil entender porque é que as soluções que se afastam bastante do centro têm um poder de sedução maior sobre esta fatia do eleitorado. Sedução que, medida em números, duplicou o poder de fogo da extrema-direita e triplicou o da extrema-esquerda menos radical nos últimos meses entre os jovens.
Desiludidos com os grandes partidos, 26% dos entrevistados anunciaram o seu voto na louríssima Marine Le Pen, da extrema-direita, deixando ligeiramente para trás, com 25%, o homem mais cotado para se tornar presidente da França, o socialista François Hollande. Progride também, segundo a mesma pesquisa, a simpatia por outro extremo: o candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Mélenchon — uma versão “light” da extrema-esquerda. Entre o fim de 2011 e Março de 2012, Mélenchon passou de 5% para 16% na preferência dos jovens. Já Marine Le Pen saltou de 13% para 26%.
— Para os jovens, a Frente Nacional é o voto da contestação — afirmou Anne Muxel, do Centro de Estudos da Vida Política Francesa (Cevipof), à rádio RMC.
A opinião é compartilhada por Mikael Garnier-Lavalley, da Associação Nacional de Conselhos de Crianças e Jovens (Anacej), que promove a participação de jovens nas decisões públicas. Mas, Garnier contesta a sondagem da CSA, feita com menos de 200 pessoas, e cita a pesquisa feita por sua organização junto a 800 jovens de 18 a 22 anos. Nela, o socialista François Hollande dispara na frente, com 31%. Marine Le Pen chega em segundo, com 23%, e 21% de preferência para o actual presidente Nicolas Sarkozy, do conservador UMP. De qualquer forma, a extrema-direita chega em segundo.
— Marine encarna uma mulher independente. É um voto de protesto de direita que vem de jovens de categoria social mais baixa, menos diplomados e desempregados — diz.
É o caso de Aurélie Mougeot, de 25 anos, e o marido Sébastien Bru, de 31, moradores de Montpellier, no Sul da França — ambos desempregados. Eleitores do Partido Socialista nas presidenciais de 2007, vão votar pela primeira vez na extrema-direita de Marine Le Pen. Sem formação universitária, Sébastien admite que tentou dar um passo maior do que as pernas quando montou uma empresa de marcenaria, sem ter experiência. Chegou a ter três empregados, carro do ano, até se afundar em dívidas. A queda foi dura: expulso do apartamento, foi parar, literalmente, à rua. Hoje, culpa os imigrantes.
Nós deveríamos ser prioridade (para o Estado), mas os estrangeiros estão passando à nossa frente. E aproveitam-se — queixa-se.
Aurélie, filha de uma agente de limpeza, também sem formação superior, está grávida de 5 meses e tem uma filha de 5 anos. Sobrevive com ajuda do Estado e de associações de caridade:
Voto em Marine para que a França volte a ser dos franceses. Fomos deixados de lado. Não nos sentimos bem no nosso próprio país.
Na França em crise, os imigrantes passaram a disputar com os jovens franceses de baixa renda empregos que exigem menor qualificação Mas, a realidade desses jovens é bem mais complexa. Os filhos da elite não temem os estrangeiros, nem o futuro. São eleitores de Hollande.
— Não estou certo de que teremos a mesma qualidade de vida — admite Clément Leroy, de 20 anos, aluno do conceituado Sciences-Po, o Instituto de Ciências Políticas de Paris, acrescentando ter sentido o “declínio francês e da Europa” ao fazer um intercâmbio na Austrália, no ano passado.
Sua colega Alice Laila, de 21 anos, concorda que esta geração terá que fazer sacrifícios. Mas contemporiza:
— Temos sorte em relação a outros europeus. No Reino Unido, não há seguridade social e, em Espanha, os jovens universitários sonham ir para o exterior, porque não há perspectiva de emprego.

A 15 km de Paris, em Clichy-sous-Bois, bairro pobre da periferia, onde explodiu a revolta de jovens de 2005, que resultou em milhares de carros queimados nas periferias de toda a França, a vida é diferente. Em prédios erguidos pelo Estado para acolher imigrantes nos anos 1960, existe a função de “carregador”, pago para ajudar mulheres e idosos a subir as escadas com as compras. O elevador está quebrado há dez anos. Dali, Abdel Eliot, de 24 anos, filho de imigrantes do Marrocos, é menos positivo.
Não sou nem mesmo francês! Quero dizer, sou. Mas quando digo que sou francês, perguntam-me logo: mas você vem de onde? — desabafa Eliot, de uma família com 7 irmãos e irmãs, eleitor de Hollande.
Ele sonhava ser advogado. Mas teve formação técnica e virou electricista. Trabalha por conta própria numa zona onde o desemprego chega a 40% da população jovem. O mesmo ocorre em La Paillade, banlieue de Montpellier, reduto dos socialistas.
— A situação não melhorou depois da revolta de 2005. Ao contrário, piorou. Os jovens que se revoltaram para serem ouvidos, hoje viraram bodes expiatórios — queixa-se Alouari Haddade, presidente da AJPPN, uma associação local de jovens.
O descrédito na classe política é grande:
— Veja o blog da candidata socialista daqui. Vai ter um opinião gastronómica do cuscuz (prato tipicamente magrebino) do bairro, mas nada sobre escola, habitação e desemprego. Como é que ela pode vir aqui e fingir que a vida é bela?
Como nas favelas do Rio, gangues formam-se, a droga flui, e a polícia mantém distância. Uma geração de «franceses» (aspas do blogueiro) que não se sentem franceses e é estigmatizada faz a sua própria lei. Como Toni Tavares, de 22 anos, filho de imigrantes de Cabo Verde, e seu amigo Booba D, de 18 anos, da Martinica, que passou dois anos na prisão por envolvimento numa briga que resultou em morte. Os dois não acreditam no voto, são descrentes da França. Booba anuncia-se como um ladrão e diz:
— Somos um zero à esquerda aqui, madame. Não tenho nada a perder.


Também na juventude se constata o que já se sabia - a elite quer uma coisa, o povo quer outra. O povo, entenda-se, a população indígena, que, mercê do seu mais reduzido acesso à cultura das elites oficialmente dominantes, encontra-se incomparavelmente menos influenciada do que a elite pela doutrina anti-racista reinante no Ocidente.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

o que notamos pelos números é que os nativos pobres votam nos nacionalistas e os aliens nos gulaguianos trairas a la sarcoculo, chirac e cia..

20 de abril de 2012 às 22:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

«Os filhos da elite não temem os estrangeiros,»


Mas deviam temer, porque mais cedo ou mais tarde também vão ser afectados por isso.

20 de abril de 2012 às 22:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Este artigo está cheio de brasileirismos.

20 de abril de 2012 às 22:33:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

A direita é tão preferida que será mais uma vez derrotada pelos socialistas. Não fode a paciência.

20 de abril de 2012 às 22:59:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"A direita é tão preferida que será mais uma vez derrotada pelos socialistas. Não fode a paciência."

O que diz o título é que a líder nacionalista é preferida pela juventude francesa, o iletrado. (Ou seja, por uma minoria na França, diria, já que os jovens franceses a sério não são lá tantos hoje)..

21 de abril de 2012 às 23:17:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas deviam temer, porque mais cedo ou mais tarde também vão ser afectados por isso.

pois, eles fogem nos jatinhos deles..só não se sabe pra onde, por que estão poluindo o mundo todo..

21 de abril de 2012 às 23:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"O que diz o título é que a líder nacionalista é preferida pela juventude francesa, o iletrado. (Ou seja, por uma minoria na França, diria, já que os jovens franceses a sério não são lá tantos hoje).."

O antifa está chateado com o crescimento da extrema-direita em França, é dor de cotovelo

22 de abril de 2012 às 00:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Anónimo disse...
"A direita é tão preferida que será mais uma vez derrotada pelos socialistas. Não fode a paciência."

O que diz o título é que a líder nacionalista é preferida pela juventude francesa, o iletrado. (Ou seja, por uma minoria na França, diria, já que os jovens franceses a sério não são lá tantos hoje)..

21 de Abril de 2012 23:17:00 WEST

pois, o aleijado mental tipico papagaio do zog sequer tem cerebro suficiente pra saber ler..hehe

23 de abril de 2012 às 05:26:00 WEST  

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