sexta-feira, abril 20, 2012

SOBRE AS DIFERENÇAS RACIAIS NAS EXPRESSÕES FACIAIS

Uma síntese do artigo de Nicolau Ferreira com o título “Precisamos de um dicionário para ler as caras asiáticas”, que saiu no Público de ontem:
Uma cara feliz é universal, já dizia Charles Darwin. Afinal não, defende agora um estudo, que propõe uma nova teoria sobre as expressões faciais. Os emoticons são uma síntese gráfica das emoções e também uma prova de que as expressões faciais são diferentes quando chegamos ao Oriente. Dois pontos e um parêntese fechado — o famoso:) — e estamos, no Ocidente, a enviar um smile digital a dizer “estou feliz”. No Japão não é bem assim: utilizam-se dois acentos circunflexos com um ponto final no meio — ^.^ — para expressar o mesmo. O smile japonês aposta nos olhos, o ocidental na boca. Esta diferença reflecte os resultados de um estudo que mostra que asiáticos e caucasianos transmitem as mesmas emoções através de expressões faciais diferentes. Publicada ontem na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences, pela equipa da psicóloga Rachael Jack, da Universidade de Glasgow, Escócia, a descoberta contraria Charles Darwin, que tinha defendido que pessoas de culturas diferentes expressavam o mesmo estado emocional através dos mesmos movimentos faciais. Segundo o autor da obra-prima Na Origem das Espécies, o desenvolvimento das expressões faciais foi importante ao longo da evolução. Mostrar e reconhecer a raiva, o medo ou a felicidade seria essencial para a sobrevivência individual e da espécie. Por isso, estas expressões teriam um enorme valor adaptativo e estariam disseminadas mundo fora. Mais tarde, Paul Ekman, prestigiado psicólogo norte-americano, fez experiências com indígenas da Papuásia-Guiné para testar a hipótese da universalidade das expressões faciais. Verificou que eles reconheciam, em fotografias, as emoções associadas a expressões faciais de pessoas de outras etnias. Por isso, considerou que há seis emoções básicas universais expressas na cara: o medo, a raiva, a felicidade, o nojo, a tristeza e a surpresa. … Para os europeus, as expressões faciais das seis emoções básicas utilizavam grupos de músculos bastante distintos. Enquanto isso, nos asiáticos há uma grande quantidade de sobreposição nos músculos usados nas emoções - principalmente no caso da surpresa, do medo, nojo e raiva. "Mostrámos que as expressões faciais não são universais, como toda a gente pensa desde o trabalho fundador de Darwin", diz Rachael Jack ao PÚBLICO. … No artigo, os autores explicam ainda que estas diferenças reflectem as especificidades culturais que, a dada altura, se tornaram tão importantes para a comunicação que acabaram por resultar na divergência das expressões faciais entre várias sociedades. “Os modelos asiáticos para o medo, o nojo e a raiva mostram que os primeiros sinais de intensidade emocional aparecem em particular nos olhos — uma região que está sob um menor controlo voluntário do que a boca, que reflecte uma contenção nas expressões faciais de acordo com a literatura científica”, dizem os autores. … Mas esta cartografia das expressões faciais asiáticas levou ainda Rachael Jack a questionar se as seis emoções básicas definidas por Paul Ekman são realmente universais. Ou se outras emoções, como a vergonha, o orgulho e a culpa, podem ser uma componente importante nas emoções primárias dos asiáticos. “Estamos a trabalhar para reconstruir as representações asiáticas de um largo espectro de expressões faciais, incluindo da vergonha e do orgulho.” http://www.gla.ac.uk/news/headline_230511_en.html

A supracitada Rachael Jack diz também que «para os caucasóides ocidentais, parece que há mesmo seis expressões faciais básicas no que diz respeito às emoções, mas o mesmo não é verdadeiro para os orientais amarelos.

Pode ler-se mais sobre o assunto aqui: http://www.gla.ac.uk/news/headline_230511_en.html, conforme informação no blogue do camarada Duarte Branquinho: http://penaeespada.blogspot.pt/2012/04/todos-diferentes.html


E assim fica revelada mais uma diferença racial, ou pelo menos étnica, permitindo entender melhor a profundidade do abismo que diferencia as estirpes umas das outras, completamente contra o que pregam os valores do universalismo diluidor de identidades.