SOBREIRO - ÁRVORE NACIONAL
A notícia é de Dezembro, mas de qualquer maneira aqui fica: http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1533173
A instituição do sobreiro como Árvore Nacional de Portugal, aprovada a 22 de Dezembro no Parlamento, foi hoje publicada em Diário da República.
Esta classificação teve origem numa petição das associações ambientalistas Transumância e Natureza e Árvores de Portugal, que foi entregue no Parlamento no ano passado. A petição deu origem a um projecto de resolução subscrito por todos os partidos com assento parlamentar.
Segundo o ultimo Inventário Florestal Nacional (2005/2006), a floresta ocupa mais de 3,45 milhões de hectares; o sobreiro é responsável por mais de 716 mil hectares, ou seja, 23% do total nacional e 32% da área que a espécie ocupa em todo o Mediterrâneo ocidental. A espécie tem ampla distribuição no território nacional continental, estando presente desde o Minho ao Algarve.
Ora o sobreiro é uma espécie de carvalho, a rainha das árvores do Ocidente, consagrada aos Deuses do Raio (Júpiter, Thor) e de central importância no ritual céltico, inclusivamente porque fornece o visco, planta sagrada que é verde todo o ano. Assim na flora como no sangue - Portugal, uma nação euro-ocidental do sul.
Entretanto, talvez a árvore que ficasse melhor como «árvore nacional» fosse o chamado carvalho português, ou Quercus faginea, que é se calhar mais comum ao país todo do que o sobreiro, pelo menos a julgar por este mapa (deve haver outros, divergentes):
A amarelo o carvalho português. Ver mais aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobreiro |
mas, de um modo ou doutro, uma vez que é tudo carvalhos, sempre fica tudo em família...
5 Comments:
Na realidade o sobreiro é espontâneo de Norte a Sul. Nascem sobreiros no Minho, na serra do Gerês, que é uma das regiões mais chuvosas de toda a Europa, assim como nascem sobreiros espontaneamente na mata da Praia Verde na ponta sudeste do país.
Ao contrário do que se diz por aí, o sobreiro não tolera falta de chuva e temperaturas muito altas. Por isso ocorre em zonas com mais de 500 mm de chuva por ano, e temperaturas máximas médias no Verão inferiores a 30ºC.
Em Portugal, o sobreiro não ocorre na Terra Quente Transmontana, no Tejo Internacional e no interior alentejano, ou se ocorre foi cultivado, pois esses são territórios da azinheira.
O carvalho-português perde para o sobreiro por ter uma distribuição menos vasta. Ocorre na Estremadura, Beira Litoral, litoral alentejano, barrocal algarvio, Beira Baixa e Trás-os-Montes. O sobreiro estende-se mais a Norte, até ao Minho e à Galiza.
Ah, e o sobreiro comporta-se como espécie marcescente, está na transição entre a folhagem persistente e caduca.
Só uma nota ao carvalho-roble, tão maltratado, que até à primeira metade do século XX se estendia até Leiria e até ao distrito de Castelo Branco.
Não contesto. Como já disse, podem existir outros mapas. Mas naquele que aqui coloquei, o sobreiro é menos disseminado do que o carvalho português.
"Enganaram-se, mas não podem enganar-nos os que pretendem atribuir a uma nova civilisação, vinda da Ásia, as construcções feitas à feição de paredes com pedras de pequenas dimensões. Essa arte de construir não pertence à primeira idade dos metaes, mas provadamente já existia na ultima idade da pedra, sendo synchronica da mais antiga architectura dolmenica.
São os proprios dolmens de varios paizes, incluindo muitos de Portugal, onde sómente se acharam instrumentos de pedra polida e lascada, sem a minima mistura de algum artefacto metallico, que confirmam a minha negativa".
estácio da veiga, ao debruçar-se sobre a antiguidade da necrópole de alcalar, portimão, que correctamente atribuiu aos tempos pré-históricos. o pioneiro arqueólogo fez esta afirmação a propósito da origem de umas sepulturas de falsa cúpula, ou "tholoi", célebres no oriente mediterrânico.
caiu, por conseguinte, por terra, a teoria, corrente nos meios arqueológicos do seu tempo, segundo a qual os monumentos megalíticos de configuração algo semelhante às construções do mediterrâneo oriental teriam uma origem asiática.
os modelos megalíticos funerários ou rituais presentes em território nacional não se originaram de nenhuma migração acompanhada de colonização vinda do próximo-oriente: antes, são o resultado de uma evolução local, advinda de factores internos (conflitos, imposição de limites territoriais, captação de recursos naturais, etc.) relacionados com os grupos humanos que ocupavam parte do actual território português, mais precisamente o algarve.
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"Enganaram-se, mas não podem enganar-nos os que pretendem atribuir a uma nova civilisação, vinda da Ásia, as construcções feitas à feição de paredes com pedras de pequenas dimensões. Essa arte de construir não pertence à primeira idade dos metaes, mas provadamente já existia na ultima idade da pedra, sendo synchronica da mais antiga architectura dolmenica.
São os proprios dolmens de varios paizes, incluindo muitos de Portugal, onde sómente se acharam instrumentos de pedra polida e lascada, sem a minima mistura de algum artefacto metallico, que confirmam a minha negativa".
estácio da veiga, ao debruçar-se sobre a antiguidade da necrópole de alcalar, portimão, que correctamente atribuiu aos tempos pré-históricos. o pioneiro arqueólogo fez esta afirmação a propósito da origem de umas sepulturas de falsa cúpula, ou "tholoi", célebres no oriente mediterrânico.
caiu, por conseguinte, por terra, a teoria, corrente nos meios arqueológicos do seu tempo, segundo a qual os monumentos megalíticos de configuração algo semelhante às construções do mediterrâneo oriental teriam uma origem asiática.
os modelos megalíticos funerários ou rituais presentes em território nacional não se originaram de nenhuma migração acompanhada de colonização vinda do próximo-oriente: antes, são o resultado de uma evolução local, advinda de factores internos (conflitos, imposição de limites territoriais, captação de recursos naturais, etc.) relacionados com os grupos humanos que ocupavam parte do actual território português, mais precisamente o algarve."
Excelente post.Caturo?
O mapa está péssimo Caturo. Tem imensos erros. A área do sobreiro é muito mais extensa, tal como a área do carvalho-roble, entre outros.
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